Quem quer ser discípulo de Jesus deve assumir o jeito do Mestre



Queridos irmãos e irmãs, passando as festividades do Natal do Senhor, entramos nos domingos do Tempo Comum. Vamos percorrer a história da salvação de Deus em Jesus Cristo. Após o Batismo de Jesus por João Batista no Rio Jordão vamos trilhar no caminho da vida pública de Jesus. É Jesus agindo em atos e palavras, anunciando a todos a boa notícia da Salvação, mas ele precisa de colaboradores. Para a missão de Jesus, ele tem encontro com os primeiros discípulos.

A liturgia bíblica nos aponta para o chamado e esse acontece por iniciativa de Deus. Deus é que chama e nós devemos estar disponível para responder, dizendo eis me aqui Senhor, envia-me.

No primeiro livro de Samuel encontramos o chamado de Samuel, e isso aconteceu no silêncio da noite longe dos ruídos e correria do dia a dia. Nesse contesto Deus chama Samuel, pois o chamado é sempre iniciativa de Deus. A resposta é humana se tiver aberto a graça de Deus. O que nos importa é que o profeta se torna profeta porque escutou o chamado de Deus.

Nós não tornamos profeta, missionário, sacerdote ou diácono por vontade própria ou por iniciativa humana, mas é Deus que atua na nossa resposta ao chamado Dele.

Hoje os apelos no mundo são muitos e precisamos estar dispostos a ouvir a Deus nos acontecimentos de nossa vida e do mundo. Há muitos lugares que clamam por Deus e precisa que nós saíamos da comodidade dos templos e das benecias do púlpito e atrás dos que estão sedentos de Deus. Muitos não conseguem ouvir Deus na voz dos enviados porque eles não vão aonde eles estão. Deixa-os na via do mundo como descartável e marginalizado da vida e da Palavra de Deus que salva e liberta.

Quando Samuel diz: “Fala, Senhor, o teu servo escuta”, isso demostra que ele está disponível. Mas é na quarta vez que ele entende através da interpretação do sacerdote do templo e assim ele compreende, dando a resposta porque percebe que Deus é que o chama. O interessante é que Deus não desiste de nós no primeiro chamado. Deus insiste até que possamos compreender e dar uma resposta a Ele que é o Deus da vida.

O que aconteceu com Samuel também acontece nos dias de hoje com todos nós, mas é preciso ser humildes e ter atitudes de servo que quer escutar a voz e de Deus e fazer a sua vontade. (Cf. 1Sm 3,3b-10-19)

Na primeira carta aos Coríntios, Paulo nos exorta do valor do Batismo, pois ele é o encontro com Cristo em nós. Desse modo tornamos templo vivo do Espirito Santo. Não é um templo de pedra, mas um templo que deve ser bem cuidado para não ser profanado. O que profana o templo nosso é o pecado, a incoerência, a ganância, a ostentação, a indiferença pelo sofrimento do outro que está gritando por vida, por saúde, por moradia, por alimento, tudo isso ou mais para que com a nossa missão de evangelizadores seja a favor de todas as pessoas para que tenham uma vida digna nesse mundo em vista do céu. (Cf. 1Cor 6,13c-15a.17-20)

O evangelho de João nos mostra o encontro de Jesus com os primeiros discípulos. Mas o que podemos ver esse modelo de chamado é algo interessante, o chamado nasce do testemunho eloquente de João Batista. Isso quer nos dizer que ninguém chega a Jesus sozinho, precisamos de pessoas que indique Jesus. Esses são os pastores, missionários e os leigos da nossa Igreja. João Batista aponta Jesus aos seus seguidores para que daquela hora em diante deveriam seguir Jesus. Não podemos apegar ao cargo e ficar na exclusividade, mas ajudar os outros a chegarem a Jesus pela graça salvadora que vem de Deus. Dois discípulos André e Felipe ouvem de João Batista que aquele que passa era o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e desse modo devem segui-lo. Eles vão, mas ainda de modo acanhados, mas Jesus vai ao encontro deles e fala o que procurais? E eles querem saber mais de Jesus, dizendo: onde moras? Jesus responde: vinde e vede.

Isso é a condição de estar com Jesus, pois Ele não é um estranho e nem populista e sim Aquele que está totalmente a mercê de fazer a vontade de Deus. Então eles permaneceram para ficar e André levou essa notícia a Pedro que tinham encontrado o Mestre, o Messias prometido por Deus. Felipe também leva a novidade a Natanael, pois encontrou o Cristo, o enviado de Deus. (Cf. Jo 1,35-42)

Aqui podemos observar que o anuncio é necessário e esse é feito pelos que conheceram de fato quem é Jesus.

Que esta liturgia nos ajude a sairmos do nosso comodismo e do nosso intimismo para levar a todos, com a nossa vida e o nosso agir, que Jesus é o Senhor e que o mundo será melhor com a nossa corrente que difunde o amor, a paz, a justiça, o perdão, a misericórdia, a partilha.

Desse modo termos vida em abundancia e uma mesa que todos têm o seu lugar porque Deus não faz distinção de pessoas.

Tudo por Jesus nada sem Maria!!!

 

Bacharel em teologia Jose Benedito Schumann Cunha

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