Deus transformou a cruz em sabedoria e caminho de salvação




Queridos irmãos e irmãs, estamos já no 3º Domingo da Quaresma, é um tempo de limpeza espiritual e material; e em cada dia devemos fazer uma faxina na nossa vida e nos tratos das coisas para transformar a nossa vida em algo libertado. Esse tempo é de purificação e mudança, pois devemos tirar os lixos que se acumulam ao nosso redor. São muitos como falta de tempo para outros, desperdício de tempo nas redes sociais que não faz nenhum sentido para o crescimento espiritual e matéria na nossa vida.

É fazer uma renovação de vida cristã e ver o que é de Cristo deve permanecer, mas o que não for deve ser descartado definitivamente de nossas ações humanas no mundo, na família e na religião. Deus nos deu Jesus que assumiu a cruz e ela é agora sinal de salvação e libertação.

A liturgia bíblica nos indica os pontos fundamentais da religião judaica que são a Lei e o Templo. Situações que são importantes e sinais de união a Deus, mas a rotina e o tempo fizeram deles algo corriqueiro e cheio de regras e ritos que mais atrapalharam do que ajudaram aos que praticavam a religião. Criaram muitas leis e ritos que distanciaram de Deus, ficando no aspecto mundano com a ótica ao materialismo simbolizado nas trocas de ofertas por dinheiro. O povo estava sedento de justiça e de Deus.

O tradicionalismo e o ritualismo trouxeram distorções daquilo que Deus é. Com advento de Cristo mostrou que Ele é restaurador da Lei e do Templo, pois Jesus transforma a Lei no mandamento do Amor a Deus e ao próximo como nós mesmos nos amamos.

No livro do Êxodo nos mostra que Deus é o libertador e não quer que ninguém seja escravo de ninguém. Quando Ele deu a Lei, o próprio Deus falou e nos fala hoje: "Eu sou o Senhor teu Deus que te tirou da escravidão do Egito". Os 10 mandamentos são frutos do amor de Deus libertador do Povo escravizado no Egito ou em qualquer tempo.

 Se observamos bem os 10 mandamentos, nós podemos tirar uma conclusão que  é uma Lei Moral e Espiritual que nos ajudam a viver bem com todos e ainda ter uma comunhão com Deus. Na Lei de Deus é nos mostra um respeito a vida e a liberdade, se a cumprimos estamos fazendo a verdadeira justiça de Deus porque não podemos distanciar de Deus e nem praticar o mal a si e nem aos outros.

Essa lei é a ordem de estar de bem consigo e com os outros, praticando a justiça e tendo harmonia com as outras pessoas. É uma Lei que vai ser compreendida melhor quando Jesus dá o sentido real do amor a Deus e aos irmãos e a nós mesmos. Jesus não veio para destruir a Lei e nem o Templo, mas dá o real valor deles sem ficar no intimismo e em na  alienação religiosa, social e político –econômico em qualquer tempo em que vivemos. (cf. Ex 20,1-17)

Na Primeira Carta de Paulo nos lembra bem que o plano de salvação de Deus passa pela Cruz de Cristo onde Jesus foi crucificado. Não podemos querer uma religião light e nem uma religião fácil que mostra o valor da matéria e do mundo como algo importante, pois tudo é passageiro porque somos peregrinos que caminham rumo ao Céu. A cruz não pode ser sinal de escândalo ou de horror para nós, mas um sinal de sabedoria de Deus que possibilita a cada um de nós percorrer o caminho da salvação com segurança até a Deus. (cf. 1Cor 1,22-25)

O evangelista São João nos mostra Jesus sendo um novo Templo. Na época o templo tornou-se um lugar de exploração para obtenção do sacrifício e oferta a Deus. Esse modo de proceder deles trouxe distorção, injustiça e enriquecimento dos que participam dessa realidade disfarçada de sacralidade. Jesus entra no templo e expulsa todos e tem um cuidado especial para os que vendiam rolinhas dizendo a eles tiram isso daqui e os demais foram expulsos de modo bruto por Jesus. Jesus os recriminou aqueles, os vendilhões, pois eles mudaram o sentido templo de Deus, que é a casa de oração e encontro com Deus libertador. Jesus diz que Ele é templo vivo e é Nele que devemos ir. (Cf. Jo 2,13-25) Isso não quer dizer que não deva ter templo físico, mas que esse seja um lugar de reunião de pessoas em comunidade, usando-o para vivenciar o amor de Deus com todos sem ostentações e nem exploração, tendo um cuidado especial com os mais pobres e humildes, que muitas vezes, ficam à margem da sociedade capitalista sem atenção nenhuma nos sistemas de saúde, de previdência social, política, Humana- econômica etc.

Devemos buscar viver o amor de Deus que em Jesus se entrega por nós por inteiro. Não tenhamos medo da cruz e que ela nos ajude a desmaterializar na dimensão espiritual, social humana e política econômica.

Boa Preparação para a Páscoa do Senhor que é nossa também  !!!

Bacharel em Teologia Jose B. Schumann Cunha

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