Depois de Bélgica e da Holanda, o Luxemburgo deixou de penalizar os médicos que ponham fim à vida de um doente terminal que o solicite. É o terceiro pais da Europa a legalizar a eutanásia. A proposta passou no parlamento por uma apertada maioria de 30 deputados em 59. Socialistas, Liberais e Verdes votaram a favor, tendo quase todos os deputados do partido do primeiro-ministro votado contra. (http://www.esquerda.net -21 fev 08)

Todos os representantes do Partido Cristão-Social (CSV) do primeiro-ministro Jean-Claude Juncker, com exceção de um deputado, votaram contra a proposta. Assim, o texto só pôde passar graças à mobilização dos deputados socialistas da maioria governamental, dos membros da oposição liberal e dos Verdes.

Mais uma vez ficou claro que os socialistas não têm compromisso com a vida e com a moral católica; os exemplos de outros paises como a Espanha, Chile, Venezuela, Cuba, etc. reforça isso. A deputada socialista Lydie Err, defendeu a proposta da eutanásia dizendo que: “Esta proposta de lei não é uma permissão para matar. Não é uma lei para os familiares ou para os médicos, mas sim para o paciente e apenas ele decide se põe fim ao seu sofrimento”.

Como não é uma permissão para matar, se o paciente será morto? Trata-se do suicídio assistido, mas certamente ultrapassará esta categoria. E quando o doente estiver em coma? Certamente não faltará alguém para autorizar a sua morte…

O número de eutanásias na Bélgica cresceu em 500 casos de 2006 a 2007, mais de 14%, conforme a cadeia de televisão VRT em 14 fev 08. A comissão de controle da eutanásia assegura que só a metade dos casos são registrados e que, portanto, o número de eutanásias dobrou. Declarou que um terço dos pacientes têm menos de 60 anos e que a maioria de pessoas que procuram o serviço padece de câncer terminal. (Bruxelas, 18 fev 2008 – acidigital.com)

Na Bélgica a eutanásia foi legalizada em 2002, com o requisito de que o adulto que padeça uma enfermidade “incurável e insuportável a nível físico e espiritual”, com pleno uso de razão manifeste “livremente” seu desejo de morrer. Segundo o síte Web aerzteblatt.de o diretor da comissão de controle de eutanásia, Wim Distelmans, pronunciou-se a favor da eutanásia para jovens na edição da quinta-feira do jornal “Het Belang van Limburg”. Os Asilos na Alemanha convertem-se em abrigo para idosos que fogem da Holanda com medo de serem vítimas de eutanásia a pedido da família. São quatro mil casos de eutanásia por ano, sendo um quarto sem aprovação do paciente. (Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,1050812,00.html) O pior de tudo é que cresce a mentalidade pagã de convencer o velho doente, ou mesmo o jovem, que “vale a pena morrer”. Os jornais europeus trazem artigos sobre isso continuamente; é um verdadeiro terrorismo. Este processo foi descrito, em 24 de abril 2007, pelo Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, do Vaticano, quando declarou que:

“O aborto e a eutanásia tornaram-se uma nova forma de terrorismo com rosto humano, um terrorismo quotidiano e repugnante, instrumentalizado pelos meios de comunicação de massa que manipulam artisticamente a linguagem tradicional para esconder a trágica realidade dos fatos, pelos Parlamentos das nações civilizadas em que são aprovadas leis contrárias ao ser humano, um terrorismo que não é mais ação de indivíduos ou de grupos facilmente identificados, mas que procede de centrais ocultas, de laboratórios de opiniões falsas, de potências anônimas que martelam nossas mentes com mensagens falsas, transformando em ridículo e retrógrado o comportamento conforme o Evangelho”. (http://www.zenit.org/italian/visualizza.php?sid=11439

O paganismo se alastra no mundo, mas a fé católica contesta o absurdo do suicídio; pois só Deus é o autor da vida e só Ele pode determinar o seu fim; muitas vezes é no último instante de vida que uma pessoa se converte e salva a sua alma. Desaparece a transcendência do homem; e ele começa a se assemelhar ao animal irracional. O Catecismo da Igreja ensina:

§2280 – “Cada um é responsável por sua vida diante de Deus que lha deu e que dela é sempre o único e soberano Senhor. Devemos receber a vida com conhecimento e preservá-la para sua honra e a salvação de nossas almas. Somos os administradores e não os proprietários da vida que Deus nos confiou. Não podemos dispor dela.”

§2281 – “O suicídio contradiz a inclinação natural do ser humano a conservar e perpetuar a própria vida. É gravemente contrário ao justo amor de si mesmo. Ofende igualmente o amor do próximo porque rompe injustamente os vínculos de solidariedade com as sociedades familiar, nacional e humana, às quais nos ligam muitas obrigações. O suicídio é contrário ao amor do Deus vivo.”

§2282 – “Se for cometido com a intenção de servir de exemplo, principalmente para os jovens, o suicídio adquire ainda a gravidade de um escândalo. A cooperação voluntária ao suicídio é contrário à lei moral. Distúrbios psíquicos graves, a angústia ou o medo grave da provação, do sofrimento ou da tortura podem diminuir a responsabilidade do suicida.” §2283 – “Não se deve desesperar da salvação das pessoas que se mataram. Deus pode, por caminhos que só ele conhece, dar-lhes ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida.”

Cada vez mais o homem vai expulsando Deus do mundo; e voltando à barbárie dos tempos romanos; orgulhosamente vai ocupando o lugar de Deus. Mas não pode se esquecer do que disse um dia S. Tomás de Aquino: “Quanto mais o homem se afasta de Deus, mais se aproxima do seu nada, e do desespero”.

Prof. Felipe Aquino

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