Quando abrimos a Bíblia, temos uma grande surpresa: “No princípio, Deus criou o céu e a terra” (Gn 1,1). A natureza que nós vemos, sentimos, admiramos e utilizamos é obra de Deus. Não existiria sem Deus. E logo adiante, nossa surpresa se torna maior: “Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou” (Gn 1, 27). O ser humano também é obra de Deus. “Deus viu tudo o que tinha feito: e era muito bom” (Gn 1, 31).





A gente poderia perguntar: E o que tem a ver isto com o Natal? À primeira vista, parece um fato tão longínquo, do passado...nada a ver com a noite maravilhosa do Natal, noite de luz, de anjos, de música e de magia! Em vez tem tudo a ver. Senão vejamos.

O Deus da criação, forte e poderoso, é o Deus que está presente em sua obra. Ele se interessa por ela. Ele a ama: é coisa muito boa! E à medida que aprofundamos a mensagem bíblica, passamos a descobrir que este amor é acompanhamento. Deus está ao lado de quem criou. Mesmo quando a criatura humana rompe seu contato com Deus (rompimento que se chama pecado), Deus não rompe o diálogo com quem falha. Aliás, o aprofunda, avizinha-se ainda mais. Escolhe Abraão para constituir um povo fiel e capaz de amá-lo.

E jamais abandona este seu povo. Escravo no Egito, Ele o liberta com Moisés e o conduz a uma Terra “Santa”. Envia profetas que lhe recordam sua palavra, sempre que sua mensagem é esquecida. Sua palavra é de perdão e de esperança.

Mas nossa surpresa se aprofunda ainda mais. Este Deus sempre “presente” na história humana, passa um recado, através das profecias: Ele virá até nós, se tornará visível a nós – e mais inacreditável ainda! – se tornará como nós, se tornará um de nós!

E como Ele é um Deus que age, cumpre com sua promessa. O anjo Gabriel foi enviado a um virgem. Seu nome era Maria. Disse-lhe: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo” (cfr Lc 1, 26ss).

Inacreditável! Deus, o criador, o poderoso, nascerá de uma mulher... como todos nós. E o fato inacreditável acontece. Lucas descreve: “José subiu para a cidade de Davi, chamada Belém, com Maria que estava grávida. Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e reclinou-o numa manjedoura” (Lc 2, 1ss).

Um anjo anuncia o fato inédito aos pastores da vizinhança: “Eis que vos anuncio uma grande alegria... encontrareis uma recém nascido, envolto em faixas deitado numa manjedoura” (Lc 2, 10-12). Uma multidão do exército celeste louvou a Deus dizendo: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que ele ama!” (Lc 2, 13-14).

É o canto, é a luz, a harmonia! É o Natal que encanta as crianças, os adultos e os idosos! Quantas recordações dos Natais passados! É o momento de contemplar aquele Menino. E proclamar que a história que surgiu do gesto criador agora recomeça com Ele. Recomecemos de Jesus, o recém nascido. Descubramos que a vida com Ele é bela e que o gesto criador de Jesus é tornar-se um de nós por amor! Natal é amor. Feliz Natal!

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