Não posso deixar de dizer de forma clara e direta: Se não fosse a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, não haveria a Bíblia tal qual conhecemos hoje. Coube a Igreja discernir quais livros eram inspirados pelo Espírito Santo e quas não eram. Isso porque ao longo do tempo, haviam diversos livros espalhados e tidos como inspirados. Muitos dos livros que existiam naquela época, eram motivo de confusão. Eles continham informações duvidosas, outros atribuidos a Apóstolos mas sem a certeza de que eram deles. A Igreja teve que discernir quais livros eram, e quais livros não eram inspirados. A Igreja quem discerniu que a Bíblia teria 73 livros. Para que se chegasse a essa certeza, a Igreja levou anos, na verdade alguns séculos. Como sempre, o que fez a Igreja? Estudou, debateu, rezou, conversou, para que se chegasse a um consenso. Foram diversos concílios regionais e alguns concílios universais para que se chegasse ao cânon que hoje temos em nossas casas. Veja parte dos trechos de alguns desses concílios:

“Fora das Escrituras canônicas, nada deva ser lido na Igreja sob o nome ‘Divinas Escrituras’. E as Escrituras canônicas são as seguintes: Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, quatro livros dos Reinos, dois livros dos Paralipômenos, Jó, Saltério de Davi, cinco livros de Salomão, doze livros dos Profetas, Isaías, Jeremias, Daniel, Ezequiel, Tobias, Judite, Ester, dois livros de Esdras e dois [livros] dos Macabeus. E do Novo Testamento: quatro livros dos Evangelhos, um [livro de] Atos dos Apóstolos, treze epístolas de Paulo, uma do mesmo aos Hebreus, duas de Pedro, três de João, uma de Tiago, uma de Judas e o Apocalipse de João. Isto se fará saber também ao nosso santo irmão e sacerdote, Bonifácio, bispo da cidade de Roma, ou a outros bispos daquela região, para que este cânon seja confirmado, pois foi isto que recebemos dos Padres como lícito para ler na Igreja”.
(Concílios III e IV de Cartago – Séc IV e V Respectivamente)

Veja que nesse concílio regional, os católicos passaram a definir como Livros isnpirados os livros que temos na Bíblia. Temos ainda um outro concílio regional (ou seja, em um outro lugar) onde se fala a mesma coisa. Veja:

“Parece-nos bom que, fora das Escrituras canônicas, nada deva ser lido na Igreja sob o nome ‘Divinas Escrituras’. E as Escrituras canônicas são as seguintes: Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, quatro livros dos Reinos, dois livros dos Paralipômenos, Jó, Saltério de Davi, cinco livros de Salomão, doze livros dos Profetas, Isaías, Jeremias, Daniel, Ezequiel, Tobias, Judite, Ester, dois livros de Esdras e dois [livros] dos Macabeus. E do Novo Testamento: quatro livros dos Evangelhos, um [livro de] Atos dos Apóstolos, treze epístolas de Paulo, uma do mesmo aos Hebreus, duas de Pedro, três de João, uma de Tiago, uma de Judas e o Apocalipse de João. Sobre a confirmação deste cânon se consultará a Igreja do outro lado do mar. É também permitida a leitura das Paixões dos mártires na celebração de seus respectivos aniversários”
(Concílio Regional de Hipona – Séc IV)

Perceba que a primeira vista, até parece a mesma coisa. Mas não era. O Concílio de Hipona era um. O de Cartago era outro. Perceba que ele fala: Vamos consultar a Igreja do outro lado do mar. Isso para que você perceba que a Igreja não sai assim dando as respostas na base do tapa. A Igreja é prudente. Já no século V, encontramos uma carta do Papa Inocêncio I, onde ele diz que:

“Quais os livros aceitos no cânon das Escrituras, o breve apêndice o mostra: Cinco livros de Moisés, isto é, Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Um livro de Josué, filho de Num; um livro dos Juízes; quatro livros dos Reinos; e Rute. Dezesseis livros dos Profetas; cinco livros de Salomão; o Saltério. Livros históricos: um de Jó, um de Tobias, um de Ester, um de Judite, dois dos Macabeus, dois de Esdras, dois dos Paralipômenos. Do Novo Testamento: quatro livros dos Evangelhos; quatorze epístolas do apóstolo Paulo, três de João, duas de Pedro, uma de Judas, uma de Tiago; os Atos dos Apóstolos; e o Apocalipse de João”
(Papa Inocêncio I de Roma – Séc V)

É importante que se perceba que a Igreja estudou. A Igreja faz o que as pessoas não querem. A Igreja esperou e foi paciente. Estudou. Refletiu. Rezou. Perguntou a Deus. A Igreja demora para tomar uma decisão e toma a decisão certa.

Outra coisa, não podemos nunca esquecer que a base para isso, os parâmetros utilizados pela foi a Tradição Apostólica. Foi aquilo que fora ensinado verbalmente que serviu de parâmetro para que através da oração e do estudo se chegasse a um resultado final. Sem a tradição da Igreja não teríamos a Bíblia.

Foi a Tradição Apostólica que fez a Igreja discernir que escritos deveriam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados. Esta lista completa é denominada “Cânon” das Escrituras. Ela comporta, para o Antigo Testamento, 46 escritos (45, se contarmos Jeremias e Lamentações juntos) e 27 para o Novo
(CIC 120)

Foi a Igreja Católica que deu a Bíblia esse cânon que conhecemos hoje. A Igreja “fundou” (discerniu) a Bíblia, e não o contrário. É um erro acreditar na Bíblia e não acreditar naquela que discerniu a Bíblia. É uma total falta de senso.

Agora perceba que essa afirmação nos leva a uma outra verdade: Se foi a Igreja que discerniu a Bíblia, logo podemos perceber que apenas a Igreja e seu Magistério podem interpretá-la com fidelidade. A Igreja se baseia na palavra para ensinar, corrigir, exortar e conduzir seu povo. Indo com a Igreja, você não erra.

Eu não acreditaria no evangelho, se isso não me levasse a autoridade da Igreja
(Santo Agostinho – Séc IV)

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