A Igreja na Terra Santa e os líderes cristãos da região acompanham com preocupação os combates na Faixa de Gaza.


Em declaração conjunta assinada ontem, 30, os três patriarcas (latino, greco-ortodoxo e armênio) expressam "profunda dor pelo ciclo de violência entre israelenses e palestinos e pela contínua falta de paz na nossa Terra Santa".



Eles convidam as partes em causa a "absterem-se de todos os atos de violência e, em especial, as várias facções palestinas a defenderem o próprio povo para além de interesses privados". Além disso, os patriarcas pedem à comunidade internacional que intervenha imediatamente para "deter o derramamento de sangue" e favorecer uma solução do conflito baseada em resoluções internacionais.



Um dos signatários da declaração é o custódio da Terra Santa, frei Pierbattista Pizzaballa, entrevistado pela Rádio Vaticano: "Vivemos em um período de grande tensão. É verdade que aqui na Cisjordânia estamos relativamente distantes do que está acontecendo, no sentido que não vemos nem ouvimos as bombas; porém, em toda a população civil, sobretudo na população árabe israelense, o sentimento é de muito raiva e frustração".



Na sua opinião, Frei Pizzaballa, o que aconteceu para a situação degenerar desta maneira?



Fr. Pizzaballa: "Aqui, o chamado processo de paz se retoma e se interrompe continuamente: não é a primeira vez que estamos próximos de uma guinada e, depois, isso não acontece. Temo que, inclusive neste caso, façamos parte de um roteiro já escrito: tudo parecia pronto para alguma mudança e, depois, escolhe-se a opção mais simples, isto é, a violência. Violência que, além de tudo, me parece desproporcional, excessiva. Aquilo que é certo é que quem paga, quem sofre, são sempre as pessoas, os pobres. Não creio que desta maneira os problemas serão resolvidos."



E a comunidade internacional, o que pode fazer a respeito?



Fr. Pizzaballa: O papel da comunidade internacional – como sempre dissemos – é muito importante, porque pode pressionar e convidar ambos os lados à moderação. A comunidade internacional está ausente há muito tempo e creio que mesmo que queira fazer algo agora, isso levaria tempo, infelizmente. E o tempo, aqui, é um fator determinante.

Os bombardeios sobre Gaza começaram no sábado, 27, e têm a finalidade de destruir a capacidade militar do grupo extremista Hamas. Segundo levantamento de agências internacionais, o número de palestinos mortos ultrapassou 380 e há ao menos 1.700 feridos.

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