Em sua audiência de hoje, 28, o Papa Bento XVI continuou sua reflexão sobre o apóstolo Paulo, ilustrando a visão teológica das últimas cartas paulinas, chamadas Cartas pastorais, por dirigirem-se a Timóteo e Tito, dois Pastores da Igreja que foram estreitos colaboradores do Apóstolo.

Nestas cartas, Paulo reafirma que a Escritura, inspirada por Deus, é útil para instruir, rumo à salvação, e que se há de guardar e seguir fielmente, como critério seguro, o depósito transmitido pelas gerações precedentes. Ao mesmo tempo, reafirma-se o enraizamento das comunidades cristãs nos pontos essenciais da fé, sinônimo da verdade, da qual a Igreja é coluna e a base.

Elas são abertas ao universal, e rezam para que todos os homens alcancem o conhecimento da verdade. Nestas Cartas pastorais delineia-se o modo de ser da Igreja que estava nascendo. O Bispo aparece pela primeira vez com o triplo ministério: de bispo, de padre e de diácono. "A Igreja é como um lar familiar, o 'lar de Deus', no qual o bispo é o pai. Rezemos a São Paulo para que nós possamos ser sempre membros da 'família de Deus'".

Condenação do Holocausto


Bento XVI reafirmou esta Quarta-feira, no Vaticano, a sua clara condenação do Holocausto, esclarecendo as polêmicas surgidas nos últimos dias por causa do levantamento das excomunhões a quatro Bispos lefebvrianos.

Segundo o Papa, o Holocausto deve ser para todos "um alerta contra o esquecimento, a negação ou o reducionismo".

"Nestes dias, em que recordamos a Shoah, vêm à minha memória as imagens das minhas repetidas viagens a Auschwitz, um dos lugares em que se consumou o massacre cruel de milhões de judeus, vítimas inocentes de um ódio cego, racial e religioso", disse na audiência geral desta manhã.

O Papa quis "renovar com afeto a expressão da minha plena e indiscutível solidariedade com os nossos irmãos destinatários da primeira Aliança".

"Desejo que a memória da Shoah leve a humanidade a refletir sobre o imprevisível poder do mal, quando conquista o coração do homem", alertou.

"A violência feita contra um só homem é violência feita contra todos", afirmou ainda, precisando que "a Shoah mostra em especial, às velhas e novas gerações, que só o caminho do diálogo e da escuta, do amor e do perdão, conduz povos, culturas e religiões do mundo à desejada fraternidade e paz na verdade".

"Que nunca mais a violência humilhe a dignidade do homem", concluiu o Papa, numa intervenção marcada por uma longa salva de palmas dos presentes.

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