Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, “cumulada de graça” por Deus, foi redimida desde a concepção. E isso que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo papa Pio IX (CIC§491)

Ao estudarmos sobre o Dogma da Imaculada Conceição, logo uma pergunta nos vem: Se Maria foi concebida sem pecado, porque a Igreja só afirmou isso como Dogma no ano 1854? Porque tanto tempo para essa decisão?

Bom, em primeiro lugar, vale a pena observar que Igreja é sempre muito prudente para tomar uma decisão. Tanto que em 2.008 anos, foram apenas 43 dogmas. A Igreja sabe dar tempo as coisas, e vai ouvindo aqueles que se dispõem a estudar o assunto com afinco. Porém a Igreja não precisou firmar o Dogma para que o povo católico acreditasse nisso. Ao longo dos séculos, e sobretudo no início da Igreja, muitos falaram sobre o assunto. Veja abaixo:

Hipólito de Roma (Séc III) - “Ele (=Jesus) era a arca composta por madeira incorruptível. Com efeito, o seu tabernáculo (=Maria) era isento da podridão e corrupção”.

Orígenes de Alexandria (Sec III) - “Esta Virgem Mãe do Unigênito de Deus chama-se Maria, digna de Deus, imaculada das imaculadas, sem par”.

Efrém da Síria (Sec IV) - “Somente Vós (=Cristo) e vossa Mãe sois mais belos do que qualquer outro ser. Em ti, Senhor, não há mancha alguma; na tua Mãe nada de feio existe”.

Cirilo de Jerusalém (Sec IV) - “Que arquiteto, erguendo uma casa de moradia, consentiria que seu inimigo a possuísse inteiramente e habitasse?”.

Ambrósio de Milão (Séc IV) - “Maria, uma virgem não profanada, Virgem tornada inviolável pela graça, livre de toda mancha do pecado”.

João Crisóstomo (Sec V) - “Se de nada teria servido a Maria ter dado à luz o Cristo, se não fosse plenamente rica em virtude, muito menos [a vinda de Cristo] nos ajudará”.

Agostinho de Hipona (Séc V) - “Nem se deve tocar na palavra ‘pecado’ em se tratando de Maria; e isto em respeito Àquele de quem mereceu ser a Mãe, que a preservou de todo pecado por sua graça”.

Teotecnos de Lívias (Sec VII) - “Nasce como os querubins aquela (=Maria) que é de um barro puro e imaculado”.

Depois disso, muitos outros também falaram. Se eu fosse continuar escrevendo, ia consumir quase uma semana de trabalho, porque tem muita coisa. Portanto em 1854, a Igreja simplesmente bateu o martelo sobre uma questão que já estava sendo estudada a muito tempo.

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