1. O que é julgar?

Julgar o outro, como fala Jesus, significa conceber idéias negativas em relação ao outro sem antes ter feito uma diligente análise dos fatos. “O homem vê a face, mas Deus olha o coração” (I Sm 16). O segundo ponto é espalhar tais concepções para os outros, isso acarreta mais culpabilidade, principalmente quando a intenção da pessoa é exatamente denegrir o próximo. Mas isso não significa dizer que não devemos agir profeticamente na denúncia das coisas erradas. Precisamos denunciar quando preciso, porém com o intuito de ajudar a(s) pessoa(s) a mudar.

2. Qual a diferença entre o comunismo e à organização social das primeiras comunidades cristãs?

Infelizmente muitos pessoas acham que os primeiros cristãos eram comunistas, mas isso não passa de um grande anacronismo, pois o modelo de sociedade comunista só vai ser pensado no século XIX principalmente por Marx e Engels. O comunismo ensina que o que deve ser coletivo são os “meios de produção” e não os bens individuais das pessoas, enquanto os primeiros cristãos “repartiam seus bens com alegria”, estavam atentos às necessidades materiais das pessoas da comunidade, movidos não pela obrigatoriedade, mas pela mensagem caritativa de Cristo. O comunismo ensina que o Estado deve ser laico, os primeiros cristãos sabiam que as atitudes dos governantes deveriam ser pautadas pela palavra de Deus. O comunismo é essencialmente materialista. Os primeiros cristãos valorizavam muito mais as aspirações do espírito (cf carta a Diogneto, séc. II). Assim percebe-se que, por estes pequenos exemplos, a vivência dos primeiros cristãos era muito diferente do comunismo.


3. A origem da família está ligada intrinsecamente a propriedade privada?

Para nós católicos a família é uma instituição sagrada e querida por Deus. Ela não encontra sua razão existencial na propriedade privada, mas no amor, que faz o homem e a mulher terem a dignidade de serem imagem e semelhança de Deus. A propriedade privada e a consciência da mesma já é uma característica de uma organização social mais complexa. No Egito por exemplo, existiam os nomos (conjunto de famílias) em Israel as tribos, etc. Porém devemos saber que estas organizações antigas não deram origem à família, mas foram significativamente influenciadas pelas necessidades subsistenciais das famílias.



4. Por que Jesus chamou Herodes de “raposa”?

Esta passagem está em Lucas 13,32 e mostra a resposta de Jesus diante da pressão dos fariseus pedindo para Jesus parar com seu ministério, pois Herodes queria matá-lo. A expressão: “raposa” indica uma pessoa esperta, mas que fere e maltrata os outros, é uma esperteza maléfica. Isso mostra que Jesus também estava atento à realidade política de sua época e sabia responder à altura quando alguns governantes, como Herodes, queriam desviá-lo da missão.

5. Qual relação existe dos cristãos com a realidade política?

A própria bíblia fala de política. Desde o Antigo Testamento quando os reis de Israel eram sagrados, com a missão de ouvirem e seguirem a voz dos profetas, que falavam em nome de Deus (I Sm 8). As pessoas queriam líderes que fossem tementes a Deus e responsáveis para com as necessidades do povo. No Novo Testamento percebemos que Jesus estava muito atento às questões sociais e políticas de sua época. Ele não foi contra a política: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,21). Durante muito tempo a Igreja esteve ligada ao Estado. Desde a época de Constantino. Podemos citar as referências do código Teodosiano no final do século IV, o testemunho de Clóvis e sua esposa, Pepino, o Império Carolíngio, etc. Hoje a Igreja instiga os fiéis a não deixarem de lado essa dimensão social tão importante que é a política, por isso orienta os fiéis através da Doutrina Social, de cartas papais e tantos documentos episcopais, além das homilias e reflexões diversas sobre o assunto.

6. Quais passagens bíblicas evidenciam a liderança de Pedro sobre o colégio dos apóstolos?

Pedro foi chamado por Jesus para ser um “pescador de homens” e também de forma especial para liderar a comunidade apostólica. Identificamos isso através das seguintes citações:
Mt 16, 18-20
Jo 21, 15-17
Atos 2, 14-41
Atos 4, 8-18
Obs: Existem outras, porém estas recebem um destaque especial.



7. O caráter libertador é uma exigência do cristianismo? E por que muitos cristãos o desprezam?

Sim. Deus muitas vezes se apresentou ao povo como libertador (cf Ex 3). De fato ele é o Deus que nos liberta, mas não só das mazelas sociais, muito mais que isso. Não podemos cair num reducionismo. Deus nos ama e liberta, mas principalmente dos nossos pecados. Sabemos disso principalmente através de Jesus (Javé salva), “porque ele salvará o seu povo de seus pecados” (cf Mt 1,21). São Paulo ainda nos diz: “É para que sejam homens livres que Cristo vos libertou”. (Gl 5,1). Em Jesus Deus revela plenamente a sua ação libertadora e esta libertação não acontece só no campo social, mas em todas as dimensões da nossa vida. Muitos não assumem esta libertação em sua vida pelos mais diversos motivos, mas podemos sublinhar a rejeição da prática da palavra, o que implica na própria rejeição a Cristo. Seu projeto é sério: “quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á.” E o próprio Senhor diz: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo.” (Ap 3,20). É preciso assumirmos essa libertação em nossa vida hoje.

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