Naquele tempo Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e ali ensinava-os aos sábados. Maravilharam-se da sua doutrina, porque ele ensinava com autoridade. Estava na sinagoga um homem que tinha um demônio imundo, e exclamou em alta voz: - Deixa-nos! Que temos nós contigo, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem és: o Santo de Deus!
Mas Jesus replicou severamente: Cala-te e sai deste homem. O demônio lançou-o por terra no meio de todos e saiu dele, sem lhe fazer mal algum. Todos ficaram cheios de pavor e falavam uns com os outros: - Que significa isso? Manda com poder e autoridade aos espíritos imundos, e eles saem? E corria a sua fama por todos os lugares da circunvizinhança. (Lucas 4,31-37)


Estamos no mês de setembro, no qual pedimos a Deus que renove em nós o amor pelas Sagradas Escrituras. São Jerônimo dizia que “desconhecer as Escrituras é não conhecer a Cristo”1 Isso significa que conhecer, orar, mergulhar na Palavra de Deus nos faz descobrir a pessoa de Jesus! Tornamo-nos íntimos de Jesus quando rezamos diariamente com Sua Palavra.

O Evangelho que meditaremos hoje nos mostra Jesus que acaba de deixar Nazaré, onde quase foi apedrejado, e que chega a Cafarnaum,cidade que se alegra por acolhê-lo. Em Nazaré as pessoas desconfiam de Jesus porque Ele tinha crescido nessa cidade, e todos acham que já o conhecem. Eles estão numa postura de desconfiança e quando Jesus fala eles rejeitam completamente seu ensinamento. Achar que conhecemos Jesus o suficiente é um perigo! Jesus não pôde realizar quase nada em Nazaré. Chegando em Cafarnaum, as pessoas têm sede de conhecer Jesus, de escutá-lo, querem ficar com Ele. Por isso Jesus pode ensinar e realizar os prodígios que sempre acompanham seu ensinamento.

O primeiro sinal é o próprio poder do ensinamento de Jesus. A Palavra de Jesus penetra no mais profundo dos corações, ela toca, consola, convida à conversão que significa acolher Jesus sem condições. O primeiro passo para uma verdadeira conversão é acolher Jesus e a sua Palavra. Essa Palavra é tão poderosa que séculos depois Santa Teresa d’Avila disse: “Tuas palavras são obras, Senhor!”2 Isso quer dizer que o que Jesus diz, Ele faz. Assim, a Sua Palavra tem o poder de expulsar o mal que possuía o homem que estava na sinagoga. O exorcismo é sinal de grande alegria e esperança: Jesus tem o poder de destruir o mal, de expulsá-lo dos corações. As pessoas que viram o exorcismo na sinagoga ficaram impressionadíssimas: “Que vem a ser essa palavra? Ele manda com autoridade, e eles saem!”3

Jesus ordena ao demônio que se cale, porque Ele não quer que as pessoas descubram sua identidade apenas como uma “notícia” que acabam de saber. Mas Jesus deseja que a descoberta de quem Ele é se faça no poder do Espírito, na oração, dentro de um relacionamento com Ele. Descobrir Jesus na nossa própria história, e ir se maravilhando como essa multidão! Jesus vem para nos libertar do mal, do poder do inimigo, para nos dar uma vida feliz com Ele. Um grande temor encheu os corações daqueles homens; não um temor que seja como que medo, mas um temor que é sentimento de respeito de pequenez diante do Deus que se manifesta. A fama de Jesus se espalha, porque quem vê a sua ação não consegue ficar calado. Que ao acolhermos o Senhor em nossas vidas hoje, através dessa Palavra, sejamos libertos de todo mal interior e exterior que nos aflige e assim possamos também espalhar “a fama” de Jesus ao testemunharmos Suas maravilhas. Amem.

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