A Virgem Santíssima em suas aparições de La Sallete  em 1846, na França, avisou que no ano de 1864 Lucifer e outros demônios seriam soltos do inferno e que a partir de então se pregaria um outro evangelho , contrário ao de Jesus Cristo, que iria seduzir muitos.

Ora, pelo que sabemos 1864 é o ano da publicação do livro “ O Evangelho segundo o espiritismo” de Allan Kardec. Se nossas datas conferem resta saber se a publicação de tal livro foi realmente a confirmação da profecia da Virgem. E para tanto vou tentar examinar qual a fonte espiritual dessa doutrina chamada espiritismo.

Não é preciso, porém, grandes exames para perceber que há algo muito errado com essa doutrina. Se os espíritos evoluem e necessitam de varias vidas para chegar a perfeição como diz essa doutrina é porque algo exterior a eles os obriga a serem imperfeitos ou ainda que alguns foram feitos para serem bons e outros para serem maus nesta vida restando a esses últimos apenas a esperança de não serem tão maus na outra vida.

Ora, dizer isso consiste em negar a infinita bondade de Deus, porque, se alguém diz que certos espíritos foram feitos para serem maus ou imperfeitos, está querendo dizer que Deus não quis criar tudo bom e perfeito, coisa que é, evidentemente, uma blasfêmia. Consiste em negar também a responsabilidade pessoal dos atos que é conseqüência do livre-arbítrio. Ou seja, ao dizer que os espíritos nasceram imperfeitos por forças exteriores e precisam renascer se está negando que os bons são bons porque aceitaram a graça de Deus pelo livre-arbítrio e que os maus são maus porque negaram a graça de Deus também pelo livre-arbítrio.

Talvez alguns mais maliciosos tentem argumentar com aquele versículo de São Paulo em que o apóstolo diz que o oleiro (que é Deus) tem o poder e o direito de fazer um vaso para honra e outro para desonra (Romanos 9: 20-21) . No entanto esse versículo deve ser lido a luz da passagem do capítulo 12 da I Epístola aos Coríntios em que o mesmo apóstolo compara a igreja de Cristo a um corpo. Quis falar, portanto, de hierarquia (hierarquia espiritual, eclesiástica, social) e mostrar que a justiça de Deus é perfeita e  há não ninguém que possa desafiá-la. O trecho do Apóstolo não tem nada a ver com termos sido feitos bons ou maus. Aliás, como diz São João da Cruz, nós fomos feitos para o amor, Deus nos fez para o amor porque nos fez para Ele. Mas o pecado original afastou o homem de sua natureza original pelo qual ele é imagem e semelhança de Deus, natureza essa que só pode recuperar mediante a fé em Jesus Cristo, Filho de Deus, Nosso Senhor.

Portanto a doutrina do espiritismo traz, já em suas bases, uma afirmação inaceitável para qualquer católico, e, permitam-me dizer, ofensiva a bondade de Deus. 

Segundo, porque motivo os espíritos  precisariam evoluir aos poucos e passar por várias vidas para poder chegar ao bem se esse bem já nos foi revelado, isto é, Aquele que é o Bem se fez carne e habitou entre nós? Assim, para nós católicos e cristãos em geral chegar ao bem, tornarmos bons  parte de uma decisão da vontade: a decisão de se tornar um amigo de Jesus Cristo,  de conhecer seus mandamentos, guardá-los e praticá-los. Porque, como ele mesmo disse “ Se alguém me ama guardará minha palavra”. Ou seja, também a idéia de que os espíritos precisam evoluir aos poucos para aprender o bem é uma negação do livre-arbítrio e ainda uma negação da Revelação.

Mas claro que essa ato de vontade, de guardar a palavra de Deus exige sacrifício e é aqui que encontramos a terceira e ultima negação nefanda dessa doutrina que estamos agora analisando.

Ora, o bom cristão sabe (falarei disso em outro texto) que tudo aquilo que ele ensina se faz obrigado a praticar e sabe que o verdadeiro cristão tem como sua maior alegria e sua maior felicidade viver a caridade e o amor. Assim isso se faz também um mandamento para mim a partir do momento que estou ensinando. Mas se viver a caridade é maior alegria e maior felicidade para o cristão então o viver segundo o bem já não será uma obrigação social chata e enfadonha, mas sim o motivo de sua maior alegria.

O sacrifício, portanto, é o sacrifício de rejeitar bens aparentes e abraçar o verdadeiro bem e ter nesse bem sua verdadeira felicidade.  E isso novamente é uma decisão livre, a liberdade de aceitar a graça de Deus em nossas vidas.

Mas o que pode fazer a doutrina que diz que os espíritos passam por várias vidas e evoluem aos poucos, qual será o efeito desse ensinamento sobre o rebanho de Cristo senão gerar cristãos mornos, que em vez de serem apaixonados pelo bem o tratam como uma obrigação enfadonha e por isso estão prontos para serem vomitados da boca do Senhor?

Assim sendo a “ doutrina dos espíritos” nega o livre-arbítrio, nega a responsabilidade pessoal pelos atos, faz surgir crentes mornos e, principalmente, nega a bondade infinita de Deus.

Mas afinal, qual teria sido o espírito que inspirou isso? Qual é o espírito que, no começo dos tempos, contestou a perfeição e a bondade da criação de Deus e se rebelou contra ele? E qual pode ser o espírito capaz de inspirar uma doutrina que ensina que o homem é bom ou mau por uma força exterior a ele e não pela livre decisão de aceitar ou não a graça de Deus senão aquele espírito rebelde, que não tendo aceitado tornar-se servidor do homem quando o homem foi criado, enganou o mesmo homem e sua mulher levando-o ao pecado?

Ora, assim sendo fica mais do que claro a confirmação das palavras da Virgem nisso tudo que escrevi aqui. A doutrina, que, sob qualquer argumento nega a perfeição da obra de Deus e nega que Ele fez tudo para ser bom e perfeito, só pode ser de inspiração luciférica, infernal.

Creio ser bom que meus irmão e irmãs de fé compreendam isso e possam ensiná-lo para outras ovelhas do rebanho de Nosso Senhor.

Abraços

Postar um comentário

Tecnologia do Blogger.