Paz e Bem!


Hoje trataremos da acusação protestante de que nós, católicos, adoramos imagens.


Para nossos irmãos separados, somos idólatras. Ademais, é comum ouvir - inclusive de alguns que se dizem ex-católicos – que, além de adorarmos as imagens, nós, católicos, oferecemos ofertas aos ídolos. Outros, ainda mais fundamentalistas, chegam ao ponto de invadir capelas, igrejas e lugares santos e destruir as imagens. É de pasmar!


Baseiam-se sobretudo no Salmo 115, 4-8, que diz in verbis:


"Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos do homem. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não veêm; têm ouvidos mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram ; têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. Semelhantes a eles sejam os que fazem, e todos os que neles confiam.


Pois bem. Antes de tudo é importante esclarecer o que é adorar.

No Dicionário Aurélio, encontramos uma definição limitada para o termo adorar. Lá, observamos que adorar é venerar, idolatrar, amar extremamente. Ou seja, encontramos três sinônimos para o verbo adorar.

Contudo, sabemos nós que não há sinônimos absolutamente equivalentes. Afinal, dependendo do contexto, os sinônimos podem adquirir significados distintos. Ora, se eu adoro chocolate, não significa que eu presto culto ao chocolate, ou mesmo que o chocolate é Deus. Da mesmo forma, se digo que amo extremamente meu filho, não significa que eu o adoro.

Adorar, stricto sensu, é prestar culto reservado a Deus, ou seja, um ato de reconhecimento da divindade e oferecimento de sacrifício. Por conseguinte, somente a Deus devemos nos prostrar, reconhecendo-lhe a divindade e oferecendo-lhe o sacrifício devido.

É esta a diferença entre adoração e idolatria. Em termos materiais, a ação de adorar e idolatrar são idênticas. Ou seja, materialmente não há como diferenciar as duas ações, embora formalmente sejam opostas. As ações são formalmente opostas, em razão do objetivo. O primeira é adorar a Deus, a segunda é adorar a um ídolo.

Os protestantes mais honestos sabem que nós, católicos, não olhamos para a Imagem de Nossa Senhora como se fosse Deus. Pelo contrário, quem venera uma imagem venera nela a pessoa representada. Como a uma foto de um filho, de uma mãe, etc. Quem faz tal acusação, desconsidera, contudo, a diferença entre o culto de adoração a Deus (latria) e o culto de veneração (dulia ou hiperdulia).

Vejamos o que diz o Catecismo da Igreja Católica.

“O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. Com efeito, a honra prestada a uma imagem remonta ao modelo original e quem venera uma imagem venera nela a pessoa representada. A honra prestada às santas imagens é uma veneração respeitosa, e não uma adoração, que só a Deus se deve (grifos nossos).

“O culto da religião não se dirige às imagens em si mesmas como realidades, mas olha-as sob o seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem enquanto tal não se detém nela, mas orienta-se para a realidade de que ela é imagem” (Catecismo da Igreja Católica, 2131-2132.) (grifos nossos).

Na Igreja Católica temos, nas imagens, a representação da Igreja Triungante, ou seja a lembrança de milhares de Mártires e Santos, servos fiéis que deram suas vidas pela causa do Reino de Deus. Hoje, estão na companhia de Deus, intercedendo por nós.


Vejamos o que diz a Igreja sobre a intercessão dos Santos, in verbis:

“Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por conseguinte, pela fraterna solicitude deles, nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (Lumen Gentium 49)

Por derradeiro, é importante consignar que Deus não proíbe a fabricação de imagens. O que não se pode fazer é tornar a imagem, pessoa, coisa ou objeto um ídolo, roubando a adoração devida somente a Deus. Isto é abominável.


Vejamos o que diz a Bíblia sobre as imagens:

"Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório. Farás um querubin na extremidade de uma parte, e outro querubin na extremidade de outra parte; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele." (Ex 25,18-19)

"E disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente ardente e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo mordido que olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal e pô-la sobre uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguém, olhava para a serpente de metal e ficava vivo." (Nm 21,8-9)

"Este [Ezequias] tirou os altos, e quebrou as estátuas, e deitou abaixo os bosques e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera, porquanto até aquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamavam Neustã."(2Rs 18,4).

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