O anjo pode produzir efeitos corpóreos maravilhosos. Ele pode, através do movimento que imprime à matéria, produzir mudanças nos corpos, mas de tal forma que apenas se sirva da natureza, desdobrando as potencialidades dela. Assim ele pode, nos homens, favorecer ou impedir a nutrição ou provocar doenças. Mas ele não pode fazer qualquer coisa que esteja completamente acima da natureza, como, por exemplo, ressuscitar pessoas mortas. O anjo tem ainda o poder de favorecer ou impedir os movimentos da sensualidade, a delectação, a dor, a ira, a memória e afetar de vários modos os sentidos externos e internos, isto é, os cinco sentidos, a memória e a imaginação. Do mesmo, modo o anjo pode aguçar a força da inteligência e, de um modo indireto, mover quer o intelecto — excitando imagens na fantasia ou propondo questões — quer a vontade, solicitando-a para que escolha algo. O anjo pode formar para si um corpo com o qual aparece aos homens como, por exemplo, o arcanjo São Rafael fez com Tobias.  Santo Agostinho diz que os anjos aparecem aos homens com um corpo que eles não somente podem ver, mas também tocar, como é provado pela Escritura (Gen 18, 2ss; Lc 1, 26ss; At 12, 7ss; o livro de Tobias).

O anjo move o corpo que assume, como nós poderíamos mover um boneco, dando a impressão de que ele está vivo, fazendo-os imitar os movimentos do homem. Quando São Rafael parecia comer na companhia de Tobias, ele apenas fazia o corpo do qual estava se servindo mover-se como faz um homem nessa circunstância, mas sem consumir o alimento. Os espíritos angélicos não podem fazer milagres propriamente ditos, mas sim coisas maravilhosas, que ultrapassam o poder humano, não porém o angélico. Por exemplo, graças ao seu poder e conhecimento extraordinário, podem curar doenças, restituir a vista a cegos (Tob 11, 15); fazer prodígios como elevar uma pessoa e carregá-la pelos ares (Dan 14, 15), fazer falar serpente (Gen. 3, Iss), etc.








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