Queridos irmãos e irmãs, a liturgia nos faz participar e experimentar o amor e o perdão de Deus. Cada vez que participamos dela nós renovamos a nossa vida interior e melhoramos como membros de uma comunidade viva de fé em Cristo. Deus sempre nos chama para estar com Ele numa vida renovada de graça e santidade.
A liturgia bíblica, desse quarto domingo da quaresma, nos faz entrar em contatos com os caminhos de reconciliação que Deus nos dá. São momentos de graças e de bênçãos. Devemos aproveitar e sermos criaturas novas. Se reconhecermos os nossos pecados e nos arrependermos para poder viver uma nova vida, nós estamos dando um grande passo para a nossa edificação como filhos e filhas amados de Deus.
No livro de Josué, nós encontramos a iniciativa de Deus, que se reconcilia com o seu Povo. O contexto da época é que Israel celebra agora a Pascoa, na terra prometida, que Deus deu a todos que fizeram aliança, após a saída do Egito. A caminhada no deserto houve muitos nascimentos e estas crianças fizeram agora a circuncisão, que é o sinal da aliança e de pertença ao Povo escolhido e eleito por Deus . Desse modo, a celebração da pascoa marca o recomeço e inicio de uma vida nova, na liberdade, na comunhão com todos e com Deus da vida. Nós devemos aproveitar esse tempo de quaresma, renovando a nossa pertença a Igreja e a Deus e desse modo, vivendo uma nova vida para celebrar bem a Pascoa do Senhor. O que podemos libertar em nossa vida, em nosso trabalho, em nossa família e no mundo para que possamos ser um Povo novo de Deus em Cristo?.(cf. Jos 5,9a.10-12)
Na segunda carta aos coríntios, Paulo nos dá esse lindo hino que ouvimos nesta liturgia que enaltece a Misericórdia de Deus, que nos deu um grande presente que é a  vida em Cristo e nos exorta: "DEIXAI-VOS RECONCILIAR com Deus". (cf. 2Cor 5,17-21)Assim, queridos irmãos e irmãs, devemos aceitar esse convite de reconciliar com o Deus da vida em Cristo, que veio até nós, mostrando o caminho que nos leva a mudar de vida, isto é, do pecado para a vida da graça. Nós devemos estar em paz com os nossos irmãos e irmãs no caminho do amor e perdão que nos leva a vida plena. O que eu posso fazer para que possamos ser participante de uma família unida em Cristo?
O evangelho de Lucas nos fala do episodio onde o Pai se reconciliou com o filho, que pegou a sua parte da herança, saiu de casa, se arrepende e retorna ao lar; mas também nos mostra o convite para estar reconciliados com todos numa festa do Perdão. (cf. Lc 15,1-3.11-32). Os fariseus e escribas não entendiam a atitude de misericórdia de Jesus para com os pecadores e marginalizados daquela época, por isso ele os criticavam. Mas Jesus lhes fala em três parábolas: a ovelha e a moeda de valor perdidas e passagem do filho prodigo. Jesus revela para nós que Deus vai à procura do que está perdido para que entre em comunhão com Ele novamente, isso traz vida em abundancia para nós.
Na cena do filho pródigo, notamos que o filho mais novo pede a sua parte da herança e parte para longe. É uma atitude de egoísmo e individualismo, pois ele não pensou no pai e nem na família.
Ele parte, mas gasta tudo e passa necessidade. Não tinha o que comer mais, pois nem o alimento dado aos porcos não sobravam para ele. Isso é degradante, mas ele reflete e arrepende-se de ter largado o Pai. Lá os empregado estavam em melhor condição, por isso, ele volta e para pedir ao pai que o trate com empregado, pois ele pecou muito contra todos. No retorno, antes d ele chegar, o Pai já o avistou de longe e foi ao seu encontro, mas não o deixou falar, dando lhe abraço e perdão, depois, fez uma festa, dando roupas novas e direito ao anel de dignidade ao filho, pois ele estava morto agora vive na graça do amor e do perdão do Pai. O filho mais velho se fecha no seu mundo e critica atitude do pai, pois não percebe o amor e a misericórdia que devemos ter para com os que erram e pedem perdão.
Assim, muitas vezes, nós procedemos como o irmão mais velho, negamos o perdão e uma chance para aqueles que erram, achando que somos melhores e superiores. A lógica de Deus é diferente. Jesus veio para nos resgatar e nos tirar do pecado que não deixa ser livre e viver como pessoas libertas e cheias de vida plena em Cristo numa vida nova que transborda a beleza de Deus em nós.
Que esta liturgia nos abra o coração para o amor e perdão que nos faz acolher todos mesmos os que erram e se arrependem para viver em uma vida em comunidade de família, de Igreja e do mundo. Amém

Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha

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