São José adicionado aos cânones: termina uma espera de 50 anos
Entrevista com o pe. Tarcisio Stramare, OSJ, diretor do Movimento Josefino
Por Jose Antonio Varela Vidal
ROMA, 28 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Há poucos dias, o papa Francisco deu ao mundo a alegria de ter o nome de São José, o esposo de Maria, mencionado em três das orações eucarísticas da missa do rito romano, tal como proposto pela Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos.
Para aprofundar o conteúdo desta decisão, ZENIT entrevistou o pe. Tarcisio Stramare, dos Oblatos de São José, diretor em Roma do Movimento Josefino, instituição que estuda e medita sobre a figura salvífica de São José, muitas vezes não compreendido a contento pelos estudos catequéticos e teológicos.
Pe. Tarcisio, como você recebeu esta nova determinação do papa Francisco? 
Pe. Tarcisio: Para ser honesto, eu a recebi como um ato que era "devido" e estou grato ao papa Francisco por esta decisão.Levando em conta que João XXIII tinha determinado inserir o nome de São José no cânone romano, que era então o "único" cânone, parecia lógico que quaisquer outros cânones seguissem a mesma regra.
O que o papa quer nos dizer com esta decisão? 
Pe. Tarcisio: Eu acho o papa Francisco quis encerrar uma espera que já durava mais de 50 anos.
Por que essa referência explícita às orações II, III e IV do cânone romano? 
Pe. Tarcisio: Provavelmente por causa da terceira edição típica do Missal Romano. O silêncio sobre "outros" cânones, existentes ou futuros, sugere uma interpretação diferente.
Era necessária uma intervenção assim? 
Pe. Tarcisio: O texto do decreto especifica as razões da inclusão. Além da santidade de São José, é mostrado em especial o seu papel no plano da salvação: o cuidado paterno de Jesus, o status de "chefe da família de Jesus", o cuidado carinhoso da Mãe do Filho, o compromisso com a educação deJesus Cristo, a proteção da Igreja.
O papa destacou a condição de São José como marido. Por quê? 
Pe. Tarcisio: Porque o título de "esposo" é essencial tanto para honrar a maternidade de Maria quanto, em particular, para garantir a ascendência davídica de Jesus, que é necessária para o título de "Cristo", conforme ensinado pelo evangelista Mateus.
Portanto, sem São José... 
Pe. Tarcisio: Sem São José, também não haveria "Sagrada Família", nem "mistério salvífico", que coloca São José junto com Maria na ordem da união hipostática! A exortação apostólica do papa João Paulo II é explícita a esse respeito. A pastoral da família precisa urgentemente aprofundar esta doutrina.
Você acha que haverá um crescimento na devoção e no culto de São José, agora? 
Pe. Tarcisio: A devoção do povo cristão a São José sempre existiu e está bem estabelecida, como é expressamente reconhecido no decreto. A liturgia e os documentos do magistério honram convenientemente São José. O que está faltando é o apoio dos teólogos e dos catequistas, que continuam a considerar irrelevante o papel de São José no mistério da Encarnação. 

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