O amor doado no serviço aos irmãos na celebração da Eucaristia



Na quinta –feira tivemos início do Tríduo Pascal na qual revivemos e celebramos os mistérios principais da nossa fé católica. Desta vez foi diferente, tivemos que acompanhar via internet ou pelas mídias católicas.  Sabemos que toda missa é Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Na Quinta-Feira Santa, nós temos a Ceia da Despedida. Jesus nos dá o Pão da Vida, nos mostra o serviço aos irmãos no Lava-Pés e ainda celebramos a Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio Ministerial. Graças a Deus nós acompanhamos esse início de tríduo pascal com fé e numa presença espiritual.

As leituras bíblicas nos mostram um Deus fiel a todos que O procuram e confiam Nele. O povo judeu, antes de sair do Exílio, no Egito, marca os portais com o sangue do cordeiro e faz uma refeição rápida com pão ázimo e come ervas amargas. Este acontecimento sempre foi celebrado pelo Povo de Deus até a Última Ceia, em que Jesus a celebrou com seus discípulos e inaugurou um novo tempo e uma nova aliança eterna. Nós, nesse tempo de pandemia devemos aprender despojar-se para podermos ir ao encontro de quem precisa de uma palavra de conforto, de amor e de esperança
E´ muito bom rever as palavra do nosso Papa Bento XVI, hoje emérito, para entendermos melhor o mistério que celebramos.

Assim ele nos diz:“O nosso hoje entra em contato com o hoje de Jesus na Ceia. Ele faz isto agora. Com a palavra “hoje”, a liturgia da Igreja quer induzir-nos a olhar com grande atenção interior para o mistério deste dia, para as palavras com que o mesmo se exprime. Procuremos, pois, escutar, de maneira nova, a narração da Instituição da Eucaristia, tal como a Igreja, com base na Escritura e contemplando o próprio Senhor que a formulou” (Cf. Homilia do Santo Papa Bento XVI na Quinta-Feira Santa, dia 09 de abril de 2009).

Em referência ainda o que el diz, podemos fazer uma síntese da importância da Igreja reunida, pastores e o seu rebanho, unido na palavra de Deus e na Eucaristia.

Hoje Jesus é o novo Cordeiro imolado, na cruz e alimentado na Ceia Eucarística. A Páscoa cristã é também a celebração da Libertação, da partilha, da preservação da vida, Memorial dos feitos de Deus à humanidade. A Eucaristia é perpetuada em todo tempo no Sacerdócio da Igreja. Na missa, não é uma narração autônoma e repetitiva, mas é a atualização da Instituição da Eucaristia por Jesus no cenáculo com seus discípulos, e que esse mistério do pão e do vinho se converta para nós no Corpo e Sangue de vosso amado Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. A Igreja orantes fixa o olhar nas mãos e nos olhos do Senhor. Quer, de certo modo, observá-Lo, quer perceber o gesto do seu rezar e do seu agir naquela hora singular, encontrar a figura de Jesus por assim dizer também através dos sentidos.

Com essas afirmações e ainda com as palavras do Papa emérito em 2009, fazem com que possamos refletir e interiorizar importância das celebrações eucarísticas que participamos. Nesse momento impar da nossa história cristã e mundial estamos privados do aconchego e da presença dos irmãos em comunidade.
“Ele tomou o pão em suas santas e adoráveis mãos…”. Olhamos para aquelas mãos com que Ele curou os homens; mãos com que abençoou as crianças; mãos que impôs sobre as pessoas; mãos que foram cravadas na Cruz e que para sempre conservarão os estigmas como sinais do seu amor pronto a morrer. Agora somos nós encarregados de fazer o que Ele fez: tomar nas mãos o pão para que, através da oração eucarística, seja transformado. Na Ordenação Sacerdotal, as nossas mãos foram ungidas para que se tornassem mãos de bênção. Peçamos ao Senhor que as nossas mãos sirvam cada vez mais para levar a salvação, levar a bênção, tornar presente a sua bondade (Cf. Homilia do Santo Papa Bento XVI na Quinta-Feira Santa, dia 09 de abril de 2009).

No seu Evangelho, São João refere-nos, mais amplamente do que os outros três evangelistas e com o seu estilo peculiar, os discursos de despedida de Jesus, que se apresentam quase como o seu testamento e a síntese do núcleo essencial da sua mensagem. No início destes discursos, aparece o Lava-Pés, no qual o serviço redentor de Jesus em favor da humanidade necessitada de purificação é resumido num gesto de humildade (Cf. Homilia do Santo Papa Bento XVI na Quinta-Feira Santa, dia 02 de abril de 2010).

O ato de lavar os pés dos apóstolos nos convida a sairmos do nosso comodismo e ir ao encontro de outros que precisa dos nos serviços de ajuda e saneamento da dor com práticas que chegam para atender necessidade de todos principalmente os que mais sofre e os que estão invisíveis aos nossos olhos devido a ganância e desprezo da sociedade consumista e materialista do nosso tempo.

Jesus, Mestre e Senhor, despoja do manto, pega uma bacia e põe a lavar os pés dos discípulos. Esse gesto é o sentido de entrega, de serviço e de amor aos irmãos. Assim, a cruz de Cristo tem sentido no amor extremo de Deus por nós. É um gesto simples e muito significativo, pois Jesus nos ensina a nos despojarmos do nosso egoísmo e autossuficiência e colocarmos a serviços do outro que necessita de nossa ajuda.

Esse gesto de Jesus que foi renovado e repetido por nós deve ser lembrado e vívido por todos que querem seguir Jesus. Devemos sair do nosso egoísmo, do nosso comodismo para servir os outros no amor despojado, sem querer privilégios ou tirar vantagens nos serviços prestados à Igreja, na comunidade ou na sociedade.

Que a partilha, o amor, o perdão, a solidariedade estejam no nosso meio, isto é, na Igreja, na Família e na Sociedade. Que a dor seja amenizada pela solidariedade de todos. 

O papa Francisco, na celebração da ceia do Senhor, mostrou a importância do sacerdócio e do sacerdotes que imolam a sua vida a for da Igreja e dos irmãos e ainda nos fez um alerta que devemos pensar nas nossas práticas de Igreja do Senhor: O Papa na sua homilia enfatizou três palavras que são três realidades no centro da Quinta-feira Santa: a Eucaristia, o serviço, a unção. O Senhor quer permanecer conosco, na Eucaristia, disse Francisco, e nós tornamo-nos o seu tabernáculo. Jesus, prosseguiu, chega a dizer que "se não comermos o seu corpo e não bebermos o seu sangue, não entraremos no Reino dos Céus". 

Mas para entrar no Reino dos Céus é necessária também a dimensão do serviço e Francisco continuou: Servir, sim, todos. Mas o Senhor, nessa troca de palavras que teve com Pedro, fá-lo compreender que para entrar no Reino dos Céus deve deixar que o Senhor nos sirva, que ele seja o Servo de Deus servo de nós. E isto é difícil de compreender.

Tudo por Jesus Nada sem Maria

Amém!

Jose Benedito Schumann Cunha

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