Aspirai aos dons espirituais



Corinto era uma cidade portuária muito grande, rica, movimentada, de muito comércio. Ao mesmo tempo, era pagã, cidade de muita degradação e depravação.
Corinto era uma Sodoma, uma Gomorra. Tanto que as matronas de Corinto, as damas importantes da cidade, quando recebiam os seus hóspedes, achavam que era natural, até mesmo de bom tom, dormir com eles.
Mas o Evangelho entra com muita unção em Corinto: e é impressionante que Paulo tenha ido para Corinto depois do seu fracasso em Atenas. Ele fracassou no Areópago ateniense, indo em seguida para Corinto, muito humilde, muito simples.
Foi aí que a unção do Senhor penetrou naquela cidade e a transformou.
São Paulo escreveu duas importantes cartas aos Coríntios. Abra sua Bíblia na Primeira Epístola aos Coríntios 1,1-7:
"Paulo, chamado a ser apóstolo de cristo Jesus pela vontade de Deus, e Sóstenes, o irmão, à Igreja de Deus que está em Corinto, aos que foram santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos com todos os que invocam em todo lugar o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso; a vós, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo. Dou graças a Deus sem cessar a vosso respeito, pela graça de Deus que vos foi dada em Cristo Jesus.
Porque nele fostes cumulados de todas as riquezas, todas as da palavra e todas as do conhecimento. É que o testemunho prestado de Cristo se confirmou em vós, de tal modo que não vos falta nenhum dom da graça, a vós que esperais a revelação de Nosso Senhor Jesus Cristo".
Não faltava dom algum à comunidade de Corinto. O objeto da carta é pôr as coisas no lugar, acabar com os desvios e abusos cometidos.
Já no início, Paulo fala das divisões da comunidade. Vai apontar no cap. 3 a verdadeira causa das dissenções. No cap. 5, o que está escrito no título é: "Um caso de imoralidade". Havia escândalos na comunidade, e qual é o primeiro deles?
comunidade com graves problemas!
Mas, não obstante todos esses problemas comunitários, não faltava dom algum. Justamente porque aquela comunidade tinha problemas, Deus dispusera que lá também estivessem todos os dons, porque se tratava de uma comunidade que veio do paganismo, da corrupção, da depravação. Era preciso que não lhe faltasse dom algum, para que homens, mulheres e jovens fossem evangelizados. Era preciso que estivessem cheios do Espírito Santo.
"É ele também que vos confirmará até o fim, para que sejais irrepreensíveis no Dia de Nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Cor 1,8).
Hoje o senhor quer que as sodomas e gomorras que são as nossa cidades, que as "coríntios" que são as nossas cidades, sejam mergulhadas no Espírito Santo, que não lhes falte dom algum, enquanto aguardam a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Era isso que Paulo dizia naqueles tempos. Hoje o Senhor está à porta.
"Entra Senhor Jesus"
Ele está perto, muito perto mesmo. Claro que, para Deus, mil anos são como um dia, e um dia são como mil anos. Por isso é que se faz necessário que estejamos suficientemente convertido.
E enquanto aguardamos a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo, precisamos dos dons do espírito para a nossa transformação pessoal. A noiva precisa estar preparada para quando o esposo chegar. A noiva é a Igreja, a noiva somos nós, reunidos hoje. A noiva não é uma pessoa, a noiva é um corpo. A noiva somos nós que fomos trazido da rua para a sala do banquete. Deus foi nos buscar nas encruzilhadas da vida e nos trouxe para sala do banquete da festa do seu filho que está para chegar. Somos a noiva aguardando o esposo.
Há ainda muitos irmão na rua. Somos enviados a buscá-los; este é o nosso trabalho: ir e voltar. Estamos na sala, já temos um lugar garantido. Nosso trabalho é ir e voltar, trazendo irmão para a sala do banquete, para que todos aqueles que são do Senhor e querem aceitar os seu convite venham. Façamos esse trabalho, por nossos irmãos machucados e feridos, amarrados, presos, escravizados pelo inimigo.
Escravizados a todo tipo de pecados, vícios e prisões. Prisões da mente, dos corações, da incredulidade. Para que eles possam vir, são necessário os dons, e todos os dons. Os dons são ferramentas com as quais libertaremos nossos irmãos.
Oremos juntos:
Eu sou salva-vidas e preciso salvar os meus irmãos. Para isso, necessito de ferramentas poderosas, os dons do Espírito Santo. Eu quero, Senhor, eu preciso, Jesus, de todas essas ferramentas, sem exceção, para salvar os meus irmãos.
Os dons são ferramentas. Na nossa própria casa, há gente morrendo de sede, sede de Deus. Gente morrendo de fome, fome de Deus. Gente, dentro de sua casa, que talvez durma na sua própria cama. Que dorme junto com você, mas está morrendo de fome, de sede. Nós não podemos negar ajuda a esses irmão. Você não pode negar a seu marido, esposa, filhos, aos seus pais, a sua mãe, o poder do Espírito Santo; eles necessitam Dele.
Não nos será possível livrar nosso irmão só com o nosso trabalhinho, com a nossa exortação. Se não for pelo poder do Espírito Santo, por meio dos dons do Espírito, não o conseguiremos.
Diga comigo:
Vem, Senhor Jesus. Vem agora com o teu Espírito, com poder.
Vem com os dons espirituais, ferramentas para a salvação de todos os nossos irmãos. Eu sou um salva-vidas, preciso dos dons do Espírito Santo.
No cap. 12 da Primeira Epístola aos Coríntios, S. Paulo vai falar claramente a respeito dos dons. Uma vez que não faltava dom algum àquela comunidade, era possível falar sobre eles.
"A respeito das manifestações do Espírito, eu não quero, irmãos, que fiqueis na ignorância" (1 Cor 12,1).
Eles já tinham os dons espirituais, mas era preciso que os conhecessem.
No cap. 14, S. Paulo insiste:
"Procurai o amor; aspirai às manifestações espirituais, sobretudo à profecia" (1 Cor 14,1).
Este versículo é muito precioso, porque S. Paulo é claro: "Procurai o amor".
Claro que temos de procurar o amor, o dom mais importante. Mas vejamos a continuação:
"Aspirai às manifestações espirituais".
"Aspirai", este termo é a chave da questão. Tanto quanto é preciso procurar o amor, é preciso aspirar aos dons espirituais.
Com o mesmo empenho com que se procura o amor, é preciso aspirar às manifestações do Espírito . "Aspirai às manifestações espirituais", diz S. Paulo: queiram-nas, busquem-nas, tanto quanto procuram o amor.
Alguns, com falsa humildade, dizem: quero praticar o amor ao próximo na forma de caridade porque sou uma pessoa boa, santa. Não preciso de dons espirituais, de carisma, sou uma pessoa humilde, quero continuar humilde. Não se trata disso. É ingenuidade, ou orgulho, pensar que é possível, sem ferramenta alguma, salvar os irmãos. Sabemos que para salvar os que estão soterrados sob os escombros deste mundo precisamos buscar todos os dons espirituais.
Não temam os dons!

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