Vários já foram artigos que solucionaram questões polêmicas suscitadas acerca deste tema e outros, conexos, por nossos irmãos cristãos separados. Neste presente artigo, mostraremos outros dados concretos que afirmam, sem delongas, que a Igreja não foi fundada por Constantino ou qualquer outro ser humano comum, mas pelo próprio Cristo.

Além das determinações de Jesus sobre Pedro e seus apóstolos e as narrativas biblico-históricas sobre o início da Igreja Católica, a liderança de Pedro nos Atos dos Apóstolos é notória e já foi alvo de artigos de nosso site.

Exemplificando, podemos resumir:



1) Jesus fixa o olhar em Simão e o denomina Rocha; (Jo 1,42)

2) Jesus entrega as chaves do reino de Deus a Pedro-Rocha; (Mt 16,16s)

3) Jesus promete edificar sua Igreja sobre ele (Mt 16,16s);

4) Jesus socorre a Pedro contra Satanás, pois Cristo o escolheu (Lc 22,31);

5) Determina sua autoridade sobre os demais (Lc 22,32b);

6) Confirma Pedro como pastor de seu rebanho ( Jo 21,15-17).



Isto sem mencionar as passagens dos Atos dos Apóstolos em diante. As declarações bíblicas indicam a autoridade de Pedro, como podemos ver em At 2,14s; At 5,15; At 3,6 At 15,6; At 16,4; At 4,8. São Paulo, por exemplo, teve revelação direta de Jesus e, nem por isso, não se submeteu à autoridade de Pedro e demais apóstolos, incluindo indo a Jerusalém para dirimir dúvidas. Isto prova, também, biblicamente, a autoridade da Igreja e o primado de Pedro: “Originou-se então grande discussão de Paulo e Barnabé com eles, e resolveu-se que estes dois, com alguns outros irmãos, fossem tratar desta questão com os apóstolos e os anciãos em Jerusalém”(At 15,2).



Além dos diversos abusos e acusações infundadas dos protestantes, alguns costumam dizer que a Igreja Católica foi fundada por Constantino. Outros vão mais além e dizem que foi Teodósio, no século IV. Para os católicos desinformados, a certeza das rígidas frases de alguns irmãos separados os fazem até acreditar nestas mentiras descabidas. Aliás, o tentador é o pai da mentira.



Não existem provas históricas que confirmam isto. Muito pelo contrário. Existem provas cabais, históricas, que confirmam que a Igreja Católica já existia, inclusive com este nome, antes do surgimento dessas pessoas acima mencionadas.



Os fatos são os seguintes:

a) S. Inácio, Bispo de Antioquia. (Mártir em 107 d.C. aprox.), escrevia: "Onde quer que se apresente o Bispo, ali esteja também a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus nos assegura a presença da Igreja Católica" (Aos Esmirnenses 8,2). E ainda: "Segui todos o Bispo, como Jesus Cristo seu Pai, e o presbitério como aos apóstolos; quanto aos diáconos, respeitai-os como a lei de Deus. Ninguém faça nada sem o Bispo, no que diz respeito à Igreja." (Esmirnenses, 8,1). Tal evangelho foi escrito entre 95 e 100 d.C. e é profundamente teológico. Observe como é antigo, contemporâneo às origens da Igreja Primitiva. E católica, como sabemos, quer dizer para todos, universal.

b) S. Ireneu de Lião (202 d.C) dá a lista dos primeiros papas, mostrando a ligação da Igreja ao Senhor Jesus: " Depois de ter assim fundado e edificado a Igreja, , os bem-aventurados Apóstolos transmitiram a Lino o cargo do episcopado... Anacleto lhe sucede. Depois, em terceiro lugar a partir dos Apóstolos, é a Clemente que cabe o episcopado... A Clemente sucedem Evaristo, Alexandre; em seguida, em sexto lugar a partir dos Apóstolos, é instituído Sixto, depois Telésforo, também glorioso por seu martírio; depois Higino, Pio, Aniceto, Sotero, sucessor de Aniceto; e, agora, Eleutério detém o episcopado em décimo segundo lugar a partir dos Apóstolos" (Contra as Heresias III,2,1s). (...) Trata-se de um documento histórico que data de 202 d.C, aproximadamente. S.Irineu ainda fala sobre a autoridade de Roma: “Com tal Igreja, por causa da sua peculiar preeminência, deve estar de acordo toda Igreja, porque nela... foi conservado o que a partir dos Apóstolos é tradição" (Contra as Heresias 3, 2). Todos devem, portanto, submeter-se à Roma, onde o Vaticano foi erguido, sobre o túmulo de Pedro. É claríssimo! Os doze primeiros sucessores do primeiro Papa, historicamente comprovados e a autoridade do Bispo de Roma sobre toda a Igreja. Desde os primeiros séculos, a Igreja teve consciência de que Pedro e seus sucessores tinham uma posição única no tocante à guarda da doutrina e da disciplina cristãs. Ao longo do tempo, com muitos estudos, a definição do primado aconteceu em 1870. Até arqueologicamente falando isto está provado: as escavações realizadas debaixo da basílica de S. Pedro confirmam, em pleno século XXI, estas afirmações. Verificou-se que a basílica construída pelo imperador Constantino em 324 d.C. estava em cima de um cemitério e sobre um terreno que corria em declínio de 11 metros de altura de Norte a Sul. Esta sobreposição exigiu a colocação de uma laje sustentada por pilastras de 5m, 7m e 9m de altura, para assim sustentar sobre tal laje todo o edifício. Tal formato só pode ser explicado pelo fato de que, naquela época, terem certeza de estar construindo sobre o túmulo de São Pedro, pois, se isto não fosse verdade, porque tal preservação e zelo por tão singular cemitério? Outrossim, os arqueólogos encontraram na camada mais profunda das escavações ossos de quase metade de um só indivíduo, robusto, de aproximadamente 65, 70 anos de idade, muito mais provavelmente homem do que mulher, cujas inscrições que o rodeavam rezavam “Pedro está aqui”, “Salve, Apóstolo” e “Cristo Pedro”.

c) Até o título de Papa ao Bispo de Roma é muito antigo. Tertuliano (+220 aproximadamente), no seu livro ‘De pudicitia’ XIII, 7, se lê: "Benedictus papa". Tertuliano continua: "Sem dúvida, é preciso afirmar que as igrejas receberam dos Apóstolos; os Apóstolos receberam de Cristo, e Cristo recebeu de Deus" (De Praescriptione Haereticorum 21, 4).

d) Em 258, aproximadamente, São Cipriano, Bispo de Cartago diz: "A Esposa de Cristo não pode tornar-se adúltera, ela é incorruptível e casta [Cf Ef 5,24-31]. Conhece só uma casa, observa, com delicado pudor, a inviolabilidade de um só tálamo. É ela que nos guarda para Deus e torna partícipes do Reino os filhos que gerou. Aquele que, afastando-se da Igreja, vai juntar-se a uma adúltera, fica privado dos bens prometidos à Igreja. Quem abandona a Igreja de Cristo não chegará aos prêmios de Cristo. Torna-se estranho, torna-se profano, torna-se inimigo. Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe. Como ninguém se pôde salvar fora da arca de Noé, assim ninguém se salva fora da Igreja. O Senhor nos alerta e diz: "Quem não está comigo está contra mim, quem comigo não recolhe, dissipa" (Mt 12,30). Quem rompe a paz e a concórdia de Cristo trabalha contra Cristo. Quem faz colheita alhures, fora da Igreja, esse dissipa a Igreja de Cristo. Diz ainda o Senhor: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10,30), e do Pai, do Filho e do Espírito Santo está escrito: "Estes três são um" (1Jo 5,7). Como poderá alguém pensar que esta unidade da Igreja, decorrente da própria firmeza da unidade divina, e tão conforme com este celeste mistério, pode ser rompida e sacrificada ao arbítrio de vontades opostas? Quem não observa esta unidade não observa a lei de Deus, não observa a fé do Pai e do Filho, não possui nem a vida, nem a salvação." (A unidade da Igreja Católica, VI).

Enfim, Constantino é do século IV e a prova histórica da ininterrupta sucessão papal, de Pedro até Bento XVI, está comprovadíssima.

Se Jesus assiste sua Igreja desde sua fundação, nosso Mestre serie incoerente, um mentiroso, se somente por volta de 1500, escolhesse Lutero para corrigir toda a rota da Igreja. Jesus não disse: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”(Mt 28,20)?

Infelizmente (ou felizmente), é fato comprovado que as igrejas protestantes começaram no século XVI. Não existe a menor menção de algo parecido antes disso. Só existia uma Igreja, e continua existindo, de forma plena: a Igreja Católica. Nada da doutrina foi desvirtuada. A Igreja, assistida pelo Espírito Santo, cumpre o seu papel, preservando a doutrina e administrando os sacramentos instituídos por Jesus. Na Igreja, teremos membros pecadores, o próprio Papa pode pecar em sua conduta pessoal, pois é um ser humano, um filho de Deus. Contudo, a Igreja tem como cabeça o próprio Cristo, e é santificada por Ele. Por esta razão é que temos tantos retornos à Santa Mãe Igreja (luteranos, anglicanos, etc), tantas importantes conversões, tantos acordos teológicos com outras denominações cristãs que apenas confirmam tudo que a doutrina católica preservou desde o início da era cristã.

Paz e Bem!

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