O chamado à santidade que nos é dirigido por Deus “angustia-nos” e nos torna inquietos e sofridos quando olhamos a nossa realidade humana. Gostaríamos de ter nascido santos e não ter que lutar na vida para superar o pecado que nos persegue de todos os lados. Mas nunca devemos esquecer as palavras que Deus dirigiu ao fugitivo Caim, depois de ter matado o seu irmão Abel: “o pecado está à tua porta mas você poderá dominá-lo”.

Temos sempre a capacidade de ser mais fortes do que todos os nossos vícios e pecados. Deus nos dotou de uma inteligência e vontade capazes de vencer todos os instintos do mal. Os santos e santas que a Igreja apresentam para nós são nossos irmãos que viveram antes de nós, que lutaram contra as mesmas paixões e conseguiram ser senhores de si mesmos. A santidade é uma conquista do ser humano que, fortalecido pela graça, consegue vivenciar com radicalidade a Palavra de Deus.

Diante dos santos cada um de nós recobra a coragem para continuar o seu caminho, para vencer o desânimo e para reiniciar em todos os momentos a sua aproximação do mesmo Deus. Há uma frase muito bonita de Santa Teresa Courdec, fundadora das Irmãs do Cenáculo: “não importa que os nossos pés estejam feridos e sangrando, o que importa é caminhar”. Muitos santos foram provados duramente com fortes tentações, outros experimentaram o peso do pecado e por longos anos se debateram entre o vício e a virtude. Mas Deus sempre foi vitorioso. Há outros santos que não conheceram, por uma graça especial de Deus, o pecado mas lutaram para se manterem fiéis ao chamado de Deus.

Os santos e santas são os amigos de Deus e nossos que nos incentivam a sermos fiéis e a caminhar. A perfeição se adquire lentamente. Deus se revela aos pecadores, Ele os seduz com seu amor para que deixem o pecado e se entreguem totalmente ao amor misericordioso.

O apóstolo Paulo experimentou o ódio contra Jesus, mas o amor venceu e ele se tornou o apóstolo mais ousado e corajoso de todos os tempos. Por isso, o maior incentivo à santidade, à perfeição, nós encontramos na carta aos filipenses: “Não pretendo dizer que já alcancei e cheguei à perfeição. Mas eu corro por alcançá-la uma vez que também eu fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, consciente de não tê-la ainda conquistado, só procuro uma coisa: esquecendo o que fica para trás, lanço-me em perseguição do que fica para frente, corro para a meta, para a coroa da vocação nas alturas de Deus em Cristo Jesus. (Fl 3,12-14). Nestas palavras está fundamentada toda a coragem necessária para sermos santos. Sentir-nos seduzidos, arrebatados pelo amor de Cristo, pela sua beleza. Ânimo! Coragem! Corramos para a meta!

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