Santo Graal é uma expressão medieval, utilizada para fazer referência ao cálice utilizado por Jesus Cristo na santa ceia. A palavra "Graal", etimologicamente, vem do latim tardio, "gradalis", que é derivado do latim clássico “crater”, que significa vaso.

Mas a história do santo Graal não é tão clara quanto sua etimologia. Ao contrário, é ambígua, misteriosa e conduz facilmente ao mito e à fantasia. Para constatar isso, basta observar as inúmeras obras literárias e filmes que o Graal inspirou.

Existem várias versões a respeito da tradição do Graal. Uma delas, encontrada nos livros de cavalaria da Idade Média, diz que, após Jesus ter usado aquele cálice na ceia, José de Arimatéia o teria utilizado para recolher o sangue e a água, derramados do lado aberto de Jesus na Cruz. Anos depois, José de Arimatéia o levou consigo para as Ilhas Britânicas, onde fundou uma comunidade de cavaleiros para guardar a relíquia.

Segundo uma outra versão, o cálice da santa ceia é o que se conserva na catedral de Valência, na Espanha. Aquele cálice teria sido levado para Roma por São Pedro onde foi utilizado por seus sucessores até o século III. Mas, no ano 258, devido à perseguição do imperador Valeriano, o papa Sisto II confiou ao diácono Lourenço a guarda da relíquia. Pouco antes de ser martirizado, são Lourenço o enviou, por meio de um soldado, para Huesca, na Espanha. Lá o cálice permaneceu por quatro séculos. Mas sempre que havia algum perigo, o cálice era transladado a outro lugar. Depois de passar por vários lugares da Espanha, foi levado para Valência, ainda no século XV. Na versão de Dan Brown, autor de “O Código da Vinci”, o santo Graal não seria um cálice, mas sim, os restos mortais de Maria Madalena, ou mais precisamente, seu útero, de onde teriam nascido os descendentes de Jesus, os quais, segundo ele, possuiriam sangue real.

Daí decorre uma outra fantasia. No quadro da “Santa Ceia”, de Leonardo da Vinci, a presença do Graal não estava num cálice, mas na pessoa de Maria Madalena. Dessa forma, quem estava à mesa, ao lado de Cristo, não seria João, o discípulo amado, mas Maria Madalena. Como vemos, essa interpretação não passa de ficção fantasiosa. Essa versão que aparece no livro “O Código da Vinci”, está baseada num grande erro. Segundo o autor, Jesus e Maria Madalena foram casados e tiveram vários filhos. A descendência de Jesus seria o verdadeiro santo Graal. Essa interpretação fica muito aquém dos limites de nossa fé e de nossa inteligência.

De todas as versões sobre o santo Graal, a que parece mais convincente parece ser a de que o verdadeiro cálice é o que está na Catedral de Valência. Foi aquele cálice que o papa Bento XVI utilizou em sua visita à Espanha, na celebração do dia 9 de julho deste ano, por ocasião do V Encontro Mundial das Famílias. Também João Paulo II, além de vários outros papas utilizou-o, acreditando ser realmente o cálice que Jesus usou na última ceia. É inegável que Jesus tenha utilizado um cálice na instituição da Eucaristia e que aquela taça seja um objeto histórico e não um mito. Mas, no decorrer da história, o Graal virou símbolo de mistério e fantasia. Disso tudo, o mais importante é a certeza de que Jesus doou seu Corpo e seu Sangue para nos dar a Vida. Assim, toda fantasia e mitos criados em torno ao Graal ficam ofuscados.

O que é o Santo Graal ?

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