“Jesus tendo amado os seus que estão no mundo amou até o fim”. A instituição da eucaristia como rito memorial da nova aliança é certamente o aspecto mais evidente da celebração atual, que, alias, justifica a sua solenidade como uma evocação histórica e figurativa do acontecimento realizado na ultima ceia. Mas a própria liturgia deste dia nos convida a olhar outros dois aspectos do mistério de hoje: a instituição do sacerdócio ministerial e o serviço fraterno da caridade. De fato sacerdócio e caridade estão estreitamente ligados com o sacramento da eucaristia, compreendido em sua globalidade e de modo mais preciso.

A caridade: João salienta o gesto de Jesus lavando os pés dos seus e deixando, como seu testamento em palavra e exemplo, fazer-se o mesmo entre os irmãos. Não ordena repetir um rito, mas fazer como Ele, isto é, refazer em todo tempo e em toda comunidade, gestos de serviço mutuo, não padronizados, mas nascidos da criatividade daquele que é capa de amar, através dos quais se torne gesto de presente o amor supremo do Cristo pelos seus.

Sacerdócio: Dentro de uma comunidade, as relações recíprocas são avaliadas em nível de serviço e não de poder, e encontram sua mais perfeita expressão no momento da ação eucarística. Quem preside a comunidade e é por ela responsável, preside também à eucaristia, reúne-a na oração comum, como a une nas diversas atividades da palavra e do auxilio mutuo. Para ser coerente com seu ministério sacramental, o bispo, o padre e o diácono são os mais próximos do Cristo Servo na consagração total de suas forças e sua vida à atividade eclesial.

Eucaristia: Só participaremos autenticamente da Eucaristia, memorial do sacrifício de Jesus, quando ela for memorial também do nosso sacrifício. Jesus quis estar no meio de nós nas espécies do pão e do vinho, mas não só. Também no corpo eclesial, por isso como nos diz hoje São Paulo na segunda leitura, a presença real do Senhor no pão e no vinho, sobre as quais se diz a ação de graças, se estende, embora de outro modo, à pessoa dos irmãos, especialmente dos mais pobres, pois a Eucaristia vivida é missão recebida. Eu não posso sair de uma missa sem a consciência que tenho uma missão: de levar ao mundo Jesus que nos deu seus representantes da terra, que diariamente ao celebrar o Santo Sacrifício nos envia em missão: lavar os pés uns dos outros.

Para meditarmos hoje: Como tenho vivido a coerência na minha fé que envia-me a levar os pés uns dos outros?

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