Este mês de Agosto estamos com os olhos fitos e corações inclinados para as vocações. E é naturalmente interessante recordar o significado do termo vocação – VOCARE – que em sua origem latina, quer dizer chamado. Partindo desta recordação etimológica, nos dispomos caminhar em buscar de compreender a vocação que p Senhor plantou em cada terreno do coração humano.

No solo de cada história, Deus inegavelmente lançou uma vocação na condição de semente. Junto a Santo Agostinho, gosto de compreender que “Deus só nos pede aquilo que Ele próprio já nos deu. Tudo está nós sob a forma de dom.” Todavia, antes de cultivar os dons que nos deu, é preciso nutrir a certeza de que nossa primeira vocação é a SANTIDADE. Aliás, é ela o terreno por excelência que o Senhor reservou para cada semente vocacional, pois como atesta São Paulo, “Ele nos escolheu antes de toda criação do mundo, para sermos SANTOS e irrepreensíveis sob seu olhar, no Amor” (Ef 1, 4).

À medida que cuidamos do terreno da Santidade, aqueles dons escondidos nas sementes, começam em nós a manifestar-se e produzir os frutos da vocação que o Senhor nos guardou. A adequação desta relação é muito simples, pois Deus é simples em tudo aquilo que faz. Em hebraico, a palavra utilizada para expressar Santo- KADOSH- quer dizer literalmente, aquele que é separado, escolhido. No pensamento hebraico, quando se diz que uma pessoa é santa, não significa que ele é virtuosa, mas sim que ela é escolhida, eleita para manifestar uma maneira diferente de viver,de amar... É aqui , portanto, que a gênesis da primeira vocação humana!

Neste sentido, no horizonte do Cristianismo o terreno da nossa história foi eleito, escolhido e retirado lugar comum para ser SANTO, e deste modo ser consagrado e reservado a acolher os dons que o Senhor generosamente ali desejou lançar. Quando nos dispomos a cultivar este terreno, pouco a pouco descobrimos os dons semeados.. e o bonito é que os frutos são justamente os desdobramentos desta fascinante descoberta. Daí é que entendemos que cada Vocação é semente a ser cuidada no terreno da Santidade, pois, nutridas, o resultado é uma explosão de beleza, quer geram frutos de uma Juventude, Matrimônio, Sacerdócio, Vida Consagrada e Família, vocacionados por Deus a exercer o seu específico.

Do dom que vem de Deus sempre nasce uma responsabilidade humana.O dom nos exige uma resposta. É preciso reagir diante do que recebemos, e uma bonita reação como já dissemos, é o cultivo ao terreno. Desejemos com todo amor cumprir este imperativo, pois cada terreno tem uma semente que lhe cabe. Cuidando daquele primeiro, encontramos esta última. “Portanto, irmãos, cuidai cada vez mais em assegurar a nossa vocação e eleição. Pois, procedendo deste modo, jamais tropeçareis. E assim, vos será aberta largamente a entrada no Reino dos Céus” (II Pd 1, 10-11).

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