Um mártir é uma pessoa que, abraçando sua fé e vivendo a radicalidade do seguimento de Cristo, morre por causa desse ideal. A palavra mártir tem sua origem no grego mártyr, que significa “testemunha”. Provavelmente, sua origem primitiva está em duas palavras do sânscrito: smarâmi, que significa “minha lembrança”, e smrtu, que significa “memória”. O mártir é, portanto, uma testemunha do amor de Cristo.

A Igreja, desde os primeiros séculos, celebra de forma especial o martírio ou testemunho que esses cristãos deram, ao morrer por sua fé na Igreja, em Cristo e em Deus. As comunidades primitivas costumavam venerar o lugar do martírio dessas testemunhas da fé. Posteriormente, surgiu o culto às relíquias desses mártires, espalhadas por diversos lugares, possibilitando que o culto aos mártires se estendesse pelo mundo inteiro.

A data em que a Igreja faz memória de um mártir é a de sua morte. Isso porque através da morte se realizou a plenitude da vida. A morte para os cristãos é a celebração do verdadeiro nascimento. A comunidade celebra o martírio como um ato supremo de fé, e o mártir é apresentado aos fiéis como um modelo de imitação de Cristo.

O Catecismo da Igreja Católica (n° 2473) nos diz que o martírio é “o supremo testemunho dado em favor da verdade da fé; designa um testemunho que vai até a morte”. No sentido cristão, o mártir é a pessoa que dá testemunho de Cristo, morto e ressuscitado, ao qual está unido pela caridade. Para dar testemunho da verdade da fé e da doutrina cristã, o mártir suporta a morte como um ato de fortaleza: “Deixai-me ser pasto das feras, pelas quais poderei chegar à posse de Deus” (Santo Inácio de Antioquia).

Esse tema é bastante comum tanto na teologia quanto na liturgia. No Missal Romano, encontramos os formulários comuns para as missas dos Mártires, que a liturgia coloca depois do Comum de Santa Maria Virgem e antes do Comum dos Pastores, Doutores e demais categorias de santos. Dessa forma, a liturgia revela a importância do martírio. Os mártires são os mais santos dentre os santos.

Os franciscanos Martir em Marrocos:

Enquanto está no poderoso e rico Mosteiro de St. Cruz, Fernando teve a oportunidade de travar conhecimento com alguns frades Menores (do "conventinho" de S. Antão dos Olivais) que iam participar na Eucaristia a St. Cruz, uma vez que eram Frades, contudo não sendo Padres. Os Frades Menores recusavam a riqueza, bem como a posse de grandes conventos, já que achavam ser um obstáculo à aproximação ao povo, e ser uma demonstração de ambições mundanas, o que contrariava completamente os ideais que Francisco de Assis tinha de Cristo. Desta forma viviam na pobreza, humildade, no serviço e na penitência, contando com a esmola das pessoas para sobreviverem.

Este contacto com os franciscanos certamente alterou algo na forma de Fernando viver o seu amor a Deus.

No entanto o acontecimento decisivo foi em 1220 quando regressaram os restos mortais de cinco mártires franciscanos que tinham estado algum tempo no "conventinho". Berardo, Otão, Pedro, Acúrsio, Adjuto e Vital tinham estado em S. Antão dos Olivais antes de partir para Marrocos na tentativa de acabar com a perseguição que Miralmuminiom Abu Jacub exercia sobre os cristãos. Os primeiros cinco chegaram a partir, mas Frei Vital não pôde partir por motivos de saúde. Fernando muito provavelmente conheceu estes frades enquanto estiveram em Coimbra e ficou muito sensibilizado ao ver os seus corpos decapitados por amor a Deus...

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