Na Tradição da Igreja este domingo recebeu vários nomes: “Páscoa florida”, “Domingo da Paixão in Palmis (nos Ramos)”, “Dia do Hosana”. Um dos nomes mais antigo foi o de “Capitulavium”, porque neste domingo os catecúmenos participavam de uma cerimônia na qual lavavam as cabeças preparando-se para o batismo que iriam receber na Vigília Pascal.
O Domingo de Ramos é a porta de entrada para a Semana Santa e está estruturado em dois atos litúrgicos, a Procissão de Ramos e a Missa com a proclamação da Paixão do Senhor. É importante destacar aqui que é da e na unidade destes dois atos que temos a “chave” e o “olhar” para contemplarmos e vivermos os mistérios da paixão, morte e ressurreição do Senhor celebrados no “Tríduo Pascal” ou “Triduum Sacrum”.

A Procissão de Ramos teve seu início em Jerusalém, no século IV, quando na tarde deste domingo, partindo do Monte das Oliveiras, os cristãos faziam uma procissão solene para comemorar a entrada de Jesus na cidade santa. No século VII esta tradição passou para a Espanha, entrando assim no ocidente, sendo aceita em Roma no século XII.

Com esta Procissão, os cristãos celebram e testemunham publicamen¬te a realeza messiânica de Jesus Cristo. Só nas vésperas de sua morte, Jesus aceita ser publicamente aclamado como o Messias; aceita ser reconhecido como rei. Assim se cumpre a profecia de Zacarias 9,9: Dance de alegria, cidade de Sião; grite de alegria, cidade de Jerusalém, pois agora o seu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montado num jumento.

Após a Procissão, iniciamos a missa que, através da liturgia da Palavra e Eucarística, introduz os fiéis, em cheio, no tema da Paixão. Com a celebração do Domingo de Ramos, a Igreja deseja, portanto, colocar em realce a dinâmica do Mistério Pascal de Cristo: humilhação e exaltação. Esta é a chave para penetrar na admirável misericórdia divina!

Gostaria de terminar este artigo fazendo uso das palavras de Santo André de Creta, que ao falar sobre o Domingo de Ramos afirma: “Portanto, em vez de manto ou ramo sem vida, em vez de folhagem que alegrem o olhar por pouco tempo, mas depressa perdem o seu verdor, prostremo-nos aos pés de Cristo. Revestidos de sua graça, ou melhor, revestidos dele próprio, prostremo-nos a seus pés como mantos estendidos (..) Agitemos nossos ramos espirituais, e aclamemos todos os dias (...) dizendo estas palavras: Bendito o que vem em nome do Senhor, o rei de Israel ”.

Desejo a todos os leitores da revista Ave Maria uma feliz Páscoa! Que no Domingo de Páscoa sejamos capazes de celebrar não só a Ressurreição de Jesus, mas também a nossa própria Ressurreição. É essa realidade que torna a Páscoa a festa da Vida!

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