Luciane

(Série de 3 artigos extraída do Blog Cotidiano Espiritual)


Minha luta é contra mim mesmo!A lei e os profetas duraram até João. Desde então é anunciado o Reino de Deus, e cada um faz violência para aí entrar. (Lucas 16,16.)
ADESTRADOS PELO ESPÍRITO.“Tomai meu julgo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas” (Mateus 11,29)Quantas vezes pedimos: “Jesus, manso e humilde de coração, fazei do nosso coração semelhante ao vosso.”?
Mas o que é ser humilde? O que é ser manso?
Ser humilde é ser capaz de se humilhar. Humilhar-se é agir como se você fosse inferior, é se menosprezar, é ser capaz de se rebaixar ainda que tenha virtudes. Ser humilde é ter a real consciência de sua condição de fraqueza. É reconhecer que seus dons e talentos provêm de Deus. Ser humilde é fazer pelo próximo o mesmo que Jesus faria. Jesus sendo tão santo foi capaz de se abaixar e ficar da mesma estatura de uma prostituta pega em flagrante adultério.
Humanamente para nós é muito difícil ser humilde, pois temos o grave vício de ver as pessoas pelos seus defeitos e qualidades e não pelo que realmente são. Mas, humildade e mansidão, só são adquiridas com a prática. São virtudes a serem trabalhadas.
Ser manso é ser pacífico, sereno, tranqüilo. Gosto muito de alguns outros adjetivos dados à palavra manso, como: domesticado e amansado.
Estes dois adjetivos me fazem pensar nos animais adestrados.
É interessante ver animais como os cães que antes eram tão agressivos, depois de bem treinados, facilmente obedecerem ordens.
Da mesma forma, nós precisamos ser treinados para a mansidão. Se na sua casa ou trabalho você não tem encontrado um ambiente propício para manter a calma, eis uma grande oportunidade para começar a se adestrar. É praticando que aprenderemos a ter serenidade e tranqüilidade. Precisamos ser amansados!
Dizem que há dois tipos de adestradores: Aqueles que adestram os animais na base da truculência, e aqueles que adestram na base do carinho e atenção.
Os animais que são adestrados pelos adestradores truculentos, demonstram medo e inquietação ao ouvirem os comandos, já os que são adestrados pelos carinhosos, demonstram confiança, alegria e prontidão.
Devemos nos deixar amansar pela doutrina de Cristo, devemos permitir e desejar que o Espírito Santo seja nosso adestrador. Necessitamos ser orientados pela palavra de Deus. Jesus diz que seu jugo e sua doutrina trazem repouso às nossas almas.
Já o outro adestrador, o inimigo de nossas almas, na verdade nem nos adestrou. Apenas nos viciou, apenas nos alienou tornando-nos escravos de nossos apetites egoístas. Não é verdade que quando recebemos os comandos dos nossos instintos sentimos tristeza por não termos forças para dizer não? Pergunte para uma pessoa que está acostumada a gritar na hora do nervoso se ela se sente bem quando grita. Claro que não! Se é desconfortável para quem escuta, também é desconfortável para quem grita.
O grande problema é que essas pessoas geralmente não têm noção do dano que seus gritos causam, e se têm, muitas vezes, não sabem como mudar. Essa pessoa caiu no vício e é difícil se desvincular de qualquer vício. Isso ocorre com qualquer pessoa. Pergunte para qualquer indivíduo que tenha algum vício e que tenha consciência do mal gerado pelo mesmo, se ele se sente feliz ao ceder.
Da mesma forma, acontece com as pessoas ressentidas, com as que sofrem com a escravidão de sua sexualidade e tantas outras cadeias. Elas agem, ou melhor, cedem as suas fraquezas como que por impulso, consciente ou inconscientemente, acham que é o melhor a se fazer. É a dita filáucia, o amor de si contra si. A pessoa age visando o bem de si, mas o fruto da ação, na verdade, é o mal de si.
As pessoas precisam entender que necessitam renunciar a si, renunciar a este amor egoísta.
Quando penso em renúncia, também me lembro de Maria.
Como pode uma pessoa renunciar-se a si mesma, aos seus sonhos, colocar em risco sua reputação e a reputação de seu noivo e ainda cantar?
Só mesmo confiando em Deus, só mesmo deixando o Espírito Santo agir. Confie em Deus, confie que o Espírito de Cristo irá te sustentar. Não vai ser fácil, provavelmente será um processo demorado, mas, tenha fé. Sem fé não poderemos agradar a Deus, sem fé não teremos força, não conseguiremos esperar e nem perseverar.
Mas se crermos verdadeiramente, se declararmos de todo coração que renunciamos a nós mesmos por amor de Deus, imediatamente o Senhor começará a agir.
Deixo aqui uma palavra de encorajamento proferida por quem sabe o que é renunciar-se a si mesmo, e muito mais, alguém que venceu a si e venceu o mundo:

“Referi-vos estas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo havereis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo.” (João 16,33)


Por Lucio Marciano - autor do Blog Cotidiano Espiritual)

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