Evangelho segundo S. Mateus 8,18-22.
Vendo Jesus em torno de si uma grande multidão, decidiu passar à outra margem.
Saiu-lhe ao encontro um doutor da Lei, que lhe disse: «Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores.» Respondeu-lhe Jesus: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.» Um dos discípulos disse-lhe: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.» Jesus, porém, respondeu-lhe: «Segue-me e deixa os mortos sepultar os seus mortos.»
Queridos irmãos e irmãs, somos a Igreja que se faz presente no mundo na caridade e na ajuda mutua. Onde houver o irmão em necessidade, tanto de ajuda material ou espiritual, devemos estar prontos para da a nossa contribuição solidária e fraterna a eles. Jesus, o nosso Senhor e Salvador, Ele deu grande exemplo, mesmo sendo filho de Deus não quis as pompas e regalias do mundo para a sua missão. Ele estava pronto para tudo e para todos. Não ficava fechado a grupos religiosos. Políticos e social, mas estava aberto a todos que precisavam da boa noticia da salvação que traz vida em abundancia. Não é privilegio de ter uma vida digna, mas sem opulência, sem desperdício e nem arrogância nos serviços pastorais tantos de leigos como dos pastores. A mesa da Eucaristia é uma lição de humildade e serviço, o mesmo corpo de Cristo alimenta os ricos, os pobres, os fracos e doentes.
Segue o comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787),bispo e doutor da Igreja .8º Discurso para a novena de Natal
«O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça». Deus é a Sua própria riqueza, porque é o bem infinito. [...] Este Deus tão rico fez-Se pobre ao tornar-Se homem, a fim de nos enriquecer a nós, miseráveis pecadores. É o ensinamento muito claro do apóstolo Paulo: «De tão rico que era, Jesus tornou-Se pobre para vos tornar ricos pela Sua pobreza» (2Co 8,9). Como?! Um Deus [...] chegar ao ponto de Se tornar pobre? Com que intenção? Tentemos compreendê-la.
Os bens terrenos não passam de terra e lama; mas esta lama cega de tal modo os homens, que eles deixam de discernir os verdadeiros bens. Antes da vinda de Jesus Cristo, o mundo estava repleto de trevas, porque cheio de pecados: «Toda a carne havia pervertido a sua conduta» (Gn 6,12). Ou seja: os homens tinham obscurecido em si a lei natural gravada no seu espírito por Deus; viviam como animais, preocupados apenas em obter prazeres e bens terrenos, e totalmente indiferentes aos bens eternos. Foi por um efeito da misericórdia divina que o Filho de Deus veio dissipar essas profundas trevas: «Sobre aqueles que habitavam a região da sombra da morte, uma luz resplandeceu» (Is 9,1). [...]
Mas este divino mestre quis instruir-nos não apenas pela palavra, mas também, e, sobretudo, pelos exemplos da Sua vida. «A pobreza», afirma São Bernardo, «estava ausente do céu; encontrava-se apenas na Terra. Infelizmente o homem não conhecia o seu preço e, à partida, não a procurava. Para torná-la preciosa aos nossos olhos e digna de todos os nossos desejos, que fez o Filho de Deus? Desceu do céu à Terra e escolheu-a como companheira de toda a Sua vida.»
Assim a o refletir o evangelho de Mateus e a homilia de Santo Afonso de Ligório, constatamos que é, muitas vezes difícil de entender essa passagem do evangelho em que Jesus nos exorta para dar atenção a nossa vida, pois o capitalismo, o consumismo e o materialismo nos deixam cegos e ávidos por riquezas em demasia, por prestígios e fama a qualquer preço e assim ficamos insensíveis as necessidades dos outros. Ficamos presos por falsas premissas e paradigmas que não combinam com a do nosso Cristo. Se formos cristãos porque cremos Nele e convertemos a Ele de todo coração e de todo nosso ser.
Não se pode contentar com uma vida medíocre de mãos vazias do bem sem interesse para aqueles que estão gritando pela nossa ajuda. Há muitos marginalizados e quase passam despercebidos no nosso coração e fechamos a ele . Peçamos a Deus um coração de carne semelhante a Deus, um coração que sai raios de amor e misericórdia para todos. Quando uma pessoa consegue ver Deus como é, sem nenhuma mascara ou hipocrisia religiosa, então seremos restaurados na sua graça redentora. Temos que pedir a Jesus que nos transforme e que sejamos um diferencial para todos para que haja mais seguidores Dele com disposição e sem se misturar na ganância do ter. Cada pão que vem a nossa mesa para nos alimentar sai do chão sofrido do nosso povo, herói do campo, que são desvalorizados pelo seu trabalho e muitas vezes explorados quando eles propõe vender as suas mercadorias para saciar a fome da sociedade moderna e contemporânea. Que o Reino de cristão se faça serviço e que agradecemos a Deus por tudo que Ele nos dá sem nós merecermos. Amém.
Bacharel em Teologia José Benedito Schumann Cunha 27-06-2011

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