Calúnia e desinformação não afetarão a fé e a esperança
Editorial do Diretor da Rádio Vaticana
Por Federico Lombardi, SJ
CIDADE DO VATICANO, 24 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - A caminhada da Igreja nas últimas semanas de pontificado do Papa Bento XVI, até a eleição do novo Papa, através da "Sé Vacante" e do Conclave, é muito desafiadora, dada a novidade da situação. Não temos - e nos alegramos por isso – que carregar a dor pela morte de um Papa amado, mas não nos foi poupada uma outra prova: aquela do multiplicar-se das pressões e das considerações estranhas ao espírito com o qual a Igreja gostaria de viver este tempo de espera e de preparação.
Não faltam aqueles que procuram aproveitar do momento de surpresa e desorientação dos espíritos fracos para semear confusão e desacreditar a Igreja e o seu governo, usando instrumentos antigos - como a maledicência, a desinformação, às vezes a calúnia - ou fazendo pressões inaceitáveis para condicionar o exercício do dever de voto de um ou de outro membro do Colégio dos Cardeais, considerados indesejáveis por um motivo ou outro.
Na maioria dos casos, aqueles que se colocam como juiz, fazendo pesados julgamentos morais, não têm de fato nenhuma autoridade para fazê-lo. Quem tem em mente em primeiro lugar dinheiro, sexo e poder, e está acostumado a ler com estes parâmetros as diferentes realidades, não é capaz de ver outra coisa nem mesmo na Igreja, porque o seu olhar não sabe fixar-se no alto ou descer em profundidade para acolher as dimensões e as motivações espirituais da existência. O resultado é uma descrição profundamente injusta da Igreja e de muitos dos seus homens.
Mas tudo isso não vai mudar a atitude dos crentes, não afetará a fé e a esperança com que olham para o Senhor que prometeu acompanhar a sua Igreja. Nós queremos, como indicado na tradição e na lei da Igreja, este este seja um momento de reflexão sincera sobre as expectativas espirituais do mundo e sobre a fidelidade da Igreja ao Evangelho, de oração para a assistência do Espírito, de proximidade ao Colégio dos cardeais que se prepara para o difícil serviço do discernimento e da escolha que lhe é pedido e pelo qual motivo principalmente existe.
Nisso nos acompanha em primeiro lugar o exemplo e a retidão espiritual do Papa Bento, que quis dedicar à oração do começo da Quaresma este último percurso do seu Pontificado. Um caminho penitencial de conversão para a alegria da Páscoa. Assim estamos vivendo e o viveremos: conversão e esperança.
* Texto retirado do site italiano da Rádio Vaticano e traduzido ao português por ZENIT
colaboração Bacharel em teologia Jose Benedito Schumann Cunha
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