Estamos celebrando o 3º domingo do tempo da quaresma, esse tempo nos ajuda a entrar em nós com a coragem de mudar de vida para reconciliar com Deus e com todos. A reconciliação é uma caminhada que todos deve fazer
A liturgia bíblica desse domingo nos leva para o caminho da conversão a Deus que é o promotor de nossa libertação, pois Ele é amor. A nossa conversão é um processo longo e corajoso, pois devemos apresentar em nossa vida os frutos da justiça, da paz e do amor aos nossos irmãos e irmãs de caminhada.

No livro do êxodo nos mostra a vocação de Moisés, Deus o chama no sinal da sarça ardente que não se consumia. Ele deixa o rebanho e vai até lá, mas é preciso tirar as sandálias para poder ter o encontro com Deus da vida. Esse pisar na terra é a nossa realidade de pó em que viemos, pois a grandeza vem de Deus e não da nossa vida. Devemos deixar ser conduzidos por Deus. Ele recebe a missão de libertar o Povo que estava sob o julgo dos egípcios. Deus ouviu o clamor do seu povo pedindo ajuda e libertação. Deus atendeu, mas precisa de um instrumento para essa libertação que foi Moises. Isso vai exigir a obediência e decisão de todos para que haja a libertação. Nós na quaresma somos chamados a tirar muita coisa que nos escraviza que não nos deixa ser livre e seguir o caminho de Deus que é vida. (cf. Ex 3,1-8.13-15)

O apostolo Paulo nos lembra dos fatos extraordinários realizados por Deus no deserto em favor do seu povo, através de Moises. Deus envia o mesmo alimento para todos, a agua é servido a todos e a libertação foi experimentada por todos também. Infelismente há murmuração  e não foram fieis a aliança de Deus. Assim sucumbiram sem ver a terra prometida. Se nós não ficarmos ligado a Deus e não vivermos os valores cristãos, que são o amor, a justiça, o perdão, a partilha e a solidariedade, nós não vamos experimentar o Reino de Deus prometido a todos que são fieis a Ele. Não podemos acomodar e nem ficar numa posição tranquila na nossa religião. É ora de agir para o bem de todos em comunhão com o Deus da vida.(cf. 1Cor 10, 1-6.1-12)

       O Evangelho de São Lucas nos faz um apelo à CONVERSÃO. Há nessa passagem dois acontecimentos em que Jesus se posicionou diante da nossa recusa a conversão. Os dois acontecimentos são: a matança feita por ordem de Pilatos e a queda da torre de Siloé.(cf. Lc 13,1-9) Jesus não aceita que esses acontecimentos sejam castigos de Deus, mas um alerta e apelo para a verdadeira conversão aos que sobreviveram destas catástrofes. São sinais que devemos agir no bem e viver uma vida digna de filhos de Deus. Jesus nos fala: "Vocês pensam que eles eram mais pecadores do que vocês?" e ainda nos exorta :"Se vocês não se converterem, morrerão todos do mesmo modo..." Se recusarmos a conversão proposta por Jesus a nós nesse mundo, então viveremos na perdição e longe de Deus.
Jesus nos fala da figueira estéril que por três anos não deu frutos desejados por Jesus. Esta figueira representa à resistência do povo de Israel a conversão, mas Deus espera mais um ano para que haja fruto e se não houver, então via ser cortado. Nós devemos levar a conversão a todos, pois Deus é bom e paciente e espera a nossa conversão nesse ato simbólico de dizer: "Senhor, deixa ainda esse ano.  Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Talvez depois disso, venha a dar frutos..."
Assim, nós devemos acolher o pedido de Deus a nós de conversão de vida. Todos devem transformar para o bem e sair da escravidão do pecado. A família, a sociedade e a Igreja são convidadas a encontrar em Deus o caminho de santidade que leva a dignidade de vida em comunidade de amor, de justiça, de perdão, de solidariedade e de partilha. Assim ninguém fica fora do banquete da vida e poderemos celebrar bem a Pascoa do Senhor que é nossa também.
Bacharel em teologia Jose Benedito Schumann Cunha

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