Domingo de Ramos e da Paixão de Jesus: é a caminhada da nossa Redenção

The Triumphal Entry — Walter Rane

Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando o Domingo de Ramos e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vamos fazer uma nova caminhada nessa semana que se inicia, fazendo a memória da última semana de Jesus na terra e se comprometer mais com a causa do Reino de Deus que Ele nos ensinou e que a Igreja nos alerta sempre para isso. A via crucis de Jesus nos faz pensar e refletir como que o poder, a ideologia política, econômica e religiosa tentam minar a verdadeira causa de Deus. Jesus veio para ensinar aos homens que todos são importantes e devem ser respeitados em seus direitos fundamentais da vida.

Hoje estamos vivendo uma pandemia que atingiu a todos e percebemos como que somos frágeis. Essa situação é para que possamos rever os conceitos e valores que devem ser valorizados em nossa vida e na nossa sociedade.

Na celebração desse domingo está dividido em duas partes importantes. A primeira é a entrada de Jesus em Jerusalém como Rei, mas um Rei diferente que vem montado em um burrinho e aclamado pelo povo, é um Rei que vem para servir e não desfrutar do poder como um usurpador. A segunda parte é a narrativa da Paixão de Jesus. Jesus sabia o que ia acontecer com Ele, mas permitiu isso por amor a humanidade e ainda nos libertar do mal que escraviza o homem no seu mundo particular e coletivo. O maior do mal do homem é o pecado e ele traz a morte que aniquila a realidade de vida.

Ainda presenciamos a ideologia do salve quem puder, esquece muitas vezes das pessoas que vivem como invisíveis da nossa sociedade tanto capitalista como a socialista. São pessoas vulneráveis que são esquecidas na margem da sociedade em que vivemos. Jesus se mostra corajoso, cheio de fé e de um compromisso que selam para sempre a sua missão na terra dado por Deus Pai: de salvar a humanidade e dar o direito à vida eterna novamente aqueles que creem em Jesus, Senhor da vida

A liturgia bíblica nos ajuda a compreender melhor esse mistério de um Deus que se dá vida por toda a humanidade.

No livro do profeta Isaias nos mostra o servo Javé. É o testemunho de quem crê no projeto de salvação e ainda se mostra a fidelidade ao projeto de libertação. As Leituras nos ajudam a viver o clima dos mistérios que celebramos: a figura do servo sofredor nos remete a Cristo. Aqui sabemos que Jesus é a Palavra de Deus encarnada para trazer a todos nós o projeto salvífico do homem e que tem o objetivo de transformar o homem caído pelo pecado para o novo homem livre e com condição de estar em comunhão plena com Deus. (Is 50,4-7)

Na carta de São Paulo aos Filipenses temos esse hino criptológico. Esse hino tem para nós a verdadeira constatação que Jesus é o Filho de Deus que vem ao mundo em obediência a Deus Pai, e é por isso que Ele se esvaziou por completo da sua condição divina para ser o verdadeiro homem que vem mostrar que o caminho para chegar ao Reino de Deus definitivo passa pela cruz, pelo amor doação e pela solidariedade e fraternidade. A sua morte é a exaltação da vida, pois nela se torna o grito que vai permiti a Pascoa definitiva. Sabemos que a morte é vencida e que Jesus vai ressurgir glorioso e vitorioso devido a sua obediência como um servo sofredor que vem por um proposito maior que é o serviço da liberdade e da vida.

Se souber tirar a lição da cruz e da vida de Jesus vamos caminhar tranquilamente para a Pascoa Definitiva que começa aqui no mundo agora. (Fl 2,6-11)


O evangelista São Mateus nos introduz a clima espiritual que deve ser vivido na Semana Santa. Jesus passou fazendo o bem e sem pretensão de usurpação de poder. Foi ao encontro dos marginalizados do seu tempo que era explorado pelos grandes da época. Jesus veio implantar a justiça, o amor e o perdão entre todos. Os que estavam a margem do sistema foram acolhidos e a eles trouxe a oportunidade de ter voz e vez.

Hoje vemos que a nossa sociedade se distanciou desse ideal de Jesus que é vida em abundância par todos. Denunciou os ricos que exploram e os poderoso pela ganância do autoritarismo do eu posso e do eu mando. Essa forma nova de Jesus inaugurada no mundo, mostrou para nós que é possível todos viverem em comunidade, partilhado os bem de acordo com a necessidade de cada um e ainda nos envolver que para todos são dados talentos de acordo com a capacidade de dar fruto. É só comprometer com a vida. Infelizmente há ideologias que manipulam para a manutenção de poder que escraviza e deixa muitos a margem da vida, trazendo, dor, sofrimento e morte.

Nós somos envolvidos ao clima de alegria da entrada de Jesus a Jerusalém, mas que muitas vezes achamos que aderir a Jesus é só uma alegria do mundo que traz prazer, mas ela deve ser acompanhada de sacrifício e de doação pelo outro.

Enquanto que a narrativa da paixão nos mergulha num ambiente de dor ao estremo, da angustia, da ausência de pessoas que acompanharam Jesus e também da presença da mãe que não abandona e dos amigos fieis que ficam em todo momento que Jesus passa. (cf. Mt 26,14-27,66)

Que a lição Paixão de Jesus nos faça comprometer com a crucificação de muitos de nosso irmãos que morrem nos hospitais, na vida e do descaso dos nosso governantes que pensam em manter as regalias do poder pra que todos sejam favorecidos com o direito da vida.

Que esta liturgia nos faça  pessoas novas  que querem comprometer e seguir Jesus na dor, no sofrimento de nosso muitos irmãos e irmãs e que com eles possamos tirá-los da cruz da injustiça e do esquecimento para a vitória da vida que a Pascoa nos traz,

Boa semana santa para todos

Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha

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