Neste 4 de outubro, Solenidade de Nosso Seráfico Pai São Francisco, terão início as comemorações em todo o mundo pelo Oitavo Jubileu de Fundação da Ordem Franciscana. Ou seja, há oito séculos um grupo de doze homens se apresentou ao Papa Inocêncio III para pedir-lhe que reconhecesse e aprovasse seu projeto de vida evangélica, a "Proto-regra". "E depois que o Senhor me deu irmãos, ninguém me mostrou o que deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu deveria viver segundo a forma do santo Evangelho. E eu o fiz escrever com poucas palavras e de modo simples, e o senhor Papa mo confirmou" (Test 14-15).

Este Especial quer indicar alguns textos que podem servir de subsídios para entender este tempo da graça das origens e também para celebrar o Santo que exerce um fascínio tão grande sobre os homens, de tal modo que, São Francisco não é um patrimônio religioso exclusivo da Ordem Franciscana ou da Igreja Católica, mas está além das fronteiras do Cristianismo. Grande parte são textos oficiais ou documentos da Ordem e, para completar, um pouco mais do que se escreve sobre o Poverello de Assis.

O documento da FFB, "Reviver o Sonho de Francisco e Clara de Assis no chão da América Latina e Caribe", conclui magistralmente ao falar deste Jubileu. "Ao celebrarmos 800 anos do Carisma Franciscano temos a ocasião de reacender em nós a chama do carisma, sopro do Espírito, que um dia irrompeu em Francisco e Clara, suscitando em torno deles a numerosa família de irmãos e irmãs, à qual temos a graça de pertencer. Que Francisco e Clara, paradigmas luminosos do peregrinar evangélico, invoquem sobre nós o Espírito que os conduziu, como Elias o invocou sobre Eliseu. E que assim possamos reviver o sonho de Francisco e Clara no chão da América Latina e Caribe: sermos presenças evangélicas, fraternas, densamente humanas, que procuram recriar, neste Continente, uma história parecida com a que eles viveram nos distantes primórdios. E isto, por estarmos, eles e nós, animados do mesmo Espírito e seguindo os passos do mesmo Jesus Cristo, humilde e servidor".

A Carta da Conferência da Família Franciscana (CFF), assinada pelos Ministros Gerais (superiores maiores) de todas as ordens franciscanas, com data de 29.11.2006, lembrou que este duplo movimento – ações de graças pelo chamar novamente a viver o Evangelho e a purificação da memória como reconhecimento das sombras da nossa família – deve nos levar a afrontar o desafio da refundação. “A experiência de oito séculos nos ensina que, como Francisco, temos sempre que retomar de novo o nosso itinerário de penitência evangélica que é a conversão, pôr em prática com gestos concretos para encarnar com a vida, pessoal e comunitária de cada dia, qualquer coisa da novidade e da juventude do Evangelho. Desde o primeiro século da nossa história, não temos cessado de “renascer”. (cf. Jo 3,3), como é testemunhado ainda hoje pelos nossos diferentes ramos e pelas centenas dos nossos Institutos. E é por isto que devemos alcançar as raízes, os “fundamentos”, ou seja, descobrir a maravilha da “força de Deus”, o Evangelho (Rm 1,16), a boa nova do Amor de Deus por nós e da comunhão com Ele, que a nós se oferece. Só sobre tal fundamento se pode construir um edifício sólido, uma verdadeira comunidade em missão na Igreja e no mundo. Este momento de graça - kairós - que vivemos no presente, nos coloca à prova, nos revelando a nossa fraqueza, mas nos convidando sobretudo a contar com o poder de Deus”, conclui.

Por último, Frei Regis Daher, assinala: “O projeto celebrativo da Ordem “A Graça das origens”, propõe para os anos 2008-2009 a meta: “Com espanto e gratidão, celebrar o grande dom de nossa vocação, para que o restituamos através de palavras e da vida” (p.20-21). Talvez este restituir, mais do que uma forma de anunciar (através de palavras) e de cultivar (através da vida) o dom da própria vocação, seja o reconhecimento de que esse dom não nos é dado numa única vez e de forma definitiva, mas que “ainda o recebemos diariamente da generosidade do Pai de toda misericórdia [...] e quanto maior e mais perfeita, mais ao Pai é devida” (TestC 1-4)”.

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Unknown disse... 7 de outubro de 2008 às 20:28

Está muito bom, acho que nem precisa de mais nada.

Obrigado pela visita no meu cantinho das orações.
Abraço

Manuela

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