O Papa: a duplicidade do coração põe em risco a autenticidade do nosso testemunho
No Angelus deste domingo,
Francisco convidou a dizer "não à duplicidade". "Para um
sacerdote, um agente pastoral, um político, um professor ou um pai, esta regra
vale sempre: o que você diz, o que você prega aos outros, seja você primeiro a
vivê-lo. Para sermos mestres críveis, devemos primeiro ser testemunhas
críveis", disse ele.
Papa Francisco rezou a oração
mariana do angelus, deste domingo (05/11), com os fiéis e peregrinos reunidos
na Praça São Pedro.
No Evangelho deste domingo, Jesus
fala a "respeito dos escribas e fariseus, isto é, dos líderes religiosos
do povo". "Em relação a estas autoridades, Jesus usa palavras muito
severas, «porque dizem e não fazem» e «fazem todas as suas ações só para serem
vistos pelos outros»", disse Francisco no início de sua alocução.
A seguir, o Papa se deteve nestes
dois aspectos: a distância entre o dizer e o fazer e a primazia do exterior
sobre o interior.
A distância entre o dizer e o
fazer. "A estes mestres de Israel, que pretendem ensinar aos outros a
Palavra de Deus e serem respeitados como autoridades do Templo, Jesus contesta
a duplicidade de suas vidas: pregam uma coisa, mas, depois, vivem outra",
disse ainda o Papa, lembrando que estas palavras de Jesus recordam as dos
profetas, em particular de Isaías: «Esse povo se aproxima de mim só com
palavras, e somente com os lábios me glorifica, enquanto o seu coração está
longe de mim».
A duplicidade do coração
Este é o perigo sobre o qual
devemos estar vigilantes: a duplicidade do coração. Nós também corremos esse
perigo. Essa duplicidade do coração que põe em risco a autenticidade do nosso
testemunho e também a nossa credibilidade como pessoas e como cristãos.
Segundo o Papa, "devido à
nossa fragilidade, todos experimentamos uma certa distância entre o dizer e o
fazer; mas outra coisa, ao invés, é ter um coração duplo, viver com “um pé em
dois sapatos” sem fazer disso um problema".
Especialmente quando somos
chamados – na vida, na sociedade ou na Igreja – a desempenhar um papel de
responsabilidade, lembremo-nos disto: não à duplicidade! Para um sacerdote, um
agente pastoral, um político, um professor ou um pai, esta regra vale sempre: o
que você diz, o Que você prega aos outros, seja você primeiro a vivê-lo. Para
sermos mestres críveis, devemos primeiro ser testemunhas críveis.
Pessoas "maquiadas" não
sabem como viver a verdade
A seguir, Francisco se deteve no
segundo aspecto que "surge como consequência: a primazia do exterior sobre
o interior".
"Vivendo na duplicidade, os
escribas e fariseus estão preocupados em ter que esconder a sua incoerência
para salvar a sua reputação exterior. Na verdade, se as pessoas soubessem o que
realmente há nos seus corações, ficariam envergonhados, perdendo toda a sua
credibilidade. Então, eles fazem obras para parecerem justos, para “salvar a
face”, como se diz", frisou o Papa.
O truque é muito comum: maquiam o rosto, maquiam a vida,
maquiam o coração. Essas pessoas "maquiadas" não sabem como viver a
verdade. E, muitas vezes, nós também temos essa tentação da duplicidade.
Ser testemunhas críveis do Evangelho
"Acolhendo esta advertência de Jesus,
perguntemo-nos", disse Francisco: "Procuramos praticar o que pregamos
ou vivemos na duplicidade? Dizemos uma coisa e fazemos outra? Estamos
preocupados apenas em nos mostrar impecáveis por fora, maquiados, ou cuidamos
da nossa vida interior com a sinceridade do coração?"
"Dirijamo-nos à Virgem Santa: Ela que viveu com
integridade e humildade de coração segundo a vontade de Deus, nos ajude a ser
testemunhas críveis do Evangelho", conclui o Papa.
fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2023-11/papa-angelus-domingo-jesus-duplicidade-autenticidade-testemunho.html?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=NewsletterVN-PT
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