Jesus Cristo, Filho do Deus Vivo, fundou uma Igreja. Isto as próprias frases bíblicas afirmam cabalmente. Contudo, podemos dizer que a Igreja de Cristo é “católica”?

18. E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
19. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. (Mt 16,18-19)

Para quem desconhece, “católica” não é um nome simplesmente próprio, mas também é uma qualidade. A missão da Igreja surge como expressão desta “catolicidade”. A Igreja, essencialmente, só pode ser católica. Está na sua razão de ser. Ela perpetua a presença de Jesus na história, notadamente no maior dos sacramentos, a Eucaristia. Ela é sinal de Deus no meio dos homens, por isso está em missão.

“Católica” quer dizer “universal”, “para todos os povos e nações”. Jesus queria exatamente isto. A salvação não está destinada somente para os judeus, mas para todos os homens. A Igreja exerce a função de unir os homens a Deus, através, por exemplo, da Palavra Sagrada e dos sacramentos. Estes meios de convocação devem ser “universais”, com o objetivo primordial de atingir todos os seres humanos.

A unidade se dá através de Cristo. E esta unidade implica diretamente na universalidade. Os textos sacros são claros. Deus Pai é pai de todos. Não somente dos judeus. Aí está incutida a catolicidade. Jesus determina que os apóstolos batizem todos os homens, não somente todos os judeus.

Não se deve falar, contudo, em pluralismo de religiões. O pluralismo no sentido religioso é aquele em que não há uma linha de união. A catolicidade não implica “todas as doutrinas para todos os homens”, mas “uma doutrina, um corpo, um só Espírito, para todos os homens”. Jesus não seria incoerente, criando duas doutrinas, pois ambas se excluíriam e não haveria a Verdade como Ele mesmo proclama. O pluralismo positivo não rompe com a unidade – que está relacionada intimamente com a catolicidade -, pois expressões religiosas e vivências diferenciadas não precisam romper com a doutrina e, conseqüentemente, com a unidade.

4. Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança.
5. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo.
6. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos. (Ef 4,4-6)

18. Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra.
19. Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
20. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. (My 28,18-20)

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