Hoje, esta homilia de São João Crisóstomo, foi de singular importância. Muitas vezes cometemos atos e só mais tarde refletimos sobre os mesmos. Acontece às vezes de você abrir o livro de algum dos padres e ler a sua própria situação resolvida ou encaminhada naquelas páginas. Seria muita pretensão acharmos que nossos casos particulares são únicos e especiais, que nunca ocorreram a nenhuma outra pessoa em todos esses séculos de cristianismo.

Se déssemos a devida atenção aos Padres e Santos da Igreja, perceberíamos que muito já foi vivido e discutido por eles, que muito do que ansiamos escutar e discernir já foi explicado e resolvido em dois mil anos de cristianismo.

Partilho com vocês o referido texto. Dou uma dica: texto excelente para meditar logo antes de assistir ao filme de Santa Therezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face. Espero que gostem.


DEVEMOS TRATAR OS INSULTADORES COMO RRACOS E DOENTES

Como é possível, dirão, suportar as injúrias? E eu perguntarei: como é isto impossível? As palavras podem causar feridas? Deixar contusões sobre o corpo? Que mal fazem elas? Se o quisermos, poderemos suportá-las. Tenhamos como lei não sermos afetados por elas e as suportaremos. Digamos a nós mesmos: isto não é ódio, é fraqueza; a prova de que não é ódio nem maldade, é que tal homem desejaria controlar-se, ainda que, muitas vezes, ofendido. Se pensássemos apenas que se trata de fraqueza, suportaríamos, perdoaríamos, tudo faríamos para, por nossa vez, não sucumbrimos. Eu pergunto a todas as pessoas presentes: se o quiserdes, realmente, podeis ser bastante sensatos para suportardes que vos injuriem? Creio que sim. Fostes injuriados involuntariamente, não de propósito, mas sob o efeito coercitivo da paixão; dominai-vos…

Fostes ultrajados, e a ofensa partiu de vosso adversário? Uma razão a mais para serdes conciliadores. «Mas ele é louco e arrogante!». É por isso mesmo que é preciso ir logo ao seu encontro, porque ele sofre de um duplo mal: arrogância e cólera… Vós gozais de boa saúde, vedes com clareza, ao passo que ele está nas trevas, por causa da sua dupla paixão. Visto que estais livres destes males e gozando de boa saúde, ide a ele como o médico vao ao doente. Já ouviste um médico declarar: esse homem está mal, não vou vê-lo? É sobretudo num momento destes que os médicos se deslocam, quando vêem um doente sem condições de ir procurá-los; eles se preocupam menos com os que podem caminhar, considerando que seu estado de saúde é menos grave; o mesmo não acontece com os que não podem levantar-se da cama. Não parecem o orgulho e a cólera mais terrívies que uma enfermidade?

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