Pouco antes de escrever este artigo, li na internet a notícia de que uma comissão de médicos acaba de reconhecer um milagre realizado por intercessão do Papa João Paulo II. A religiosa francesa Marie Simon-Pierre foi curada do mal de Parkinson depois de ter rezado e pedido ajuda a João Paulo II nos meses após a morte do santo padre, em 2 de abril de 2005.

Certamente, diante da cura os médicos reconheceram algo extraordinário. Geralmente o milagre é algo maravilhoso. Muitas vezes, diante de algum fato espantoso ou que parece contrário às leis da natureza, costumamos dizer que estamos diante de um milagre.

Segundo a enciclopédia católica New Advent, a origem da palavra milagre remonta à mirus, que significa “espantoso, estranho, maravilhoso”. De mirus veio mirari (espantar-se, olhar com espanto, mirar, olhar) e admirari (olhar com espanto respeitoso, com veneração). Portanto, milagre (miraculum) significa o olhar espantoso diante de algo maravilhoso. Ou seja, o milagre é algo que causa admiração.

Na língua latina existe apenas uma palavra para expressar essa realidade: miraculum. É por isso que a Bíblia Vulgata (é a tradução para o latim da Bíblia, escrita entre fins do século IV e início do século V, por São Jerônimo) chamou a todas as manifestações prodigiosas de Jesus de milagres. Em grego existe uma definição mais clara para distinguir as diferentes intervenções sobrenaturais. Para isso são usadas quatro palavras: semeion, terata, dynameis e erga.

Nos evangelhos existem cerca de 20 milagres de Jesus. Esses milagres são na verdade “sinais” que expressam uma mensagem, acompanham a palavra de Jesus e a confirmam. Segundo muitos dos teólogos, trata-se de uma linguagem concreta, uma forma visível de anunciar a Boa-Nova e o cumprimento da esperança messiânica.

Diante de tantos fatos maravilhosos que podemos ler nas linhas da História e também nos dias atuais, o que realmente importa é o significado de cada milagre e não o milagre em si. Por exemplo, nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas encontramos o relato do milagre da tempestade acalmada por Jesus. Diante desse fato, os discípulos perguntam: Quem é este homem a quem até os ventos e o mar obedecem? (Mateus 8,27).

Assim entendemos que o milagre não é apenas “algo inexplicável pelas leis naturais”, mas sim um “sinal” de Deus, através do qual é enviada uma mensagem à humanidade. Embora possa haver intervenções humanas, o milagre sempre é uma manifestação de Deus. E não acontece a toda hora como vários canais de televisão fazem parecer.

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