Deus nos fez para a felicidade e ela se faz presente na vida do homem e da mulher na saúde e no bem estar adquiridos com salários dignos, com uma educação e saneamento básico adequado. As escolhas que fazemos muitas vezes nos trazem doenças, aborrecimento e o mal. Um dos males do nosso tempo é o egoísmo, a falta de amor e solidariedade. Vivemos numa sociedade da competição e da ganância. Quem tem muito quer ter mais e não permite que os pequenos tenham o mínimo para sobreviver. Estamos numa sociedade capitalista que sacrifica o trabalho com menores salários em favor do lucro. Muitos ficam a margem da saúde, da moradia, de uma condução digna, de uma educação que promova e prepara a pessoa para uma qualificação adequada. Deus vem ao encontro dos doentes e dos excluídos para darem o melhor que é a saúde restabelecida, a dignidade como pessoa e a sua devida integração na sociedade. Jesus inclui os doentes e os pobres, curando-os para poderem participar da sociedade (1).

O papa Bento XVI encontrou-se na manhã do dia (12/2) com os fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro para a habitual oração mariana do Angelus. O Pontífice comentou o Evangelho deste domingo, que mostra Jesus em contato com a forma de doença considerada, naquele tempo, a mais grave, a ponto de tornar a pessoa ‘impura’ e de excluí-la das relações sociais: a lepra. Bento XVI lembrou que enquanto Jesus pregava pelos vilarejos da Galileia, um leproso veio ao seu encontro e disse: "Se queres, tens o poder de purificar-me!". Jesus não fugiu ao contato com aquele homem, pelo contrário, movido de compaixão, estendeu a mão e o tocou – superando a proibição – e lhe disse: "Eu quero, sê purificado!" (2).

“Neste gesto e nas palavras de Cristo há toda a história da salvação, está encarnada a vontade de Deus de nos curar, de nos purificar do mal que nos desfigura e que prejudica as nossas relações”, afirmou o papa. O papa explicou que neste contato entre a mão de Jesus e o leproso, toda barreira entre Deus e a impuridade humana é abatida, não certamente para negar o mal, mas para demonstrar que o amor de Deus é mais forte do que todo mal. "Jesus se fez 'leproso' para que nós fôssemos purificados", acrescentou. O papa citou a experiência de São Francisco, que só se sentiu purificado quando venceu seu temor e abraçou um leproso. “Naquele momento, Jesus curou Francisco da lepra, ou seja, do seu orgulho, e o converteu ao amor de Deus. Eis a Vitória de Cristo, que é a nossa cura profunda e a nossa ressurreição e vida nova!" (2).

As palavras do papa Bento XVI nos servem como alerta e exortação para nós curarmos da lepra do orgulho e da auto-suficiência. Achamos que a individualidade e o egoísmo de nossa parte vão nos levar a uma realização pessoal e provocar o bem a onde estamos. Muitos gritos do povo vêm até nós, não podemos tornar-se surdos aos que estão famintos e marginalizados na nossa sociedade que visa lucro, prazer e poder. Jesus se fez servo sofredor, assumiu nossas dores e ainda se permitiu morrer na cruz como prova de seu amor extremo a humanidade. O seu poder está no serviço da salvação do homem. Deus se torna amigo da humanidade e quer nos ensinar a escola do amor, do perdão e serviço que vão trazer a paz e a justiça verdadeira. Quando somos solidários e compassivos aos irmãos que sofrem na doença, na violência e toda forma de mal, então vamos ver o Reino de Deus já acontecendo no nosso meio, pois o nosso Deus é parceiro e defensor da vida sempre (1).

(1) Reflexão do Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha
(2) www.a12.com 15-02-2012

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