Queridos irmãos e irmãs, quando pecamos, nós saímos da comunhão com Deus e afastamos Dele e ainda ficamos sem paradeiro, pois só em Deus encontramos sentidos em nossa vida. Jesus sempre bate na porta do nosso coração para que a gente volte ao seu rebanho, pois Ele é o bom Pastor que vai atrás das suas ovelhas.

No livro de Miqueias temos uma exortação que nos fala do pastor que tem o cajado para guiar o seu rebanho. Ele tem a autoridade para com eles, pois são de sua propriedade, mas não se esquece dos dispersos que estão em outros lugares. Esta passagem desse livro nos faz lembrar-se do êxodo e dos prodígios que Deus fez na libertação do Povo, tirando do Egito. Ainda faz com que vejamos a bondade de Deus e a sua misericórdia diante das nossas transgressões, pois Ele as apaga todos os nossos pecados..

Deus não é rancoroso, pois Ele nos ama infinitamente apesar de nossas fraquezas e quedas. Ainda temos esta palavra que nos conforta e nos dá esperança como está escrito: “Voltará a compadecer-se de nós, esquecerá nossas iniquidades e lançará ao fundo do mar todos os nossos pecados. Tu manterás fidelidade a Jacó e terás compaixão de Abraão, como juraste a nossos pais, desde tempos remotos”. (cf. Mq 7,14-15.18-20)

O evangelista Lucas nos fala da misericórdia de Deus. Jesus nos fala da parábola do filho prodigo. Ele tinha tudo em sua casa, era jovem e não estava contente em estar com a sua família, resolve pedir a parte da sua herança e vai embora. Esse gesto dele demonstra egoísmo e ingratidão ao pai, mas mesmo isso o pai lhe dá o que é de seu direito, respeitando a sua decisão e escolha. Longe de sua casa, ele gasta tudo e passou necessidade. Já não tinha o que comer e nem as sobras dadas aos porcos não conseguia para matar a sua fome.
Essa situação era horrível e degradante para ele, mas lembrou que na casa de seu pai, os empregados eram bem tratados. Arrependido resolve voltar, pedir perdão e queria novamente ser aceito, não como filho, mas como empregado. De longe o pai o avista, tem compaixão e vai ao seu encontro. Ele sujo e com situação miserável abre a boca para falar com seu pai da sua intenção de ser poder ser aceito, não como filhos, mas com empregado. O pai não deixa ele falar e o abraça. O pai o acolhe e dá uma festa, roupas novas e nisso recebe novamente a dignidade de filho.

O irmão mais velho demonstra ciúme e indignação tenta repreender o pai pelo seu gesto de misericórdia com filho ingrato que volta, mas o Pai lhe fala: “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado”(cf. Lc 15,1-3.11-32)

Assim, meus irmãos, Deus nos trata como filhos e nos dá a dignidade, apaga as nossas iniquidades se arrependemos do pecado e mudar de vida para a busca da santidade. O papa emérito Bento XVI nos fala na sua Encíclica «Deus Caritas Est» §§ 12-13 em que retiramos uma parte dela que é: “Na Sua morte de cruz, cumpre-se aquele virar-Se de Deus contra Si próprio, com o qual Ele Se entrega para levantar o homem e salvá-lo - o amor na sua forma mais radical. O olhar fixo no lado trespassado de Cristo de que fala João (cf. 19,37) compreende o que serviu de ponto de partida a esta Carta Encíclica: «Deus é amor» (1 Jo 4,8). É aí que esta verdade pode ser contemplada. E, partindo daí, pretende-se agora definir em que consiste o amor. A partir daquele olhar, o cristão encontra o caminho do seu viver e do seu amar.”

Desse modo, devemos nos colocar nas mãos de Deus e acreditar no seu amor e no seu perdão, pois a sua misericórdia é grande apesar de nossas transgressões. Deus nos perdoa e pede que voltemos para a vida da graça com Ele e sejamos bons cristãos. Amém

Bacharel em teologia Jose Benedito Schumann Cunha

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