A Santa Igreja se apoia em três colunas fundamentais, sustentáculos de sua filosofia, de sua pregação, de sua razão de viver: são eles: as SAGRADAS ESCRITURAS, o SAGRADO MAGISTÉRIO e TRADIÇÃO. Vejamos bem em que consiste cada um dos três:
1. As SAGRADAS ESCRITURAS são, como o próprio nome nos diz, a manifestação da Palavra de Deus ao Homem, primeiramente pelo patriarcas, pela Lei e pelos profetas. Depois, o próprio Jesus, "na plenitude dos tempos" veio para cumprir o que dizem a Lei e os Profetas. Com efeito, a passagem da Transfiguração de Jesus no Monte Tabor tem esse significado: Jesus é o filho de Deus enviado ao mundo, não para abolir, mas para cumprir a Lei e os Profetas. Após Jesus, os apóstolos deram continuidade, escrevendo sobre como viveram e se formaram as primeiras comunidades cristãs. A Bíblia é formada por dois grandes conjuntos de livros: o Antigo Testamento, narrando os acontecimentos desde a criação do mundo até a vinda dos profetas, que anunciaram Jesus; e o Novo Testamento, a partir do nascimento de Jesus. O interessante é que, mesmo estando inserido no Novo Testamento, João Batista pertence ao Antigo, pois era um Profeta, o último, aquele que veio para ser a voz que clama no deserto, preparando a chegada do Senhor. Apesar de ser o tesouro maior da vida cristã, as Sagradas Escrituras não contém toda a Palavra de Deus, conforme São João nos diz: "Há porém ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, creio que nem o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem" (João 21, 25)Portanto, percebemos claramente no trecho que muitas coisas que Jesus falou não foram escritas. Estas chegaram até nós por meio da TRADIÇÃO. Veja: em 2 Coríntios, Paulo diz citando Jesus: "há mais alegria em dar que em receber". Analisando os Evangelhos, não se encontrará nenhum passagem em que Jesus diga isso: porém, outras fontes testificaram a Paulo que Jesus o disse.
2. A SAGRADA TRADIÇÃO - No trecho anterior, percebemos com clareza que também a tradição é importante. São Paulo reconheceu a tradição oral como importante no processo de evangelização. Com efeito, o Papa Emérito Bento XVI disse recentemente que "não podemos ser a religião do livro", pois a palavra de Deus, antes de ser escrita, foi encarnada em Jesus, vivenciada pelas comunidades e escritas só após. Por esse motivo, a TRADIÇÃO é tesouro da revelação de Deus, também como são as Sagradas Escrituras. um exemplo: desde os primeiros séculos, os cristãos costumavam desenhar ícones, representando Jesus e maria nas catacumbas. Outro exemplo: os primeiros cristãos nos legaram a fé na imaculada conceição de Maria, embora durante cerca de 18 séculos isto não tenha sido consenso entre todos os cristãos. A Tradição é apostólica, portanto confere a Igreja a sua autenticidade no sentido de ter sido a mesma criada por Jesus, e entregue aos seus apóstolos.
3. O MAGISTÉRIO - O Magistério da Igreja tem a função de preservar o ensino rigoroso estabelecido pela Escritura Sagrada e pela Tradição. É o Magistério que interpreta a Bíblia para nós católicos. Podemos resumir assim sua função. São Pedro nos ensina que "nenhuma Escritura é de interpretação particular" (2 Pedro 1, 20). Por isso, cabe ao Magistério analisá-las e interpretá-las, de acordo com a iluminação do Espírito Santo, que é quem nos ensina a vivenciá-las. O Magistério garante assim uma pregação universal na Igreja: o que é pregado em qualquer Igreja no Brasil é pregado nos Estados Unidos, na Itália ou em qualquer lugar do mundo. Faz, portanto, que a Igreja seja Una e Católica, fiel aos ensinamentos de Cristo. Por falta de seguimento ao Magistério é que as Igrejas Protestantes seguiram rumos diversos, pregando cada uma, do seu modo, interpretações particulares da Bíblia.


Marcos Araújo

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