"O Senhor Vem!" nos visitar




 Queridos irmãos e irmãs, estamos iniciando neste domingo um novo ano litúrgico da Igreja, o ano B e como ele iniciamos o tempo do advento, o tempo da espera do Senhor. Os dois primeiros domingos se referem à espera da segunda vinda do Senhor. Um dia o Senhor virá e vai plenificar o seu Reino de justiça e de amor definitivo entre nós. E desse modo o mal será aniquilado e o bem vencerá para sempre.


O terceiro e o quarto domingo do Advento nós ficamos arrumando e enfeitando para celebrar a memória do Nascimento do senhor no Natal. Natal é momento de encontro, de renovação e de amor e fraternidade entre todos. A festa é conclusão da vigilância para reconhecer e acolher Jesus que vem até nós na graça de mudança de coração para que esse mundo seja transfigurado no amor, na misericórdia e solidariedade com todos.


No livro do profeta Isaías nos mostra a súplica com insistência do Povo ao Deus da História pedindo um Salvador que instaura um mundo melhor onde todos pudessem viver em harmonia. Vemos esta oração e o clamor do Povo com matizes lindas na bíblia. O contexto dessa passagem que Isaías refere era de um Povo que está vindo do exílio, desanimado longe da Aliança como algo alheio a história desse povo.


O profeta é sempre um que vem dar esperança de novo  em vista de um futuro melhor que se marca na salvação de um Deus conosco. É a forma de renovar tudo e buscar a volta do Povo a Deus da Aliança para sempre. Não se pode esquecer que Deus é único redentor. Sabe-se que o Pai é a fonte da vida da família e que tem responsabilidade por ela. Agora Redentor aquele que resgata e toma o povo na sua mão porque é aquele que sente responsável por ele.


Se observar melhor que vemos e ouvimos dessa passagem do Profeta: Deus é chamado de Pai por  duas Vezes, mas se reparar melhor na Palavra de Deus do Novo Testamento , Jesus chama de Deus Pai por 184 vezes. Isso é para confirmar que Deus é Pai.  (cf. Is 63,16b-17.19b;64,2b-7).

É bom salientar que oleiro é Deus e o barro é o povo. E cada um de nós.  Deus nos molda para sermos criatura digna de pertencer a Ele como filhos e filhas. Portanto tornamos uma nova obra da criação nas mãos de Deus. O povo recebe um coração novo de Deus e desse modo uma nova humanidade surgirá no mundo.


O salmo 80 nos mostra a vinha devastada que precisa ser novamente restaurada e revigorada pelo Senhor para que possa viver de modo que canta o louvor a Ele que é a fonte e fim de tudo que existe no mundo e no universo.


 Na primeira carta de são Paulo aos Coríntios vemos o apelo à espera do Senhor, pois Ele é que nos dá os dons necessários para viver como cidadãos do Reino de Deus. A nossa vida de cristãos está nos dons vividos na comunidade e no mundo.

Todo dom que Deus nos dá é para o serviço do bem da comunidade. Não podemos ser intimistas e nem viver isolados. (cf. 1Cor 1,3-9)


O evangelista São Marcos nos exorta para a vigilância constante na espera do Senhor que vem. Ele deve nos achar em atitudes e gestos que levam a construção de um mundo mais justos e fraterno. O texto se caracteriza no discurso escatológico através da Parábola do Porteiro. Quem é o Porteiro? São os líderes da comunidade que deve zelar por ela. Aqui vemos o dono da casa que sai para viagem e esse é Jesus que volta para o Pai. Os servos que recebem as tarefas são os discípulos e todos nós cristãos que devemos zelar e cuidar da casa para que ela esteja em ordem e bem administrada.


Esta parábola quer nos ensinar a importância da vigilância e da espera do Senhor que vem até nós de novo. E deve ser acompanhada com a alegria da espera e de preparação com uma vida de justiça e de amor que transborda por todos os cantos em que estivermos. É o advento de uma vida melhor com Deus juntamente com todos os nossos irmãos.


O importante não descuidar e não achar que o Senhor demora a chegar, vivendo uma vida alheia aos valores do evangelho e se misturar com os apelos comerciais e de prazer do nosso tempo. Não devemos descuidar nunca com a nossa vida, pois ela é frágil e pode não dá tempo de fazer algo bom para si e para todos. (cf. Mc 13,33-37)


Que esta liturgia nos ajude a sermos pessoas que estejam atentos aos sinais do nosso tempo e ainda procurarmos ser atuantes e geradores de vida para todos. O banquete da espera do Senhor seja repleto de convidados que foram atentos a plano salvifico do Senhor e que a nossa casa seja bem administrada pelos servidores com a responsabilidade do porteiro para que nada destrua a casa que é do Senhor e de todos. Boa Preparação de Natal com o Senhor.


Tudo por Jesus nada sem Maria.


Bacharel em Teologia Jose B. Schumann Cunha

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