O deserto lugar de encontro com Deus e da Vitoria de Jesus contra o Diabo



Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando hoje o Primeiro Domingo da Quaresma; é um tempo de parar um pouco para fazer um retiro espiritual. Esse é um período que ́ preparamos para a Páscoa do Senhor. O centro da fé cristã é a celebração da Ressurreição de Jesus Cristo, que é a nossa páscoa definitiva um dia no Reino de Deus.

 

Pela tradição cristã, esse período era favorável para preparação do Batismo dos que creram no Senhor. Hoje somos batizados e isso é motivo de grande alegria. É a data que devemos comemorar com um uma breve reflexão da graça de sermos filhos de Deus em Cristo na força do Espírito Santo.

 

A liturgia bíblica nos coloca no itinerário da renovação batismal e nos chama a atenção para a conversão de vida Deus e dizer não ao Pecado.


No Livro do Gênesis nos mostra o dilúvio que podemos refletir com o Primeiro Batismo. Noé representa a primeira aliança e nossa História de Salvação. O dilúvio foi uma forma que toda terra renovasse e surgisse nela uma nova criatura que estava marcada no pecado. Deus sempre zela pelos justos que querem estar em sintonia com Deus. Há um sinal no céu depois que as águas abaixaram que é o arco íris que tem uma promessa de Deus que nunca mais vai ter outro dilúvio e assim a esperança de vida nova acontece. (cf. Gn 9,8-15)

 

Na primeira Carta de Pedro nos fala e faz a interpretação que a pessoa de Noé e do Dilúvio são prefiguração do nosso Batismo, pois nele somos todos purificados e aí surge uma nova criatura com a graça da Trindade para sermos dignos de ser filhos de Deus em Cristo. A Igreja antiga tinha isso como uma catequese batismal para que entendêssemos que o Batismo é  a chave do Reino que devemos querer e desejar para a nossa vida. (cf. 1Pd 3,18-22)

 

O evangelista Marcos nos mostra o início do mistério de Cristo no mundo. Como Jesus disse: "O Reino está próximo. Convertei-vos e crede no evangelho". O cenário em que Jesus estava é o deserto. Ali foi o lugar da tentação que Jesus sofreu, mas a tradição nos fala que o deserto é lugar de encontro nosso com Deus e também um lugar de prova. Assim foi no Sinai quando Deus nos fez uma aliança e dá os mandamentos, no Êxodo do povo de Deus no deserto e nesse lugar também se revoltou contra Deus devido a fome e sofrimento causado pela saudade das batatas e cebolas do Egito. Portanto, “O deserto", para os judeus, é o lugar privilegiado do encontro com Deus e lá que acontece a manifestação de Deus numa Teofania. Para Jesus também foi o encontro com Deus e o discernimento do projeto do Pai a toda humanidade. Também o deserto foi o lugar que o diabo tentou Jesus, usando a Palavra de Deus, mas Jesus venceu através da sabedoria e da graça de Deus. (cf. 1,12-15),

 

Foi no deserto que o Povo experimentou o amor, a bondade e a solicitude de Deus e lá Deus propôs uma aliança, cabe ao homem aceitar ou não. Deus respeita a nossa escolha. A Salvação é um dom gratuito de Deus para nós.

 

O Papa Francisco nos falou hoje no ângelus: “onde Deus fala ao coração do homem”, uma dimensão existencial “para ficar em silêncio e escutar a palavra de Deus". Porém, também “é lugar da tentação” de Satanás. Sem medo, mas com cuidado, devemos nos preparar para combatê-lo como Jesus, disse o Pontífice, que "nunca fez um diálogo com o diabo, nunca". Quando o sedutor se aproxima, "não há diálogo possível. Somente a Palavra de Deus”. 


Os 40 dias que Jesus experimentou no deserto é um tempo simbólico e teológico que nos permite entender o tempo completado com êxito as provas para sermos fortes na tentação. O diabo é astuto, usou a Palavra de Deus na Tentação de Jesus, dando falso argumento de poder, ter e ser. 


Como disse o santo padre: “O deserto é o lugar onde Deus fala ao coração do homem, e onde brota a resposta da oração, ou seja, o deserto da solidão, o coração separado de outras coisas e, somente naquela solidão, se abre à Palavra de Deus. Mas é também o lugar da provação e da tentação, onde o Tentador, aproveitando a fragilidade e as necessidades humanas, insinua a sua voz mentirosa, uma alternativa àquela de Deus, uma voz alternativa que te mostra outro caminho, um outro caminho de engano. O Tentador seduz.” Então devemos tomar o cuidado e ser uma pessoa que está sempre em sintonia com Deus para vencer as tentações deste mundo moderno que quer nos distancia de Deus.

https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-02/papa-francisco-angelus-21-fevereiro-2021-i-domingo-quaresma.html

 

Sabemos que Jesus vai estar conosco três anos e depois experimentará a paixão, a dor da crucificação e a morte. Jesus experimenta o abandono dos seus discípulos, somente um fica ao seu lado e também as santas mulheres com Maria que ficam em pé diante da cruz de Jesus. 


Continua a Palavra do Papa a nossa reflexão:  “ durante os 40 dias vividos por Jesus no deserto, “começa o ‘duelo' entre Jesus e o diabo, que terminará com a Paixão e a Cruz. Todo o ministério de Cristo é uma luta contra o Maligno nas suas muitas manifestações: curas de doenças, exorcismos sobre os possuídos, perdão dos pecados”. Jesus, ao agir com o poder de Deus, “parece que o diabo tem a vantagem, quando o Filho de Deus é rejeitado, abandonado e, finalmente, capturado e condenado à morte”. Mas, não, disse o Pontífice, porque “a morte era o último ‘deserto’ para se atravessar para derrotar definitivamente Satanás e libertar todos nós do seu poder”. https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-02/papa-francisco-angelus-21-fevereiro-2021-i-domingo-quaresma.html

 

O Papa nos dá um conselho e alerta dizendo-nos: “Na sua vida, Jesus nunca fez um diálogo com o diabo, nunca. Ou o afasta dos possuídos, ou o condena ou mostra a sua malícia, mas nunca um diálogo. E, no deserto, parece que há um diálogo porque o diabo faz três propostas e Jesus responde. Mas Jesus não responde com as suas palavras. Responde com a Palavra de Deus, com três passagens da Escritura. E isso é para todos nós. Quando o sedutor se aproxima, ele começa a nos seduzir: 'mas pense isto, faça aquilo...', a tentação é de dialogar com ele, como fez Eva. Eva disse: 'mas não se pode porque nós...', e entrou em diálogo. E se nós entrarmos em diálogo com o diabo, seremos derrotados. 


Coloque isso na cabeça e no coração: com o diabo nunca se dialoga, não há diálogo possível. Somente a Palavra de Deus. ” https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-02/papa-francisco-angelus-21-fevereiro-2021-i-domingo-quaresma.html

 

Que esta liturgia nos ajude a dizer não ao diabo e nunca dialoga com ele, pois ele é astuto e desse modo pode nos vencer, mas as armas da nossa vitória contra ele é estar com Jesus na sua Igreja, fortalecendo na mesa da Palavra e na mesa da Eucaristia e também vivendo coerente com a vida cristão na comunidade, no mundo e na família.

 

Boa Preparação para a Páscoa!!!

Tudo por Jesus nada sem Maria!!!

Bacharel em Teologia Jose B. Schumann Cunha

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