A palavra “bênção” vem do verbo “bendizer”, do hebraico Bêrêk. Dessa definição de “bendizer a Deus”, passou a significar também, por analogia, o ato de abençoar os homens (Gênesis 1,22.28;12,2-3) e também os objetos (Êxodo 23,25).
Da mesma forma, também os homens que representam a Deus na terra (pela autoridade natural, religiosa ou civil) devem abençoar aqueles que estão sob seus cuidados, por exemplo: os pais abençoam os seus lhos, os reis abençoam seus súditos. Jesus Cristo é a bênção máxima de Deus Pai. Encontramos, no Evangelho, Jesus abençoando as crianças (Marcos 10,16), os apóstolos (Marcos 24,50-51) e, por meio da bênção, multiplicando os pães e os peixes (Mateus 14,19). Ele é o Filho enviado do Pai que abençoa os homens com todas as bênçãos espirituais (Gálatas 4,4; Efésios 1,3). Na Igreja, as celebrações de bênçãos ocuparam sempre um lugar especial, porque a própria Igreja participa do cálice da bênção, agradecendo o extraordinário dom de Deus por nós, recebido no mistério pascal e a nós comunicado pela Eucaristia.
Embora encontremos muitos fiéis pedindo bênçãos nas Igrejas e participando dos sacramentos, o ato de abençoar, na vida cotidiana, é cada vez menos frequente. Estamos perdendo o hábito de nos abençoarmos mutuamente, e tornam-se cada vez mais raras as cenas de famílias que se abençoam.
Aos poucos estamos deixando de lado o costume de abençoar e a capacidade de bendizer, de louvar e de agradecer a Deus pelas maravilhas realizadas. Abençoar é um gesto de amor entre familiares, amigos, conhecidos e até mesmo em nossa relação com Deus e com as coisas criadas, com os objetos, com os alimentos que comunicam os benefícios divinos com a humanidade.
Somos canais de bênçãos cuja fonte e origem é Deus. quando abençoamos, abrimos as portas da promessa do auxílio divino, da delidade e da aliança estabelecida com o Criador, confirmando sua bênção sobre tudo o que está à nossa volta.
Deus vos abençoe!


Em síntese: A revista "Carta Mensal" das Equipes de Nossa Senhora publicou uma condenação do aborto inspirada por princípios reencarnacionistas. Após o texto desse artigo, vai transcrito o texto do desembargador Roberto de Rezende Junqueira que, no "Jornal da Tarde", de São Paulo, rejeita o aborto em nome do Direito Civil.

A "Carta Mensal" das Equipes de Nossa Senhora, movimento de espiritualidade para casais católicos, publicou em seu número de julho-agosto 1994, p. 29, um artigo que pretende dissuadir do aborto. Deve-se a um autor desconhecido "Em Defesa da Vida".

A intenção do articulista é boa. Mas a inspiração de seu escrito não é cristã; procede de mentalidade reencarnacionista e espírita.

Eis o texto, ao qual se seguirá breve comentário.

I. O TEXTO

O ABORTO

"Mãezinha... não me mates novamente.

Lutei, trabalhei, empenhei-me para conseguir a autorização para vir ao mundo: e tu te comprometeste comigo; comigo e com Deus...

Quanto me alegrei no dia em que tu, ao lado do papai, aceitaste receber-me em teu lar!

Preparei-me confiando em teu amor. E no momento em que mais precisava de ti, me assassinaste...

Por que, mãezinha? Por quê?

Quando me sentiste no santuário de teu ventre, trocaste de conduta e começaste a torturar-me. Teus pensamentos de revolta que ninguém ouvia, retumbavam em meus ouvidos inocentes como gritos dilaceradores, que me afligiam enormemente. Os cigarros que fumavas, me intoxicavam muitas vezes. Teu nervosismo, fruto da tua incorformação, me resultava em verdadeiras chicotadas.

Quando decidiste abortar, ocorreu uma luta tremenda; tu querendo expulsar-me e eu lutando por permanecer.

Por que fechaste os ouvidos à voz da consciência, que te pedia compaixão e serenidade?

Por que anestesiaste os teus pensamentos ao ponto de esqueceres que eu trazia um universo de bênçãos e alegria para ti?

Haveria eu de ser filho obediente e amoroso. Iria amparar-te em tua velhice. Todavia tu não quiseste.

Olha as conseqüências: eu atormentado por não poder nascer, e tu, mãezinha, enferma e triste, intranqüila. Tua mente castigada pela aflição e teus sonhos povoados de pesadelos.

Por que, mãezinha, por que não me deixaste nascer? É cedo ainda, pensaste. Quero gozar a vida, passear, divertir-me, viajar. Os filhos, só depois. Todavia, nenhum filho chega no momento inadequado. As leis da vida são sábias e ninguém nasce por acaso. Porém, pelo grande amor que te tenho, estou pedindo para ti a misericórdia de Deus.

Até me atrevi a pedir a intercessão divina para que alcances a bênção do reequilíbrio, para que, em futuro próximo, estejamos juntos, em teu ventre, e tu, como sempre, em meu coração; eu alimentando-me de tua vitalidade, e tu fortalecendo-me na grandeza de teus mais puros sentimentos.

Mãezinha, por favor, não repitas teu ato premeditado.

Quando sentires alguém batendo na porta de teu coração, serei eu, o filho rejeitado, que voltou para viver e ajudar-te a ser feliz.

Mãezinha, não te esqueças de mim, não me abandones, não me expulses, não me mates novamente; necessito viver".

(Autor desconhecido)
"Em defesa da vida"


II. COMENTANDO . . .

Principalmente o começo e o fim desse artigo significativos. Vejam-se:

1) § 1.º: "Não me mates novamente". Supõe-se que tenha havido um abortamento anterior. O feto morreu, mas o espírito respectivo "desencarnou-se" e continua a viver.

2) Isto se torna mais claro ainda no § 2.º. Este supõe que o espírito "desencarnado" tenha pairado pelos ares ou tenha estado em outro mundo, obtendo finalmente a licença dos Espíritos Superiores para voltar à Terra - o que corresponde exatamente às concepções do kardecismo.

3) O penúltimo § volta ao tema, prevendo uma terceira tentativa de nascer na Terra após dois abortos.

4) O mesmo se evidencia no último parágrafo: "não me mates novamente; necessito viver".

Na verdade, não existem espíritos pairando à espera de se (re)encarnar. A alma humana é espiritual, sim, e criada por Deus para ser o princípio vital deste determinado corpo. Alma e corpo existem um para o outro. O homem não é um espírito encarnado para expiar pecados de uma existência pregressa, conforme a lei do karma. É essencialmente psicossomático; quando se dá a fecundação do óvulo pelo espermatozóide, Deus cria a alma do novo ser e infunde-a no concepto para constituir novo vivente, distinto do pai e da mãe. Este se desenvolve física e espiritualmente durante a sua passagem pelo Terra. Uma vez desgastado o organismo de tal indivíduo pela doença ou pelo peso dos anos, a alma respectiva, não tendo mais condições para viver em tal corpo, separa-se dele e vai colher, logo a seguir, os frutos definitivos da sua semeadura; cf. Hb 9,27: "É um fato que os homens devem morrer uma só vez, depois do quê vem um julgamento". - Passamos uma só vez pela Terra.

III. A VOZ DO ADVOGADO E DESEMBARGADOR

O "Jornal da Tarde" de São Paulo, em sua edição de 20/8/94, publicou um artigo que condena o aborto. Embora não seja único no seu gênero, tem a peculiaridade de provir da pena de um jurista leigo, que argumenta como jurista. Trata-se do Dr. Roberto de Rezende Junqueira, Desembargador aposentado e Advogado Criminalista. Dada a autoridade de quem assim se pronuncia abertamente, publicamos tal artigo, ao bem mostra que a rejeição do aborto não depende de crenças religiosas, mas pode inspirar-se no raciocínio e no bom senso de um eminente jurista.

O ABORTO MATA E É CRIME

Quem de qualquer modo dá causa ou coopera com o &aborto, mata, e matar é crime contra a vida.

"A prática do aborto é pecado, pecado grave.

É crime previsto em lei, embora o nosso código em seus artigos 124 usque 128 admita justificativas em favor dos indigitados autores do crime.

Todavia, não resta a menor dúvida de que quem, de qualquer modo, dá causa ou coopera com o aborto, mata, e matar é crime contra a vida.

Na época atual generalizou-se entre os povos civilizados e legitimação do aborto provocado, seja qual for a fase de gestação, não tendo passado de efêmera e deplorável experiência a legislação permissiva de tal prática.

O código soviético de 1926 reconheceu como ato lícito o aborto da consenciente, desde que praticado por pessoa habilitada, e em condições de higiene. Contudo, o que os russos conseguiram foi o desmantelamento familiar, o flagelo dos menores abandonados, os quais obrigaram Lênin à consignação da maior verba orçamentária de sua época para enfrentar a tragédia.

Foi o médico francês Klotz-Forest que, modernamente, iniciou a campanha contra a incriminação do aborto, fazendo praça do princípio romanístico pelo qual a mulher tem direito sobre seu corpo e, portanto, pode recusar a maternidade, afirmando a inverdade de que o feto no período de gestação é simples parte de suas entranhas (Nelson Hungria - Comentários - vol. V, fl. 275).

A tais argumentos, responde Carrara: "Quanto a nós (juristas), cremos que se pode discutir fisiologicamente se há vida (no feto) distinta da vida materna, e deixamos que os médicos discorram sobre este particular.

Para nós, basta que haja uma vida digna de ser respeitada e protegida por si mesma, independentemente do que respeita à família. Não é, continua o mestre, de modo algum incerto que o feto seja um ser vivente, sendo impossível negá-lo, quando o vemos crescer e vegetar. Que importa, pois, deferi-lo fisiologicamente?"

Aliás, se quisermos ser coerentes com o próprio positivismo que nos assola, perguntaríamos: - Se ao feto se reconhece direito à herança, se é possível investigar sua paternidade, se é cabível até tutelar a curatela, como admitir, com os frágeis argumentos de nossos adversários, a negação do seu direito à vida?

Abortar é matar, e por isso o próprio código insere a sua figura típica nos crimes contra a vida...

A pena a ser imposta ao infrator atinge portanto também os que realizam o aborto no caso de estupro da mulher, de deformidades do feto ou perigo de vida da mãe; atinge por igual a todos os que, à ciência e consciência, intervêm no processo abortivo, quer com a cooperação material, quer com a cooperação moral, verdadeiramente eficaz, como, por exemplo, o pai ou o marido que, por motivos particulares, obriga a mulher a se desfazer de seu filho...

Os homens têm legislado, baseando-se nos inserimentos de Malthus e outros, que vão procurar nas contingências da falibilidade humana o pretexto para libertar o aborto das sanções penais.

Seja qual for o pretexto, seja qual for a lei inovadora, esta é ilegítima, portanto não pode, e não deve, subsistir.

Pode o homem legislar contra a lei de Deus?"


Em meio às dificuldades da vida presente, precisamos de ouvir repetidamente as palavras do anjo Gabriel e Maria por ocasião ao anúncio da Encarnação do Verbo: "A Deus nada é impossível!" (Lc 1,37).

A Escritura compraz-se em incutir tal verdade. É o próprio Senhor quem diz através do Profeta Jeremias: "Eis que sou o Senhor, o Deus de toda carne; haverá para mim algo de impossível?" (Jr 32, 27). Especialmente quando refere a história de Abraão, o texto sagrado lembra o absoluto poder de Deus. Assim, por exemplo, ao prometer um filho a Abraão e Sara, anciãos estéreis, o Senhor enfrentou o riso cético de Sara e replicou: "Acaso existe algum portento superior ao poder de Javé?... No próximo ano Sara terá um filho" (Gn 18, 9-14). Esse filho, Deus, querendo provar Abraão, pediu-lhe que o entregasse à morte; o Patriarca, já doutrinado pelos feitos anteriores, dispôs-se a imolar Isaac..., "pensando consigo mesmo: Deus é capaz de ressuscitar os mortos. Por isto recuperou seu filho como símbolo" da vitória que Deus daria aos homens sobre a própria morte (cf. Hb 11, 19). São Paulo aos Romanos escreve ainda: "Abraão acreditou em Deus, que faz viver os mortos e chama à existência as coisas que não existem" (Rm 4, 17).

O episódio de Isaac, salvo da morte que o ameaçava, não foi senão o prenúncio da plena vitória, de Cristo sobre a morte, obtida na manhã de Páscoa. A morte é o adversário inexorável que os homens por si não têm, nem terão, possibilidade de debelar. O Senhor, porém, a venceu e promete a todos os fiéis o triunfo sobre a mesma.

"A Deus nada é impossível!" Esta mensagem significa que as aspirações fundamentais do coração humano, por mais ousadas que pareçam, terão seu cumprimento: ao homem serão dadas a Vida, a Verdade, o Amor, a Felicidade plenas. "Aquele que não poupou o próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não nos terá dado tudo com Ele?" (Rm 8,32).

A mesma mensagem desperta também em todos os cristãos a confiança de pedir ao Senhor queria resolver os casos "impossíveis" e as situações desesperadas, que freqüentemente os acometem neste mundo. Ele tem o poder de fazer do Não endurecido um Sim alegre, da morte a vida, da doença a saúde, do desânimo o soerguimento, do emaranhado confuso uma conjuntura simples e clara. "Até agora nada pedistes em meu nome. Pedi e recebereis para que a vossa alegria seja completa" (Jo 16, 24).

Em poucas palavras, é isto que a celebração de Páscoa nos transmite neste mês de março de 1989.


asceu em 22 de fevereiro de 1942, em São Paulo, filho de Jesus Dias da Silva e Laura Amâncio.

Operário metalúrgico, era motorista de empilhadeira da Metal Leve S/A. Antes havia sido lavrador, colono, diarista e bóia-fria. Em 1961, foi expulso, com a família, das terras onde era colono, por exigir registro de carteira profissional, como era lei. Trabalhador em fábrica, foi demitido por participar de campanhas coletivas por aumento de salário e adicional de horas extras.

Líder operário bastante reconhecido no meio dos trabalhadores,era casado e pai de dois filhos.

Após sua covarde morte, como homenagem de sua luta e seu exemplo, foi criado o Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo.

Santo era membro da pastoral operária de São Paulo, representante leigo ante a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, membro do Movimento Contra a Carestia, candidato a Vice-presidente da chapa 3, da Oposição no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e integrante do Comitê Brasileiro pela Anistia - CBA/SP.

Assassinado friamente pela PM paulista quando comandava um piquete de greve no dia 30 de outubro de 1979, em frente à fabrica Silvânia, em Santo Amaro, bairro da região sul.

Relato da morte de Santo Dias, publicado no Boletim do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, encontrado no Arquivo do DOPS/SP:

“ Os policiais estavam puxando o Espanhol por um lado. Do outro, Santo segurava o companheiro. Começou então a violência, com tiros para cima e, depois, eu vi o Santo ser atingido na barriga, de lado, e o tiro sair de outro lado. Escutei três gritos: ai, ai, ai. E o Santo caiu no chão.

O metalúrgico Luís Carlos Ferreira relatou assim a morte de Santo Dias da Silva, no depoimento que prestou à Comissão de Justiça e Paz, que também ouviu mais duas outras testemunhas sobre a morte do companheiro. Segundo Luís Carlos afirmou à Comissão, ele estava a uns seis metros de distância de Santo Dias, no momento em que ele foi baleado.

Os policiais continuaram a perseguir outros - prossegue Luís Carlos no seu depoimento. ‘Eu fiquei atrás de um poste e posso, com toda segurança, reconhecer o policial que atirou no Santo: tem cerca de um metro e oitenta, alto, forte e aloirado. E pude ver, depois, na delegacia que ele tem uma falha na arcada dentária. Vi ele bem, quando eu estava sendo levado preso no Tático Móvel 209.

Luís Carlos lembra que havia cerca de 50 operários no piquete, que nunca usou de violência, pois só fazíamos o trabalho de conscientização. Ele também desmente a versão de que os trabalhadores teriam iniciado o conflito, afirmando que quando chegamos na porta da Sylvânia, tinha uns quatro ou cinco policiais guardando o local. Não houve nenhum atrito com eles e nenhum de nós estava armado.

Luís Carlos Ferreira reconheceu o soldado Herculano Leonel como o autor do disparo que matou o operário.

Correndo, assustados e ao mesmo tempo com raiva do ocorrido, os companheiros entraram na sede com a notícia parada na garganta: ‘Mataram o Santo’. Num primeiro momento, a dúvida e, após a confirmação, a dor. A repressão diante da Sylvânia, local para o qual Santo se dirigira com a finalidade de acalmar os ânimos, dissolveu a tiros o piquete; fez um ferido (João Pereira dos Santos) e um morto, Santo Dias da Silva. A triste notícia correu de boca em boca. As autoridades procuravam esvaziar e eximir-se da culpa.

Imediatamente começou a mobilização dos trabalhadores para protestar contra o assassinato. A polícia não queria nem mesmo liberar o corpo. Depois da interferência de outros sindicalistas e parlamentares, o corpo de Santo chegou à Igreja da Consolação onde foi velado pelo povo de São Paulo. A tristeza se misturava com a incredulidade e a raiva contra os assassinos. Milhares de pessoas desfilaram diante do caixão aberto de Santo, prestando sua homenagem ao novo mártir da luta operária, que estampava no seu rosto um leve sorriso de tranquilidade.

Já na madrugada, o povo continuava a rezar por Santo e a se preparar para a grande marcha até a Sé, local fixado para a cerimônia de encomendação do corpo.

Às 8:00h da manhã a movimentação diante da Consolação era grande: metalúrgicos, estudantes, todos querendo levar Santo. Saindo da Consolação às 14:10h, o cortejo com faixas e palavras de ordem contava com mais de 10 mil pessoas. Dos prédios caiam papeis picados, um sinal silencioso de solideariedade. Novos manifestantes se acresciam ao cortejo e as palavras de ordem se sucediam: ‘A Luta Continua’, ‘A polícia dos patrões matou um operário’, ‘Você está presente, companheiro Santo’...”


“É melhor morrer na luta do que morrer de fome”


Este lema cunhado por Margarida Maria Alves em seu último discurso antes de ser morta, expressa e explica a motivação para a luta do trabalhador rural brasileiro que optou pela resistência ao latifúndio e à exploração do trabalho. Assim ela viveu, lutou e morreu assassinada a mando de um latifundiário.

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande (PB), foi covardemente alvejada no rosto no dia 12 de agosto de 1983, em frente à sua casa e ao lado de seu filho, por ordem de José Buarque de Gusmão Neto, usineiro de Alagoa Grande, detentor de grande poder político e econômico no estado e, inclusive, no Colégio Eleitoral que elegia o Presidente da República na época da Ditadura Militar. Julgado somente 18 anos depois do homicídio, o usineiro e chefe político paraibano foi absolvido em junho de 2001 de seu covarde, hediondo e notório crime; mais um dos que seguem impunes entre os milhares perpetrados direta ou indiretamente pelos poderosos.

Na sua trajetória militante, Margarida Maria Alves se destacou sobremaneira na luta pelos direitos trabalhistas dos trabalhadores rurais de Alagoa Grande e do Brejo Paraibano, incentivando-os a fazer valer de fato o que lhes era negado pelos donos do poder econômico e político na região. À época, como resultado de sua liderança, foram movidas setenta e três reclamações trabalhistas contra engenhos e contra a Usina Tanques, de propriedade do mandante de seu assassínio, o que, em pleno período ditatorial, produziu uma grande repercussão e atraiu sobre si o ódio dos latifundiários locais que passaram a ameaçá-la e a tentar intimidá-la. Margarida, além de se não deixar abater por essas ameaças e intimidações, tornava-as públicas e fazia questão de respondê-las.

Margarida Maria Alves, nome de flor mas fibra de aço, mulher sertaneja, trabalhadora rural e líder sindical, morreu na luta, mas de fome a classe dominante não a matou.

Em sua homenagem, é realizada todos os anos no mês de agosto a Marcha das Margaridas que reúne milhares de trabalhadoras rurais.



São Sepé por uma terra sem males


Sepé era um índio muito forte e admirado por todos, sobretudo pelas vitórias que acumulara nos jogos da tribo.
Certa manhã, Jussara, sua namorada, contou-lhe um sonho que tivera, onde um anjo lhe dizia que haverá grandes sofrimentos para o povo.
Padre Balda, um jesuíta muito estimado pelos índios, ouviu a conversa. Procurou acalmá-los, mas Sepé ficou realmente preocupado.
Não sem razão: as tropas espanholas e portuguesas estavam por perto, prontas a agir, caso as ordens não fossem cumpridas.
Padre Balda falou:
- De nada adiantará reagirmos, meus filhos. Apenas daremos às tropas motivo para nos atacar. Vamos em paz. Construiremos novas cidades e plantaremos novas lavouras.
Sepé pediu perdão ao jesuíta, dizendo que, pela primeira vez, era obrigado a lhe desobedecer. Não permitiria que seu povo entregasse aos portugueses o fruto de tantos anos de trabalho. Dali não sairiam. E prometeu que, no dia seguinte, acompanhado de quinhentos homens, atacaria o inimigo.
De nada adiantou o esforço do padre para convencer o valente guerreiro. No dia seguinte, ainda de madrugada, eles partiram a cavalo, ao encontro do inimigo.

Deu-se o combate entre os índios e os soldados portugueses, uma luta rápida e decisiva. Pouco valeram a coragem e o desprendimento de Sepé e sua gente, diante do número e das armas do inimigo. Os atacantes foram quase exterminados. Os poucos sobreviventes fugiram e Sepé caiu prisioneiro.
Quando Jussara foi avisada, desesperou-se. O padre procurou consolá-la:
- Sei quem é Sepé, minha filha. Se caiu prisioneiro, logo se libertará. Não se entristeça, que o veremos mais depressa do que pensamos.
No acampamento português, Sepé era arrastado à presença do general lusitano. Mandaram o índio beijar a mão do general, mas ele recusou-se:
- Ninguém me obriga a beijar a mão de outro homem. Depois, sou eu e não ele, o dono destas terras!
O general português explodiu uma gargalhada:
- Dono? Tu és apenas um pobre bárbaro, mais nada.
Sepé respondeu, com os olhos incendiados de raiva:
- Bárbaro? Você é mais bárbaro do que eu, pois pretende tirar a terra de seus legítimos proprietários, enquanto eu luto em defesa de meu povo!
Quando o chefe lusitano viu que, por mal, não conseguiria conquistar o índio, fingiu-se de amigo e lhe ofereceu fumo. Sepé recusou, dizendo que possuía fumo de melhor qualidade do que aquele. O português pretendia, realmente, conseguir de Sepé a revelação do lugar onde estavam escondidos os cavalos de seus guerreiros, para que pudesse apossar-se deles, deixando os índios sem meios para atacar. Assim, ele disse a Sepé:
- Se me contares onde estão os teus cavalos, terás imediatamente a liberdade.
Sepé assumiu um ar orgulhoso e responde:
- Não preciso esmolar liberdade: se eu quisesse libertar-me, não há forças capazes de me impedir.
Quem ouviu, não pode deixar de caçoar. O general português perguntou-lhe, sarcasticamente:
- Então, não temos forças capazes de te impedir a fuga? Essa é muito boa! E o que farias para sair daqui?
Sepé olhou firmemente o lusitano e exclamou:
- Isto!

Rápido como o raio, o índio escapou dos soldados que faziam roda e, montando no primeiro cavalo que encontrou, saiu em disparada. Quando os portugueses perceberam o que havia acontecido, ele já desaparecera numa nuvem de pó.


Nas Missões, o povo vibrou de alegria. Padre Balda abraçou-o, comovido:
- Eu sabia que você voltaria! Tinha certeza! Meu coração não me enganou!
Sepé revelou que agora odiava mais do que nunca o inimigo. A humilhação pela qual passara exigia vingança. O jesuíta percebeu a agitação que dominava o índio e lhe pediu que descansasse:
- Algumas horas de repouso acalmarão sua revolta. Vá para a rede e durma. Depois, seus pensamentos serão outros.
Sepé obedeceu. Exausto como estava, o ódio logo cedeu ao sono...
Alguns dias depois, como os índios não haviam deixado as Missões e o prazo se esgotara, as tropas portuguesas aguardavam a chegada das tropas espanholas, para, juntas, expulsarem os desobedientes.
Foi quando um soldado português entrou alvoroçado em seu acampamento, levando uma seta.
Tinha sido atirada por Sepé e trazia, espetada na ponta, uma mensagem de desafio. Foi mostrada ao chefe lusitano, que ficou furioso.
Os portugueses não viam a hora de atacar, mas tinha ordem de aguardar as tropas espanholas. Depois de muita espera, veio uma comunicação, informando que os espanhóis ainda demorariam algum tempo para se preparar.
O chefe português ficou ainda mais furioso, mas não teve outro remédio, senão mandar que seus soldados voltassem à fortaleza onde estavam aquartelados.
Quando a notícia chegou às Missões, o povo interpretou a retirada do inimigo como uma derrota e foi uma alegria imensa.
Um mês se passou. Tudo retomara ao que era antes. Os índios e os jesuítas faziam calmamente seus trabalhos rotineiros. Era a paz, a tranqüilidade...
Foi quando soou um grito que mudou completamente a vida daquele povo:
- Vamos ser atacados! Vamos ser atacados!
Era o temido ataque dos brancos. E vinham juntos, portugueses e espanhóis.
Sepé assumiu a chefia de sua gente. Os guerreiros corriam, na presa de se preparar para a guerra. Em vão, os jesuítas pediam que não resistissem, para evitar a mortandade. Os índios estavam por demais revoltados com a maldade dos brancos. Por que queriam tirar-lhes a terra? Que mal haviam feito? Preferiam morrer a sair da terra onde haviam nascidos e que adoravam.
Depois de tudo pronto, Sepé despediu-se de Jussara e partiu com seus guerreiros. Seguiu na frente, montado a cavalo, na mão direita a lança provocadora; na cabeça, o cocar de plumas multicores.
Inteligente, sabia que o inimigo era mais forte. Preferiu, pois, a luta de emboscada, o ataque rápido, a surpresa.
Sepé era visto em toda parte.
Desdobrava-se. Lutava com todas as forças que possuía, mas o inimigo era poderoso. Unidos, espanhóis e portugueses atacavam em massa. Os índios defendiam-se bravamente. Às balas dos atacantes, respondiam com suas flechas. Caíam homens dos dois lados. Depois, veio o combate corpo a corpo, brancos e índios confundindo-se no ardor da peleja.
Ah, o eterno egoísmo dos homens! Os portugueses queriam as terras e não se preocupavam com os sentimentos daquela gente. Recusavam-se a compreender o amor que os índios devotavam ao lugar. Queriam que eles saíssem e pronto!
E o combate continuou. Os índios lutavam com um ardor nunca visto. Uma coragem que desprezava as possantes armas do inimigo, deixando-o surpreso. Dentre os combatentes, sobressaía-se a figura de Sepé Tiaraju. Ele era invencível! Lutando como lutava, sem temor, sem a mínima cautela, já era para estar morto. Não se cansava. Era sempre o mesmo.
O inimigo percebeu que ele era o coração de seus guerreiros. Era sua presença que os animava. Resolveu, portanto, concentrar-se nele. Aos punhados, os soldados o atacavam, nem assim conseguiam vencê-lo.
Sepé foi rodeado por dez soldados. À sua volta, a luta prosseguia. O guerreiro enfrentou corajosamente os dez atacantes, mas era demais! E enquanto lhes dava combate, um deles conseguiu atingi-lo com a lança. Sentindo-se ferido, o índio ainda tentou resistir, agarrando-se ao pescoço do cavalo, mas fugiam-lhe as forças. Tudo escureceu. Seus braços não suportaram mais e ele caiu no chão, quase morto. Um soldado aproximou-se, montado a cavalo, e fitou, por um instante, o valente guerreiro; em seguida, apontando-lhe a arma, atirou.
Sepé estava morto. Deixara de existir o defensor dos povos das Missões.
Todos os índios que olharam para o céu viram um cavaleiro galopando um cavalo de fogo, envolto por uma luz azulada muito bonita. Na mão direita, o cavaleiro empunhava a lança.
Era Sepé, indo ao encontro de Tupã.

Depois que ele morreu, os índios perderam grande parte da vontade que os fazia enfrentar forças tão superiores. Lutavam ainda, porém sem aquele ardor que sentiam, quando Sepé estava presente e, enfraquecidos, caíam um a um. O inimigo, agora com novo ânimo, atacava sem cessar. Já não era mais combate, tratava-se de perseguir os poucos índios que ainda estavam de pé.
Mais algumas cargas e as tropas espanholas e portuguesas nada mais tinham a fazer. Os poucos índios que escaparam, fugiram para o mato. Nas campinas, entre os corpos dos indígenas, estavam os inúmeros jesuítas, mortos quando tentavam proteger os nativos.
Vitoriosas, as tropas marcharam para as Missões.
Ajudados pelos jesuítas, o povo reuniu o que restou e partiu, de cabeça baixa, em busca de novas terras. Vencidos. Sem esperança.
Lentamente, a procissão foi deixando a cidade. Com olhos tristes, miraram pela última vez suas plantações verdejantes, suas ocas amigas, sua terra! Os algodoeiros, à distância, pareciam acenar-lhes com lenços brancos, despedindo-se.


Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e que fazia diariamente brilhantes festins. Um pobre chamado Lázaro jazia coberto de úlceras no pórtico de sua casa. Ele bem quisera saciar-se do que caía da mesa do rico, mas eram antes os cães que vinham lamber suas úlceras.


O pobre morreu e foi levado pelos anjos para um lugar de honra junto de Abraão. O rico morreu também e foi enterrado. Na morada dos mortos, em meio às torturas, ergueu os olhos e viu de longe Abraão com Lázaro a seu lado. Ele exclamou: "Abraão, meu pai, tem compaixão de mim e manda que Lázaro venha molhar a ponta do dedo na água para me refrescar a língua, pois eu sofro um suplício nestas chamas".


Abraão lhe disse: "Meu filho, lembra-te de que recebeste tua felicidade durante a vida, como Lázaro, a infelicidade. E agora, ele encontra aqui a consolação, e tu, o sofrimento. Além disso, entre vós e nós foi estabelecido um grande abismo, para que os que quisessem passar daqui para vós não o possam e que também de lá não se atravesse até nós".


O rico disse: "Eu te rogo, então, pai, que envies Lázaro à casa de meu pai, pois eu tenho cinco irmãos. Que ele os advirta para que não venham, também eles, para este lugar de tortura". Abraão lhe disse: "Eles têm Moisés e os profetas, que os ouçam". O outro replicou: "Não, meu pai Abraão, mas se alguém dentre os mortos for a eles, se converterão". Abraão lhe disse: "Se eles não escutam Moisés nem os profetas, mesmo que alguém ressuscite dos mortos, não ficarão convencidos". (Lc 16,19-31)


Esta parábola não visa tratar sobre caridade e falta de caridade. Não diz que o rico negava esmolas a Lázaro. Talvez até ignorasse a presença dele junto de sua casa, fechado como estava em seu bem-estar, que não lhe permitia perceber problemas alheios.

Jesus quer chamar a atenção não para a necessidade de amar-mos o próximo (bê-a-bá cristão), mas para a importância das situações (dos quadros da vida). Uma situação de afago e prazeres pode embotar a mente, tornando-a insensível a valores superiores. Pode tirar a fome da vida eterna, se já se julga satisfeito com seus bens. Ao contrário, uma situação de penúria entretém a fome e a sede de algo maior.

A riqueza honesta não é má nem condenável, assim como a pobreza não é garantia de salvação. Mas ambas suscitam atitudes éticas que podem facilitar ou dificultar a procura de Deus. É para isto que Jesus quer despertar os cristãos nesta parábola.

Esta lição se baseia num precedente bíblico: Quando Ciro deu liberdade aos judeus para saírem da Babilônia, onde viviam exilados, e regressarem à Judéia, os que haviam conseguido certo bem-estar na Babilônia não tiveram coragem de deixar tudo para recomeçar a vida na Terra Santa. A situação cômoda em que se achavam diminuía seu zelo pelas instituições sagradas de Israel. Assim, quem voltou do exílio para a Judéia foram os pobres, ou "o resto de Israel", como diziam os profetas. Por não terem ilusões suscitadas pelos afagos terrestres, guardavam mais nítida a escala dos valores e tiveram o coração livre para atender ao chamado de Deus, que lhes pedia a reconstrução de Jerusalém.

Jesus chama os pobres, os que tem fome, sede e choram de bem-aventurados, não por causa da pobreza como tal, mas por causa da atitude ética (ou da fé ou do amor) que essa pobreza preserva ou suscita. E chama os ricos de infelizes (Lc 6,24-26), não por causa da riqueza como tal, mas porque a riqueza pode fazer murchar a fé e o senso do Transcendental.

Em outras palavras: o rico morreu sem fome física nem espiritual: nada mais espera na outra vida, satisfeito que estava em seu bem-estar. Lázaro que teve fome física e doenças, tinha fome de uma realidade melhor do que a vida terrestre. No além a fome material e espiritual de Lázaro era saciada, ao passo que no rico, ela não existia.

Alguém pode ser rico e ter um coração de pobre, cultivando o desapego, a humildade, a caridade, como alguém pode ser pobre, mas ter um coração de rico, sem caridade nem humildade. Lázaro, pobre na terra, e Abraão, rico na terra, tiveram a mesma sorte final, porque ambos, em circunstâncias diferentes, tiveram o mesmo amor a Deus e o mesmo desprendimento dos bens terrenos.

Jesus não costumava dar nomes aos personagens de suas parábolas. Neste caso, talvez o tenha feito visando a futura ressurreição de Lázaro (Jo 11,1-4). Com efeito, um Lázaro havia de ressuscitar para dar aos homens um testemunho e uma advertência.

A parábola nos lembra que é na terra que se decide a eternidade no Céu ou no Inferno. Não nos falta os meios cotidianos de santificação: As Escrituras e os Sacramentos. A fé descobre neles os sinais de Deus a respeito do sentido desta vida. O cristão não vive de milagres, mas dos meios ordinários de santificação. Muitos costumam dizer que, se Deus se fizesse mais sensível, seriam mais fervorosos. Pura ilusão. Quem não tem fé nos dons cotidianos de Deus, encontrará desculpas sutis para não reconhecer os milagres de Deus. Abraão responde ao rico que quem não tem o hábito da fé viva, rejeitará mesmo os sinais mais significativos. Na verdade, Lázaro, irmão de Marta e Maria, e o próprio Jesus haviam de ressuscitar dentre os mortos e aparecer aos judeus, mas nem assim estes se deixaram convencer.

"Um grande abismo" que Abraão diz existir entre o Céu e o Inferno indica que é só na vida terrestre que podemos nos converter. A morte nos estabelece em nossa condição definitiva: Ou o Céu para sempre ou o Inferno para sempre.

Esta parábola nos leva a concluir que cada indivíduo, ao deixar este mundo, recebe uma sentença. Lázaro é levado ao "seio de Abraão" e o rico aos tormentos do inferno. Isto pressupõe uma sentença de Deus logo após a morte. E sentença definitiva, pois o mau não pode passar para o lugar do justo nem vice-versa. E ainda, sentença anterior ao Juízo Final, pois os irmãos do rico ainda vivem na terra. Temos aí a fundamentação Bíblica da doutrina do Juízo Particular.

A parábola evidencia também que a tese da reencarnação não é compatível com a fé cristã. Existe para cada homem uma só passagem pela terra. Esta verdade é também reforçada em Hb 9,27: "Os homens devem morrer 1 só vez. Depois segue o Julgamento." Vemos ainda que Deus não permite que os espíritos dos mortos se comuniquem com os vivos.


eguir Jesus Cristo exige de cada um de nós uma decisão firme, assumir o nosso Batismo pra valer, assim como a Ir. Dorothy Mae Stang assumiu, e foi uma escolha que a levou até as últimas consequências: "o martírio".

Pertencente à Congregação religiosa das Irmãs de Nossa Senhora de Namur, "as religiosas deste instituto se autodefinem como" mulheres cujos corações são grandes como o mundo, que fazem conhecida a bondade de Deus e seu amor pelos pobres por meio de um modo de vida evangélico, pela comunidade e pela oração. Continuando uma forte tradição de educação, assumem sua posição junto aos pobres, especialmente mulheres e crianças, nos lugares mais abandonados.

Cada religiosa desta congregação compromete sua única vida a trabalhar com os outros e outras para criar justiça e paz para todos" (Wikipédia, a enciclopédia livre). Assim, Ir. Dorothy deixando seu país de origem a América do Norte, veio exercer o seu profetismo no Brasil, mais precisamente na Amazônia, na cidade Coroatá- MA, na Região do Xingu, para trabalhar na geração de renda em projetos de reflorestamento de terras degradadas. A abertura da Transamazônica, o incentivo à migração para ocupação de novas fronteiras, ausência de políticas púbicas e o seu abandono desencadeou nesta região disputas que futuramente trariam conseqüências sociais graves. Ir. Dorothy foi para lá com o objetivo de minimizar estes conflitos, ajudar a organizar aquele povo excluído e sem esperança.

Sua missão: trazer alento, buscando na Palavra de Deus luz para um novo agir; e tanto era a sua preocupação que ajudou a fundar a primeira escola de formação de professores na rodovia Transamazônica "Escola Brasil Grande" na cidade de Anapu-PA.

Questionada sobre a sua insistência em permanecer na região e dar prosseguimento à sua ação evangélica pela causa dos mais pobres, declarou: "Não vou fugir, nem abandonar a luta destes trabalhadores. Eles tem o sagrado direito a uma vida digna e a uma terra onde possam produzir sem devastar".

Sem dúvida é um testemunho que contagia e nos anima, uma mártir do nosso tempo que deixa naquele chão a semente da esperança, regada com seu sangue e adubada pela Palavra de Deus nos chamando a atenção de que viver o nosso Batismo é preciso.

Irmã Dorothy foi assassinada no dia 12 de fevereiro de 2005, em Anapu, na terra que ela escolheu para viver e exercer a sua missão.

* Luiz Marinho, Equipe de Comunicação das CEBs, diocese São José dos Campos, SP. Publicado no Informativo das CEBs - Ano VII - Fevereiro de 2011.

Fonte: CEBs, diocese São José dos Campos


A Igreja tem a missão de evangelizar e anunciar a Boa Nova de Jesus para que haja a verdadeira libertação e adesão ao projeto de Deus por parte de todos. A sã doutrina é ensinada pela Igreja católica através da voz do Magistério. Deus quer pessoas livres, abertas e acolhedoras ao seu projeto de vida, de partilha, de justiça e paz. O Reino de Deus deve ser construído já no nosso meio. Não podemos ficar fechados ao nosso egoísmo, comodismo e intimismo de uma religião apática aos problemas do nosso povo que sofre e são excluído do sistema de saúde, de habitação, dos direitos fundamentais da vida. A evangelização deve acontecer respeitando as diversas culturas e manifestações de religiosidade, mas sempre procurando purificar na fé verdadeira em Cristo.


Segue o relato desse acontecimento que já ocorreu, mas esperamos esta valiosa contribuição para a Igreja: "A incidência da piedade popular no processo de evangelização da América Latina" é o tema da Assembléia Plenária Anual da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL). O encontro acontece entre os dias 5 e 8 de abril, no Vaticano, e contará com a participação de 40 membros e consultores, bispos convidados e responsáveis da pastoral de piedade popular e santuários.O objetivo geral é refletir sobre o significado e a dimensão da piedade popular nos cinco séculos de presença do cristianismo no continente e elaborar as recomendações pastorais que contribuam para a proteção e purificação da devoção coletiva, no contexto da Missão Continental que atualmente se realiza em todas as dioceses da região, como elemento fundamental no processo de nova evangelização. A Plenária espera cooperar na revalorização da piedade popular como instrumento eficaz de encontro pessoal e comunitário com Cristo, para que o Senhor Jesus, Caminho, Verdade e Vida, seja reconhecido, aceitas e amadas por todos os batizados, segundo explica uma nota da Comissão (1).


Entre os objetivos específicos da Assembléia inclui-se a exposição detalhada das práticas de piedade popular na América Latina, com a particularização dos desvios e mudanças que ocorreram ao longo do tempo, bem como a apresentação de expressões de religiosidade popular que obstaculizam a evangelização, de modo que se possa deter sua influência e propagação entre os católicos. Igualmente, está prevista a elaboração de recomendações pastorais concretas para que a piedade popular – considerada por Bento XVI como tesouro precioso da América Latina – confirme os batizados em sua fé e em sua pertença à Igreja Católica, conduzindo-os a uma viva e autêntica vida sacramental. Durante os trabalhos, também serão oferecidos critérios e caminhos de ação estabelecidos pelo magistério da Igreja em matéria de piedade popular, com o fim de obter úteis orientações da assembléia e posterior elaboração de conclusões (1).


Não podemos tirar esses valores da religiosidade popular, mas sempre orientar e purificar o que não com diz com a doutrina cristã, mas aquilo que é bom e proveitoso ajuda na compreensão da fé e da aceitação de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Não podemos inovar ou colocar nossas idéias na Igreja, na liturgia ou em outra manifestação religiosa sem passar pelo crivo do magistério da Igreja. Se assim fizermos, isso vai ajudar a produzir frutos de redenção ao povo fiel e vai dar sentido de pertença a Igreja. A Igreja é de todos e ninguém podem achar que são melhores e excluir as pessoas simples, mas cheia de fé por causa das nossas atividades pastorais e movimentos. Somos servos de Cristo, missionários Dele e assim seremos um operário que fazemos a nossa obrigação sem querer aplausos e recompensas, pois a obra é do Senhor.

Fonte (1) www.cancaonova.com

Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha 24-04-2011


Jesus Cristo ressuscitou! Está vivo!

“Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui, ressuscitou!” (Lc 24, 5b-6). Três dias após a morte de Jesus, algumas mulheres foram ao seu túmulo, ouviram este anúncio e se tornaram mensageiras dessa boa notícia.

Também hoje a Igreja testemunha e anuncia, como fez através dos séculos: Jesus Cristo, morto na cruz, ressuscitou, está vivo e presente no meio de nós! Por infinita condescendência para conosco, Deus tornou-se próximo de nós e manifestou-nos amor sem medida, iluminou e deu sentido novo à vida através da ressurreição de Jesus.

A Páscoa, passagem das trevas para a luz, da morte para a vida, empenha-nos decididamente na superação dos sinais de morte ainda presentes na cultura e na convivência humana. O anúncio pascal traz a certeza de que a injustiça e o egoísmo, a violência e o ódio não terão a última palavra sobre a existência.

A Páscoa faz-nos abraçar a defesa da vida humana, em todas as suas fases, e da natureza, ambiente da vida, dom do Criador. O cuidado da Terra, nossa casa comum, e o zelo pela sua capacidade de acolher e abrigar a vida são cada vez mais urgentes e requerem o esforço solidário de todos; essas atitudes decorrem do respeito a Deus criador e amigo da vida.

Não é belo, não é coerente com nossa fé, não é justo com o próximo promover a violência, a cultura da morte, o desprezo à obra de Deus e à vida de nossos semelhantes. A ressurreição de Jesus Cristo revela que Deus está do lado da vida; por isso, somos convocados a estar desse lado também.

Ressuscitou! Não está mais entre os mortos! O amor de Deus, manifestado a nós na ressurreição de seu Filho Jesus Cristo, alimenta a alegria e a esperança; ao mesmo tempo, faz-nos participar da edificação da sociedade, segundo os critérios da verdade, da justiça e da solidariedade. A Páscoa de Jesus é sinal da vitória possível sobre a morte e todos os males.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, ao formular votos de feliz e abençoada Páscoa, convida todos a abraçarem, de maneira decidida, a causa da vida.

Jesus Cristo, que passou da morte para a vida, fortifique nossa esperança. O Deus da vida abençoe a todos.

Mensagem de Páscoa da CNBB


Santa Catarina de Gênova (1447-1510) nasceu em Gênova em 1447, filha de Francisca di Negro e Tiago Fieschi, então vice-rei de Nápoles sob Renato de Anjou. Escreveu a obra “o Tratado do Purgatório”, cujo prólogo a declarava “colocada no purgatório do incendiado amor divino, que a queimava toda e purificava-a de tudo o que tinha a purificar." Catarina concretizou o seu desejo de renovação espiritual na mortificação e na caridade.

“ Não há felicidade comparável a das almas do Purgatório, a não ser a dos santos no céu, e tal felicidade cresce incessantemente por influência de Deus, à medida que os impedimentos vão desaparecendo.Tais impedimentos são como a ferrugem e a felicidade das almas aumenta à medida que esta ferrugem diminui”. (Cap. II)

“Deus aumenta nelas a ânsia de O verem e acende-lhes no coração um fogo de amor tão poderoso que se lhes torna insuportável depararem com um obstáculo entre elas e Deus”. (Cap.III)

“Sentem-se tão fortemente atraídas para Deus que nenhuma comparação pode exprimir tal atração. Imaginemos, todavia, um único pão para matar a fome de todas as criaturas humanas e que bastava vê-lo para a fome ser satisfeita. Qual seria a reação de alguém que possui o instinto natural de comer e vem dotado de boa saúde? Qual seria, repito, a reação se não pudesse comer, nem tampouco adoecer ou morrer? Sua fome iria aumentando constantemente. Assim é a ânsia das almas no Purgatório para o encontro com Deus ” (Cap. VII).

“Pelo que diz respeito a Deus, vejo que o céu tem portas e pode entrar nele quem quiser, porque Deus é todo bondade. Mas a essência divina é tão pura que a alma, se nota em si qualquer impecilho, precipita-se no Purgatório e encontra esta grande misericórdia: a destruição deste impecilho” (Cap. IX)

“A alma vê que Deus, pelo seu grande amor e providência constante, jamais deixará de a atrair à sua última perfeição.” Vê também que, ligada pelos restos do pecado, não pode por si mesma corresponder a esta atração. Se encontrasse um Purgatório mais penoso, no qual pudesse ser mais rapidamente purificada, mergulharia nele imediatamente.”(Cap. XI) “O amor divino, ao penetrar nas almas do Purgatório, confere-lhes uma paz indescritível. Tem assim grande alegria e, ao mesmo tempo, grande pena. Mas uma não diminui a outra.” (Cap. XIV)

“Enquanto o acrisolamento não estiver concluído, compreendem que, se se aproximassem de Deus pela visão beatífica, não estariam no seu lugar e por isso sentiriam um maior sofrimento do que se permanecessem no Purgatório. ” (Cap. XVI)

“As almas sofrem voluntariamente as suas penas que não desejariam o menor alívio, por conceberem quão justas são.” (Cap. XVIII)

“O acrisolamento a que estão sujeitas as almas no Purgatório, experimentei-o em minha vida, durante dois anos. Tudo o que constituía para mim um alívio corporal ou espiritual, foi-me tirado gradualmente. Finalmente, para concluir: vede bem que tudo o que é profundamente humano, o nosso Deus todo poderoso e misericordioso transforma-o radicalmente. Não é outra a obra que se leva a cabo no Purgatório”. (Cap. XIX)

Santa Catarina de Gênova
Trattado Del Purgatório.
Edizione de “Vita Franciscana”
Frati Minori Cappuccini, Genova, 1929


A pergunta é muito interessante. Ela vale não somente para a Virgem Maria, mas também para todos os santos e anjos de Deus. Como seres limitados, que não são onipresentes nem têm um conhecimento infinito (onisciência), podem atender nossos pedidos?

Darei a resposta com duas ponderações.

(1) A teologia não sabe tudo do mistério de Deus e de seus desígnios. Foi-nos revelado somente aquilo que é essencial para a nossa salvação, de modo que muito do mistério de Deus e do modo como ele age e dirige as coisas nos escapa. Uma teologia que fale sobre tudo não é boa teologia; é tagarelice. A teologia deve saber quando falar e quando calar. A questão que aqui é colocada enquadra-se certamente nesta categoria. O que não quer dizer que não se possa ter uma certa penetração do mistério. É o que apresentarei a seguir.

(2) Todos nós, batizados em Cristo, somos revestidos do Espírito de Cristo e inseridos no seu Corpo que é a Igreja. A Virgem e todos os eleitos de Deus que estão no céu estão plenamente inseridos em Cristo e vivem na potência do Espírito de Cristo que é Espírito de comunhão e que penetra e sonda todas as coisas. É muito importante compreender isso: a nossa comunhão dá-se sempre em Cristo pleno do Espírito Santo: é Ele e só Ele o “espaço” no qual nos encontramos em comunhão com o Pai e com os irmãos! A Virgem ou os santos e até mesmo os anjos jamais poderiam estar em comunhão conosco se não fosse no Espírito do Ressuscitado, no qual estamos todos inseridos em Cristo como membros uns dos outros, tendo a Cristo por Cabeça do Corpo, que é a Igreja!

Então, pela própria natureza, a Virgem e os santos jamais poderiam saber de nós, de nossas súplicas e de nossas necessidades. Somente sabem e somente nos atendem porque estão na comunhão do Espírito Santo, que é a Igreja da terra e do céu, comunhão esta que somente se dá no Corpo de Cristo (que é a Igreja). Lembre-se do Credo: “Creio no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos santos”. O modo de compreender este artigo da nossa fé é o seguinte: Creio no Espírito Santo, presente na Igreja católica para a comunhão dos santos. Ou seja, é o Espírito do Ressuscitado que nos insere em Cristo e em Cristo nos faz uma comunhão de santificados!

Observe-se que esta minha resposta é plenamente compreensível, mas jamais saberemos como isso se dá em termos descritivos; jamais poderemos imaginar essas realidades! Elas não pertencem a este mundo, mas ao mundo do próprio Deus.
No entanto, há uma realidade aqui na terra que pode nos dar uma pálida idéia do que acabei de explicar. A nossa oração serve para os irmãos; as nossas boas obras servem para toda a Igreja. Como isso pode acontecer? É que, batizados no mesmo Espírito Santo, somos um só Corpo do Senhor e, no Senhor, estamos ligados uns aos outros! De modo análogo, isto é, semelhante, dá-se a nossa comunhão com a Virgem e com todos os que já estão em Cristo. É muito belo perceber como a intercessão da Virgem e dos santos depende totalmente do seu estar em Cristo e do ser totalmente plenificada pelo Espírito de Cristo.


As pessoas que não têm conhecimento a respeito do Dízimo às vezes reagem de forma estranha, até mesmo com crítica: o padre agora só quer falar de dinheiro. Muita gente não sabe que o Dízimo vem acompanhado com uma promessa de bênção divina. Em muitas passagens da Bíblia, o próprio Deus pede o Dízimo, isto é, a décima parte do que as pessoas têm ou produzem. Deus quer que o seu povo não confie nos bens do mundo, mas somente no seu amor. Deus pede ao seu povo que partilhe com a comunidade aquilo que é fruto da bondade divina.
Dízimo não é taxa, porque a Igreja não é um clube. Dízimo não é imposto, porque a Igreja não é uma sociedade qualquer. Dízimo é oferta de gratidão a Deus e de partilha com a comunidade. Dízimo não é pagamento antecipado por serviços que, depois, se poderia cobrar da Igreja. Como se o dizimista tivesse direito a serviços especiais! Dízimo não se paga, Dízimo se oferece. Dízimo não se cobra, Dízimo se recebe. Só Deus é o Senhor de todas as coisas. Dele recebemos tudo. Por mais que alguém entregue seu Dízimo a Deus e à Igreja, nunca conseguirá passar na frente do amor de Deus por nós.
A opção pelo Dízimo é como uma colheita: nós devemos acreditar. Deus é fonte de toda a criação, e tudo o que Deus-Pai realiza nas pessoas e no mundo, ele o faz por meio de Jesus Cristo. O Dízimo é como uma semente. Nela temos a garantia e segurança de que produzirá frutos.
Os irmãos e irmãs de nossa Igreja começarão a falar coisas novas. Olharão as construções feitas em mutirão e dirão com alegria: isto é fruto do nosso esforço e do nosso trabalho comunitário. Aí vamos começar a ver uma nova Igreja ou uma nova maneira de ser Igreja. Com isso, a catequese muda, a mentalidade e a prática egoístas se acabam e surgem os resultados.
As celebrações começam a ter mais vida. As crianças, os jovens e os adultos se tornarão diferentes, porque serão transformados pela confiança na Palavra de Deus e pela experiência do amor de Deus.


Ato de reverência pelo qual se reconhece a Deus como ser supremo. Aos santos se venera não se adora. também a Nossa Senhora não se adora, mas se venera . Ao dizer que adoramos a cruz de Cristo, não queremos expressar uma adoração em sentido absoluto, mas em sentido relativo, quer dizer, esta adoração se dirige a Cristo, Deus e homem crucificado, não à cruz. Portanto a adoração é um culto que prestamos somente a Deus.

Na atitude de adoração tomamos consciência da majestade e da grandeza de Deus Senhor e Criador e nos colocamos no nosso lugar de criaturas pobres e pequeninas.

Diante de Deus, de Seu amor infinito e de Seu poder, ficamos admirados, ficamos de "boca aberta", isto é, nos encontramos diante de um mistério e começamos a louvar, a bendizer, a perceber que só Deus pode realizar o que Ele realiza. Isso é adoração.

"A adoração é um repouso e uma expansão da alma em Deus, é prostrar-se diante d´Ele no Seu aniquilamento, consciente do tudo que Ele é e o do nada que nós somos!"( Serva de Deus Madre Maria Teresa de Jesus Eucarístico - Fundadora das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada)

Desde hoje comecemos uma vida toda de amor e de integração na unidade da Eucaristia. Vivamos um só ato, num só amor, numa só integração, a doação a Deus, a Santíssima Trindade, através do Santíssimo Sacramento.

Pelo nosso espírito de serviço nós prestamos a Deus um culto de adoração. E, este culto de adoração será perfeito se unido ao de Jesus na Eucaristia.( Serva de Deus Madre Maria Teresa de Jesus Eucarístico - Fundadora das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada)


Em primeiro lugar é preciso buscar os recursos da medicina. Há muitas causas que podem gerar a infertilidade. Para o homem pode ser, por exemplo, um problema hormonal: nível baixo dos hormônios testosterona ou prolactina; isto pode ser detectado por exames em uma consulta com um endocrinologista. Também a varicoceli pode causar infertilidade no homem; bem como o baixo número de espermatozóides (hipo-espermia); um exame pedido pelo urologista pode detectar a contagem, qualidade e motricidade dos mesmos.

Em relação à mulher, ela deve consultar um ginecologista e endocrinologista; pois qualquer glândula com a sua função desequilibrada na mulher pode levá-la à infertilidade. Assim, os ovários, as supra-renais, tireóides, hipófise, etc, precisam ser examinadas. Além disso, pode haver problemas uterinos como miomas, pólipo, endometriose, que podem ser resolvidos em muitos casos com cirurgia. Há além disso as más formações congênitas que podem impedir a fertilidade.

Alguns médicos também apontam o fator psicológico da mulher, às vezes a ansiedade em querer engravidar pode dificultar a gravidez; não são poucos os casos de mulheres que conseguiram engravidar após a adoção de uma criança... Para esse tipo de problema recomenda-se um acompanhamento psicológico.

O método Billings pode ajudar a mulher a engravidar; se ela aprender bem como detectar os dias de fertilidade, quando aparece o muco uterino, ela terá mais chance de engravidar se tiver o ato sexual nestes dias. Há livros simples que ensinam o método.

A Igreja Católica entende que a geração de um filho deve acontecer somente pela ação dos pais; por isso não aceita a inseminação artificial ou “in vitro” (bebe de proveta).

O Catecismo da Igreja explica que: “As técnicas que provocam uma dissociação do parentesco, pela intervenção de uma pessoa estranha ao casal (doação de esperma ou de óvulo, empréstimo de útero), são gravemente desonestas. Estas técnicas (inseminação e fecundação artificiais heterólogas) lesam o direito da criança de nascer de um pai e uma mãe conhecidos dela e ligados entre si pelo casamento. Elas traem “o direito exclusivo de se tornar pai e mãe somente um através do outro” (CDF, instr. DV, 2,1). Praticadas entre o casal, essas técnicas (inseminação e fecundação artificiais homólogas) são talvez menos claras a um juízo imediato, mas continuam moralmente inaceitáveis. Dissociam o ato sexual do ato procriador. O ato fundante da existência dos filhos já não é um ato pelo qual duas pessoas se doam uma à outra, mas um ato que “remete a vida e a identidade do embrião para o poder dos médicos e biólogos, e instaura um domínio da técnica sobre a origem e a destinação da pessoa humana. Uma tal relação de dominação é por si contrária à dignidade e à igualdade que devem ser comuns aos pais e aos filhos” (CDF, instr. DV, II,741,5). “A procriação é moralmente privada de sua perfeição própria quando não é querida como o fruto do ato conjugal, isto é, do gesto específico da união dos esposos... Somente o respeito ao vínculo que existe entre os significados do ato conjugal e o respeito pela unidade do ser humano permite uma procriação de acordo com a dignidade da pessoa”. (CDF, instr. DV, II,4)” (§2376-2377)

Mas a Igreja aceita os tratamentos médicos para que o homem ou a mulher possam chegar a fertilidade. “As pesquisas que visam a diminuir a esterilidade humana devem ser estimuladas, sob a condição de serem colocadas “a serviço da pessoa humana, de seus direitos inalienáveis, de seu bem verdadeiro e integral, de acordo com o projeto e a vontade de Deus” (CDF, instr. DV, intr. 2). (Cat. §2375)

Mas o fato do casal não ter filhos não quer dizer que o casamento deles perdeu o sentido. A Igreja ensina que: “Os esposos a quem Deus não concedeu ter filhos podem no entanto ter uma vida conjugal cheia de sentido, humana e cristã. Seu Matrimônio pode irradiar uma fecundidade de caridade, acolhimento e sacrifício.” (§1654). E o casal pode viver sua vida sexual normalmente, pois se não há para o casal o aspecto procriativo, há ao menos o unitivo. A Igreja sabe que: “É grande o sofrimento de casais que descobrem que são estéreis." (§2374). Para esses casais, ela recomenda a adoção e ensina que “O Evangelho mostra que a esterilidade física não é um mal absoluto. Os esposos que, depois de terem esgotado os recursos legítimos da medicina, sofrerem de infertilidade, unir-se-ão à Cruz do Senhor, fonte de toda fecundidade espiritual. Podem mostrar a sua generosidade adotando crianças desamparadas ou prestando relevantes serviços em favor do próximo”. (§2379)

Sobretudo o casal cristão deve enfrentar a infertilidade na fé; sabemos que “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,29) e que devemos “dar graças em todas as circunstâncias” (1Ts5,17). O casal não deve questionar a Deus “o porquê” de não ter filhos, mas entregar-se em suas mãos divinas na fé, mesmo que isto seja difícil. A Bíblia nos dá exemplos de mulheres estéreis que oraram a Deus e conseguiram engravidar; assim foi com a mãe de Samuel e de Sansão. Portanto, o casal cristão deve fazer o que Jesus mandou: “Pedi e dar-se-vos-á, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á.” Portanto, na fé, o casal cristão deve pedir o filho tão desejado a Deus, e fazer como as santas mulheres da Bíblia, oferecer esta criança a Deus, mesmo antes de ser concebida. As orações podem ser variadas: diante do Santíssimo, o Rosário da Virgem, na Comunhão eucarística, nas Novelas e ladainhas, enfim, com todos os meios que se possa e saiba rezar. Se mesmo com tudo isso, o filho não vier, “seja feita a vontade de Deus”, certamente Ele tem algum desígnio que não conhecemos, mas que a fé nos garante que é para o bem do casal. É a hora da fé; mas é também a hora do consolo; só esta fé pode dar de fato ao casal paz e felicidade.

Prof. Felipe Aquino



POR: Leonardo Boff

Num dos mais belos hinos da liturgia cristã da Páscoa, que nos vem do século XIII, se canta que "a vida e a morte travaram um duelo; o Senhor da vida foi morto mas eis que agora reina vivo”. É o sentido cristão da Páscoa: a inversão dos termos do embate. O que parecia derrota era, na verdade, uma estratégia para vencer o vencedor, quer dizer a morte. Por isso, a grama não cresceu sobre a sepultura de Jesus. Ressuscitado, garantiu a supremacia da vida.

A mensagem vem do campo religioso que se inscreve no humano mais profundo, mas seu significado não se restringe a ele. Ganha uma relevância universal, especialmente, nos dias atuais, em que se trava física e realmente um duelo entre a vida e a morte. Esse duelo se realiza em todas as frentes e tem como campo de batalha o planeta inteiro, envolvendo toda a comunidade de vida e toda a humanidade.

Isso ocorre porque, tardiamente, nos estamos dando conta de que o estilo de vida que escolhemos nos últimos séculos, implica uma verdadeira guerra total contra a Terra. No afã de buscar riqueza, aumentar o consumo indiscriminado (63% do PIB norte-americano é constituído pelo consumo que se transformou numa real cultura consumista) estão sendo pilhados todos os recursos e serviços possíveis da Mãe Terra.

Nos últimos tempos, cresceu a consciência coletiva de que se está travando um verdadeiro duelo entre os mecanismo naturais da vida e os mecanismos artificiais de morte deslanchados por nosso sistema de habitar, produzir, consumir e tratar os dejetos. As primeiras vítimas desta guerra total são os próprios seres humanos. Grande parte vive com insuficiência de meios de vida, favelizada e superexplorada em sua força de trabalho. O que de sofrimento, frustração e humilhação ai se esconde é inenarrável. Vivemos tempos de nova barbárie, denunciada por vários pensadores mundiais, como recentemente por Tsvetan Todorov em seu livro O medo dos bárbaros (2008). Estas realidades que realmente contam porque nos fazem humanos ou cruéis, não entram nos calculos dos lucros de nenhuma empresa e não são considerados pelo PIB dos países, à exceção do Butão que estabeleceu o Indice de Felicidade Interna de seu povo. As outras vítimas são todos os ecossistemas, a biodiversidade e o planeta Terra como um todo.

Recentemente, o prêmio Nobel em economia, Paul Krugmann, revelava que 400 famílias norte-americanas detinham sozinhas mais renda que 46% da população trabalhadora estadunidense. Esta riqueza não cai do céu. É feita através de estratégias de acumulação que incluem trapaças, superespeculação financeira e roubo puro e simples do fruto do trabalho de milhões.

Para o sistema vigente e devemos dizê-lo com todas as letras, a acumulação ilimitada de ganhos é tida como inteligência, a rapinagem de recursos públicos e naturais como destreza, a fraude como habilidade, a corrupção como sagacidade e a exploração desenfreada como sabedoria gerencial. É o triunfo da morte. Será que nesse duelo ela levará a melhor?

O que podemos dizer com toda a certeza que nessa guerra não temos nenhuma chance de ganhar da Terra. Ela existiu sem nós e pode continuar sem nós. Nós sim precisamos dela. O sistema dentro do qual vivemos é de uma espantosa irracionalidade, própria de seres realmente dementes.

Analistas da pegada ecológica global da Terra, devido à conjunção das muitas crises existentes, nos advertem que poderemos conhecer, para tempos não muito distantes, tragédias ecológico-humanitárias de extrema gravidade.

É neste contexto sombrio que cabe atualizar e escutar a mensagem da Páscoa. Possivelmente não escaparemos de uma dolorosa sexta-feira santa. Mas depois virá a ressurreição. A Terra e a Humanidade ainda viverão.


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora - MG


Ao terceiro dia após a morte de Cristo, os discípulos encontraram os sinais da ressurreição, vendo o túmulo vazio, os lençóis que envolveram o corpo do crucificado e o sudário dobrado à parte. Os relatos evangélicos variam ao descreverem os fatos, mas não se contradizem, antes se completam. Os quatro evangelistas são unânimes em afirmar que Cristo ressuscitou e que as primeiras pessoas a chegarem ao túmulo vazio foram algumas mulheres, entre elas Madalena. (cf. Mt 28, Mc 16, Lc 24, Jo 20). São João apresenta maiores detalhes a respeito do diálogo de Madalena com o Ressuscitado. Ao vê-lo, exclama com emoção: Robbuni, que quer dizer Mestre. O alvissareiro anúncio primeiro vai a Pedro, chefe dos Apóstolos e ao discípulo amado, depois aos onze, depois aos demais discípulos. Naquele mesmo dia, à tarde, os discípulos reunidos em certa casa, possivelmente o Cenáculo onde Jesus instituiu a Eucaristia, O viram em corpo glorioso e falaram com Ele. É também João que relata o episódio do incrédulo Tomé, que não estava ali no primeiro dia e que esteve com o Senhor redivivo, oito dias depois, e pôde tocar as suas chagas. Prostrando-se, reza humildemente: Meu Senhor e meu Deus! (Jo.20,28)

Entre tantas outras manifestações, talvez a experiência mais bela da ressurreição do Senhor, tenha sido a dos discípulos de Emaús, narrada pelo Evangelho de Lucas

(Lc.24,13-35). Tristes pela morte, decepcionados pela tragédia, desesperançosos pela solidão, voltavam para casa. Mas eis que um estranho peregrino se põe a caminhar com eles e lhes aquece o coração quando fala. Ao chegarem às proximidades de casa, convidam-no à hospedagem e recebem a extraordinária revelação: ao partir o pão, ao fazer a oração, não puderam ter dúvida de que se tratava do mesmo gesto, da mesma forma de orar, afinal da mesma pessoa que, às vésperas da morte havia celebrado a Páscoa com seus discípulos e instituído a Eucaristia, sacramento da nova e eterna aliança.

Na beleza da literatura lucana, podemos perceber neste relato, além da descrição dos fatos, um maravilhoso simbolismo. Ali estão presentes, por exemplo, os contrastes entre “escuridão” e “claridade”, pois ao chegarem em casa disseram os discípulos ao Peregrino: Fica conosco porque já é tarde e o dia já declina. (Lc.24, 29) Mas ao gesto do pão à mesa, seus olhos se abriram (Lc, 24,31). Antes estavam obscurecidos pela incredulidade, por um olhar frio e secularista que os prendia somente à degradação da morte, agora estão no lume da fé que lhes revela a verdade sobre a vida e sobre todas as coisas. Onde está tua vitória, ó morte!Onde está o teu aguilhão? exclamará mais tarde Paulo aos Coríntios. (cf.1Cor.15,55) O retorno dos discípulos pressurosos e alegres é a imagem do fiel seguidor de Jesus e de toda a sua Igreja que estão sempre, como missionários, anunciando à semelhança de Pedro: Cristo ressuscitou e disto nós somos testemunhas. (cf. At.2,32)

Ficarão para sempre impressas as palavras de João Paulo II: Quando a Igreja celebra a Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, esse acontecimento central da salvação torna-se realmente presente e com ele se realiza também a obra de nossa redenção. Esse sacrifício é tão decisivo para a salvação do gênero humano que Jesus Cristo realizou-o e só voltou para o Pai depois de nos ter deixado o meio para dele participarmos, como se a ele tivéssemos estado presentes. O que poderia mais Jesus ter feito por nós? (EE)

Cristo, pela sua morte, entregou-se à condição humana e pela sua ressurreição nos dá a possibilidade de participar de sua condição divina, no prisma da santidade e do amor, o que acontece já nesta vida, mas que culminará em plenitude na eternidade, a perene festa pascal.

Feliz e Santa Páscoa!


Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte - MG


Como uma luz que se esparge conferindo claridade própria, o silêncio da paixão de Jesus é um eco lancinante que alcança o mais íntimo da consciência humana. É um eco sonoro na contramão de tanto barulho e de tanta necessidade vazia de pronunciar palavras, de contar coisas que empurram as mentes para o pensamento e a fala a respeito de tudo, sobre todas as coisas, até mesmo sobre o que não é da própria conta. Há um silêncio, só ele, por isso precioso, e muitas vezes doloroso, que recupera o sentido verdadeiro da vida. Faz compreender o mistério e capacita para a contemplação do mistério do amor que liberta, devolve a esperança e constitui, com propriedade, a dignidade maior: ser filho e filha de Deus. Daí decorre o compromisso determinante da fraternidade e o empenho pela configuração do tecido vital da solidariedade que cura feridas, recompõe cenários e salva vidas.

Uma das cenas mais excitantes da narração do evangelista Lucas é sobre a paixão, morte e ressurreição de Jesus, no capítulo 23 do seu Evangelho: “Herodes ficou muito contente ao ver Jesus, pois havia muito tempo que desejava vê-lo. Já ouvira falar a seu respeito e esperava ver algum milagre feito por ele. Interrogou-o com muitas perguntas. Jesus, porém, nada lhe respondeu”. O diálogo com Deus se interrompe com os exageros insuportáveis de arbitrariedades. Não dialoga com Deus quem se encapa em perversidades de todo tipo. Há um silêncio que ecoa lancinante. Não é o silêncio de Deus. Impossível pensar uma indiferença por parte Dele. É a pedagogia divina convocando a uma escuta mais profunda. Quando o mistério é grande demais, a atitude mais justa é silenciar. O silêncio é uma indispensável escuta que escancara portas para um diálogo fecundo. Capacita para ouvir a dor dos outros, corrige superficialidades que dão passagem para absurdos no tratamento da vida, incapacitando a compreensão de toda a sua importância e grandeza de dom.

Na contramão dessa direção desfilam os horrores da miséria que assola porção significativa da humanidade; a violência que seduz o coração de jovens, criando o gosto nefasto pelos extermínios que enlutam famílias, sociedades e nações. Multiplicam-se os descasos e decresce na consciência moral cidadã a preocupação comprometida com a verdade, que levam muitos a sustentarem mentiras como se fossem verdades. A procederem mal e inadequadamente, e ainda se achar no direito de convencer os outros de que tudo é normal, é comum. Há, pois, um resgate que reclama urgência, revelada na incapacidade de produzir legislações que recomponham educativamente a civilidade e sua configuração ética. É uma urgência que só mais tarde torna público que suas escolhas foram equivocadas, elegendo respeitos que deflagraram os absurdos do armamento; a vitória de uma pergunta capciosa, com o intuito de colidir com os horizontes iluminados pelos valores do Evangelho que, por preconceito e estreitamento, são tachados como razão de obscurantismo das instituições que se confessam fiéis a eles.

O silêncio da paixão de Cristo é escutado e tem ecos nos corações quando se ouve a narração do evangelista João (capítulos 18 e 19), como se faz na tarde da Sexta-feira Santa em todas as igrejas e capelas do mundo inteiro. É um exercício que, feito atentamente, faz reconhecer - pela escuta em assembleia, ou mesmo em meditação familiar ou individual - que esse silêncio é um caminho fecundo para se alcançar o coração do mistério do amor que redime. Que dá a lucidez precisa, com força insubstituível para enfrentar o sofrimento humano. Para suportar a dor que machuca e manter fumegante a chama da esperança pela vitória definitiva da vida sobre a morte, com a ressurreição do Salvador do mundo.

Não há outro horizonte que recorda como é amplo o sofrimento de homens e mulheres, bem como a sua complexidade, maior do que a doença, uma realidade enraizada em todos. É doloroso o sofrimento físico, assim como o é o sofrimento moral. Há muita dor do corpo. Não menos dolorosa é a dor da alma. Porém, há um remédio inexorável que se deve buscar para curar essas dores. Sua cura não perpetua as circunstâncias do tempo. Tudo passa! O silêncio da paixão é repleto da agonia de Jesus no Getsêmani, da agonia da traição anunciada na última ceia, da dor que vem do escárnio e da indiferença, da iniquidade de julgamentos preconceituosos e desonestos. Tudo terminou quando, então, Jesus deu um forte grito e expirou. Não é o fim. É o começo de um novo tempo. Do tempo definitivo, com sua morte e ressurreição. É hora de se debruçar, com esperança, sobre a própria dor e sobre as dores da humanidade. Este é o tempo propício para o remédio do silêncio da paixão.


No estado brasileiro do Pará, o desmatamento concentra-se no entorno dos 60 mil quilômetros de rodovias. A conclusão é do estudo A Conservação da Biodiversidade em Diferentes Tipos de Ordenamento Territorial, Uso e Ocupação nas Rodovias no Estado do Pará, desenvolvido pelo bolsista de iniciação científica, Cezar Augusto Borges, sob a orientação do pesquisador Leandro Valle Ferreira, do Museu Paraense Emílio Goeldi.

Borges analisou as rodovias Transamazônica, Cuiabá-Santarém (BR-163) e a estadual PA 273, que somam três mil quilômetros. A escolha das estradas levou em conta sua importância histórica e como vias de escoamento de mercadorias, tanto para o mercado interno quanto para o externo. A coleta de dados foi obtida a partir de informações cartográficas digitais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

A cobertura florestal do Pará é de 66,1%. O desflorestamento acumulado até 2008 é de 19,4%, em relação à área total do estado, e de 21,3% sobre a área do estado em floresta. Entretanto, o estudo mostra que nos 50 quilômetros que ladeiam as rodovias, a média de desflorestamento fica em 30,3%, acima da porcentagem total do estado.

Borges detalha que a média do desflorestamento decresce à medida que aumenta a distância da estrada. "Nos primeiros 10 km, a média variou de 45% a 63,1% entre as estradas e de 15,1% a 30,1% nos últimos 10 km”, explica.

Para o pesquisador, o processo de desflorestamento próximo às estradas se deve às atividades econômicas, como a criação de gado, responsável por cerca de 80% dos desmatamentos na Amazônia Legal.

Ele cita o caso da BR – 163, na cidade de Santarém, onde se desenvolvem a agropecuária e agricultura mecanizada da cultura de soja. "A extração seletiva de madeira, agropecuária e a ocupação humana são os principais fatores causadores do desflorestamento, sendo facilitados pelas aberturas de estradas que atraem tais atividades”, esclarece.

A boa notícia é que nas unidades de conservação e terras indígenas há um controle eficaz do desflorestamento. Borges afirma que a porcentagem de conservação chega a ser 40% maior que próximo às rodovias. "Observou-se a eficácia das unidades de conservação e terras indígenas (áreas protegidas) como instrumento de contenção do processo”, concluiu.


Mudanças no Código Florestal podem gerar mais desmatamentos

Para tentar barrar a constante vulneração do meio ambiente, a Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (ABONG) lançou, ontem (19), uma moção contra as alterações propostas pelo deputado Aldo Rebelo para o Código Florestal vigente no Brasil.

A associação ressalta que, ao criar a área rural consolidada, o novo Código estaria anistiando os 40 milhões de hectares desmatados e as ocupações irregulares acontecidos antes de julho de 2008. "(...) além de premiar os infratores da lei como é hoje, não traz uma solução para as ocupações irregulares, principalmente aquelas mais vulneráveis às ocorrências climáticas. Ao contrário, condena as populações que ocupam estas áreas”, argumentam.

A redução da área de preservação mínima das margens dos rios irá permitir novos desmatamentos em 90% dos rios brasileiros, o que impactaria diretamente a qualidade de vida das populações ribeirinhas. Também haverá redução das Áreas de Proteção Permanente no entorno de reservatórios artificiais, possibilitando mais desmatamentos.


Nesta quarta-feira (20), um protesto simultâneo em 21 cidades brasileiras dirá não à realidade de crianças em situação de moradia nas ruas. O movimento, que faz parte da Campanha "Criança não é de rua” e já é tradição no período da Semana Santa, cobra uma política pública específica para essas crianças e adolescentes. "Queremos dizer para o país que este problema existe, apesar de estar aparentemente invisível, e é possível de ser resolvido”, protesta Adriano Ribeiro, articulador nacional da Campanha.

As manifestações contarão com a participação das crianças como protagonistas, as quais são, em grande número, ex-moradoras de rua ou vivem em situação de vulnerabilidade social. Em Fortaleza (CE), por exemplo, mil cruzes serão levadas por elas à Avenida Beira Mar. Aracaju (SE) reunirá crianças e adolescentes em uma caminhada que culminará no abraço simbólico à Praça Fausto Cardoso. Uma caminhada marcará o dia em Curitiba (PR) com concentração na escadaria da Universidade Federal do Paraná, na Praça Santos Andrade.

Além dessas três cidades, a mobilização vai ser realizada em Belém, Boa Vista, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Londrina, Palmas, Ponta Grossa, São Luís, Teresina, Carangola, Cuiabá, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Nova Iguaçu, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Salvador.

Essas crianças e adolescentes em situação de moradia na rua "estão tendo todos os seus direitos violados”, ressalta Adriano. Segundo o articulador, políticas públicas, como o Bolsa Família, "tangenciam esse fenômeno social”, pois esse público não está na escola e nem mesmo sob a guarda da família. Adriano explica que as ações são implementadas de forma desordenada pelos municípios e a análise do orçamento pública demonstra que esse combate não tem sido prioridade.

Diagnóstico quanti-qualitativo periódico, Educação Social de Rua, Direito à Convivência Familiar e Comunitária e Acolhimento Institucional excepcional e provisório, são caminhos apontados pela Campanha para enfrentar a problemática em questão.

A Campanha Nacional "Criança Não é de Rua” é um movimento permanente. Desde 2005, realiza seminários e debates sobre o fenômeno em todo o território nacional. Hoje congrega mais de 600 entidades governamentais e não-governamentais. Uma de suas principais reivindicações é a instituição de uma Política Nacional de enfretamento à realidade de crianças e adolescentes em situação de moradia na rua.

"O Brasil ainda não tomou uma posição aceitável com relação a essa questão”, disse o articulador. Ele lembra que, com vontade política, o programa nacional de erradicação do trabalho infantil definiu aportes financeiros e estruturais para um enfretamento em todo o país do problema. "O Estado Brasileiro precisa assumir com mais firmeza a situação de crianças que estão vivendo nas ruas”, reivindica.



Após a Missa do dia de Páscoa, o Papa Bento XVI foi à sacada central da Basílica de São Pedro, no Vaticano, para dirigir aos fiéis a Urbi Et Orbi, uma benção especial conferida pelo Pontífice nas principais solenidades da Igreja. No Natal, na Páscoa e após a eleição de um novo papa, a benção que significa “de Roma para o mundo” é concedida a todos os fiéis do mundo, através da qual todos também podem receber a indulgência plenária.

Pouco antes da benção, o Santo Padre proferiu uma mensagem na qual destacou este anúncio de ressurreição que se atualiza a cada ano.

“A manhã de Páscoa trouxe-nos este anúncio antigo e sempre novo: Cristo ressuscitou! O eco deste acontecimento, que partiu de Jerusalém há vinte séculos, continua a ressoar na Igreja, que traz viva no coração a fé vibrante de Maria, a Mãe de Jesus, a fé de Madalena e das primeiras mulheres que viram o sepulcro vazio, a fé de Pedro e dos outros Apóstolos”, enfatizou o Pontífice.

Bento XVI também explicou que a ressurreição de Cristo não é fruto de uma especulação, de uma experiêcia mística: é um acontecimento, que ultrapassa a história.

Palavras de motivação e esperança também fizeram parte da mensagem proferida pelo Santo Padre. Segundo ele, a morte e a ressurreição de Cristo dão um novo sentido à vida de todos nós, mesmo que esta seja marcada pelo sofrimento.

“Por isso, esta minha mensagem quer chegar a todos e, como anúncio profético, sobretudo aos povos e às comunidades que estão sofrendo uma hora de paixão, para que Cristo Ressuscitado lhes abra o caminho da liberdade, da justiça e da paz”, destacou o Pontífice

Bento XVI também demonstrou sua preocupação com a população da Costa do Marfim, que neste momento passa por uma grande crise sócio-política e enviou uma mensagem de conforto e de paz a todos os habitantes do país.

“Possa recompor-se a convivência civil entre as populações da Costa do Marfim, onde é urgente empreender um caminho de reconciliação e perdão, para curar as feridas profundas causadas pelas recentes violências. Possa encontrar consolação e esperança a terra do Japão, enquanto enfrenta as dramáticas consequências do recente terremoto, e demais países que, nos meses passados, foram provados por calamidades naturais que semearam sofrimento e angústia”, disse.

Ao final da mensagem, o Papa desejou feliz páscoa em 65 línguas a todos os cristãos do mundo

fonte: site cançaõ nova




Hoje é dia de muita festa para nós cristãos católicos, estamos celebrando a Páscoa do Senhor. Jesus está vivo e no meio de nós. É Ele que nos encoraja para lutar para o bem comum, para solidariedade e fraternidade entre as pessoas. As pessoas se renovam na ressurreição de Cristo. Nosso corpo clama pela imortalidade que só Jesus pode dar. Ele vive, a morte já não tem primazia Nele e quem crê em Jesus participará da sua Ressurreição para sempre

Em sua mensagem de Páscoa, o Papa Bento XVI quis sublinhar que "a ressurreição de Cristo não é fruto de especulação, a experiência mística", mas um fato. "É um evento que, certamente, vai além da história, mas isso acontece em um momento da história e deixa uma marca indelével na mesma", disse ele após o meio dia, voltando-se a partir da varanda central da Basílica de São Pedro para os mais de 70 mil peregrinos lotaram o Piazza San Peter. Mais uma vez, como faz todos os domingos de Páscoa desde o início do seu pontificado, o Papa sublinhou o fato histórico em que o cristianismo encontra o seu fundamento. "Até hoje - mesmo em nossa era de comunicações oi-tech - a fé cristã é baseada em que o anúncio, no testemunho dos irmãos e irmãs de quem viu a primeira pedra e derrubou o túmulo vazio", disse ele (1).

"A ressurreição de Cristo não é fruto de especulação, uma experiência mística: é um evento que, certamente, vai além da história, mas isso acontece em um momento da história e deixa uma marca indelével na mesma." "A luz que cega os guardas posicionados para vigiar o túmulo de Jesus viajou no tempo e no espaço. É uma luz diferente, o divino, que atravessou a escuridão da morte, e trouxe ao mundo a glória de Deus, o esplendor da Verdade e do Bem ". Diante de uma verdadeira revolução das flores, floristas, interposto por holandeses e compostos, prosseguiu o Papa em sua mensagem de Páscoa, notando que "como o sol na primavera, estão abertas e as gemas brotam nos galhos de árvores, de modo a" radiação que emana da ressurreição de Cristo dá força e sentido a toda a esperança humana, com toda a expectativa, o desejo de planejar. " (1)

"No céu tudo é paz e alegria. Mas, infelizmente, não no chão! ", Reconheceu o bispo de Roma, que então já todos os cantos do mundo que sofrem de situações de pobreza, fome, doenças, guerra e violência." "Mas, para isso Cristo morreu e ressuscitou! É também morreu por causa de nossos pecados agora, e subiu para a redenção de nossa história de hoje ", disse, resumindo a mensagem central de que os cristãos continuam a anunciar dois mil anos após o evento. O Papa em seguida, deu os seus melhores votos para a Páscoa em 65 idiomas . Em italiano disse: "Feliz Páscoa para vocês, homens e mulheres de Roma e da Itália! O Senhor ressuscitado vai despertar nos indivíduos, famílias e comunidades um desejo ainda maior de unidade e harmonia. Coloque a sua confiança na força da cruz e da ressurreição de Cristo, uma força que apóia aqueles que cometem-se generosamente para o bem comum. " Numa tarde de domingo, o Papa se recolheu na residência pontifícia de Castel Gandolfo. Ele retornará para Roma para presidir a beatificação de João Paulo II, em 01 de maio, o Domingo da Divina Misericórdia (1).

As palavras do nosso papa sempre nos enchem de esperança e de certeza, pois ele é pastor que apascenta as ovelhas do Rebanho a ele confiado, obedecendo ao mandato de Jesus: “Tu é Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Esta segurança nos ajuda na nossa missão de discípulo e discipula de Cristo. O mundo é transformado pelo testemunho de cada cristão. Os santos e os beatos são verdadeiras testemunhas que valem a pena seguir Jesus na escuta da sua Palavra e na voz do Magistério da Igreja. A Igreja Católica é o sinal visível de Cristo, que é a sua cabeça e cada um de nós somos os membros dela. Animados na Ressurreição de Cristo vamos construindo o Reino Dele que é de paz, de justiça social, de partilha, de amor e solidariedade entre nós. Amém

Fonte: (1) www.zenit.org

Iesus Christus vivit. Et surrexit in nobis est. Alleluia

Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha 24-04-2011
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